A DITADURA DO SILENCIO INVADE O GAIA GRILL
Há muitos anos atrás, o Gaia grill era de propriedade do Sr. Nabi Arbex, ou popularmente Tio Nabi. A casa não estava sendo muito freqüentada, e em baixo de uma árvore que existia no salão principal, eu, o falecido Vicenzo Panizza, Mauro Medeiros, Michel Gattás, falecido Edgar 33, falecido Elso do Saint Raphael, falecido Vicente sapateiro, falecido Jorge Português, João Galvão, João do Arroz, Luiz Amaral, entre outros (reparem que evidentemente eu era o caçulinha do time), jogávamos as nossas partidas de tranca e éramos a principal renda do bar. Seu Nabi me pediu para ajudá-lo a vender o estabelecimento, pois não estava animado com o negócio. Nas imediações tinha um bar que estava bombando, chamado Kimanias, de propriedade de um gaúcho simpático de apelido Kiko e do seu cunhado Maninho. Acreditei que eles tinham potencial para comprar a casa e intermediei o início das negociações. Meses depois o negócio foi concluído e fiquei feliz apesar de não ter ganhado absolutamente nada com isso. O Kiko e o Maninho botaram a casa para acontecer, e o Kiko chegou a ter seu nome alterado para Kiko do Gaia, alcunha que inclusive usou como candidato à vereador nas últimas eleições. Acredito que eu tenha sido um dos melhores e mais fiéis clientes da casa. Fizemos inclusive diversas parcerias em eventos e shows. Há cerca de um ano, já após a saída do Maninho da sociedade de forma litigiosa, eu também fui vítima de um tratamento descortês efetuado pela esposa do proprietário Kiko, e nunca mais botei os pés lá, e minha amizade com o Kiko ficou por aí. Não freqüento o Gaia nem tenho pretensões de voltar a freqüentar, mas reconheço que a casa é um referencial da cidade, e foi berço para que muitos de nossos músicos pudessem defender uns trocados e evoluir na profissão. Por vinte anos aproximadamente a casa tinha música ao vivo de terça à sábado, e as vezes até mesmo aos domingos. O local ficou marcado, pelos jogos do Flamengo e da seleção Brasileira nos telões e é inegavelmente o ponto de encontro da torcida barramansense nas Copas do Mundo. Muita coisa boa aconteceu no Gaia. Muitos negócios foram fechados lá. Muitos namoros começaram lá, e mesmo contra uma injusta onda de fofocas que aconteceu durante um período, trata-se de uma casa extremamente familiar. Pois é, só não sei até quando isso vai rolar, pois na última sexta-feira a Prefeitura de Barra Mansa de forma truculenta proibiu a execução de música na casa. Não sei até quando nossos músicos vão assistir de braços cruzados o enterro da profissão em nossa cidade. Não sei até quando a Prefeitura vai querer continuar mandando nossos jovens para fora de nossa cidade. Não sei até quando a intolerância vai reinar em detrimento da alegria, da vida, da música e da diversão. Leiam a postagem A DITADURA DO SILÊNCIO ABSOLUTO que inaugurou este blog e vejam se podemos fazer alguma coisa enquanto há tempo. Será que há?
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