UMA ANÁLISE DESAGRADÁVEL.

CONTA PESADA DE ALTO PREÇO.

Em primeiro lugar, quero afirmar que não sei se os boatos procedem, mas pelo que se ouve nas conversas políticas de Barra Mansa, existe uma série quase interminável de pré-candidatos de Barra Mansa para as eleições de deputado estadual e federal no ano que vem. Essa suposta extensa lista inclui os nomes de ADEMIR MELO, INÊS PANDELÓ, DR. LUIZ FURLANI, RICARDO ARBEX, PISSULA, SÉRGIO GOMES, ROOSEVELT BRASIL, RODRIGO DRABLE, MARCELO BORGES, ZÉ RENATO, JOSÉ MARQUES, PASTOR JORGE, LIA PRETO, PAULO XUXU, PAULA TORRES, JACKSON EMERICK, LULA, MAZAROPI, GRACINHA, etc...

É certo que nem todos esses realmente serão candidatos, mas é o que se ouve nas ruas e em alguns bastidores, por mais inverossímil que seja. Certo também é que outros nomes não mencionados, sempre aparecem na reta final, e provavelmente no ano vindouro, não será diferente. Independentemente desse rol ser ou não procedente, outro fato indubitável é que vários pré-candidatos de domicílio eleitoral externo, caso realmente concretizem as suas intenções preliminares, obterão votação considerável na cidade, seja pelo retrospecto em outros recentes pleitos ou seja por algumas alianças já rascunhadas com lideranças comunitárias locais, tais como: EDSON ALBERTASSI, ANDRÉ CORREA, PAULO MELO, NELSON GONÇALVES, CIDA DIOGO, DELEI, GRANATO, ALEXANDRE SERFIOTIS, ELIAS VARGAS, NOEL DE CARVALHO, EDMILSON VALENTIM, JANDIRA FEGHALI, ENFERMEIRA REJANE, FERNANDO JORDÃO, ANDREI LARA, EDUARDO CUNHA, RODRIGO BETHLEM, PAIVA, ALEXANDRE CORREA, JORGE BITTAR, LUIZ SÉRGIO, IRANILDO CAMPOS, DR. GOTARDO, ZOINHO, JÚLIO LOPES, ROMÁRIO, CHICO ALENCAR, MARCELO FREIXO, GUSTAVO TUTUCA, WAGNER MONTES, entre outros. 

Se apenas um terço dessas intenções de confirmarem, não será necessário possuir nenhuma 'bola de cristal' para antever que Barra Mansa ficará sem nenhum representante nas casas legislativas estaduais e federais. 

Excetuando-se o atual prefeito, que conseguiu aglutinar em seu entorno lideranças que pudessem lhe conduzir a vitória no Executivo, Barra Mansa carece de líderes agregadores que tenham potencial ou cacife político e/ou financeiro para equacionar esse universo controverso de 'ideais'. 

Novamente é importante ressaltar que essa análise se deve tão somente às atuais especulações e muitos dos nomes mencionados não se habilitarão, ora por lucidez, ora por impedimentos legais, mas, mesmo assim, não há como negar a complexidade abusiva e inexplicável de vertentes políticas em uma cidade de contingente eleitoral tão diminuto.

Amigos constantemente me perguntam o que leva uma pessoa a se candidatar mesmo com tão parcas chances. Analiso que existem cinco correntes básicas de intenção, que seriam:

1. Os que realmente acreditam que têm chances reais de vitória (poucos realmente a têm), muitos amparados por um suspeito prognóstico de que no partido "a" ou "b" é necessário um número menor de votos. Hoje, com a inconstância da confiança depositada pelo povo na classe política, qualquer previsão neste sentido é mais arrojada do que arriscar cravar o resultado da Mega-Sena.

2. Os que estão recebendo ou vislumbrando alguma contrapartida financeira.

3. Os que por força partidária são 'convocados' para o sacrifício.

4. Os que usam o pleito para projetar seu nome ou fazer um 'teste de mercado' futuro.

5. Os que têm um ideal irrefutável acima das possibilidades (raros).

É evidente que existem casos que se justificam por mais de uma das opções aventadas.

Isto posto, estou particularmente propenso a abdicar do bairrismo e acabar optando por oferecer o meu simplório sufrágio para candidatos com chances reais que firmem compromisso plausível e confiável com o nosso município, tão carente de força política para a realização de seus mais modestos sonhos, mesmo que suas candidaturas não tenham origem em nossa cidade. Com o passar dos anos, aprendi forçosamente a transformar limão azedo em limonada, e sendo assim, creio que se vários candidatos 'forasteiros' conseguirem obter expressiva votação em nosso município, criaremos diversos canais de negociação e tramitação para projetos futuros.

Outro fato que corrobora com a 'inflação' de candidaturas próprias no âmbito do município, é a triste constatação de que faz anos que nossos poucos representantes 'nativos' eleitos não tiveram a destreza ou capacidade política suficiente para interceder por captação de recursos e investimentos em nossa cidade, e infelizmente, parece que só nos resta assumir a nossa debilidade de articulação política interna e 'mendigarmos' parcerias que possam nos estreitar os caminhos para a recepção de desenvolvimento, emprego e renda.

Tenho plena ciência que essa divagação primária descontentará muitos do meio que convivo, mas por ora, não há como negar que o quadro não recomenda outra análise mais sensata.

Enquanto nossos 'líderes' não abrirem mão de suas vaidades e egocentrismos, embora legais e democraticamente legítimos, caberá ao povo a sapiência de procurar mecanismos de defesa dos reais interesses da cidade, que obviamente, devem sempre estar acima das ambições personalistas de cada um.

Na eleição de 2010, esbocei o mesmo raciocínio, e a despeito das maledicências e xingamentos que recebi, Barra Mansa só conseguiu ter uma representante eleita, Inês Pandeló, e sabe bem Deus como. 

"Data vênia", espero estar enganado, mas por ora, novamente não vejo outra perspectiva.

Desde que Féres Nader, Denisar Arneiro, Wandir de Carvalho, Elmiro Coutinho, José Nader, entre outros, 'profissionalizaram' o ideal e o voto para o legislativo nesta cidade, nossas comunidades ficaram viciadas na mercantilização eleitoral e órfãs de lideranças ascendentes nascidas no berço das aspirações populares mais puras. 

Infelizmente, a despeito do mérito incontestável de cada um a seu tempo, isto é um fato, e o preço é caro.