A FORÇA DAS RUAS.

MAIS ALGUNS PALPITES.

Conforme nosso palpite postado aqui no Blog, o grande legado das manifestações que se espalharam por todo o Brasil seria a provável reprovação da PEC 37, considerada até o início do movimento como uma emenda de aprovação garantida. Isso por si só já faz a onda de protestos valerem a pena, excetuando-se evidente e lamentavelmente, os atos de vandalismo e violência praticados. Na minha cidade, Barra Mansa, onde hoje se realizará o 2º manifesto, temi que inescrupulosos 'fulanizassem' o 1º movimento e remetessem a mobilização contra a administração municipal, recentemente eleita e empossada democraticamente com expressiva margem de votos, desencastelando do poder um grupo que pretendia se perpetuar na omissão, após doze anos de governo(?) devastador. Pelo que vi, poucos lograram êxito nessa tentativa torpe e os protestos, na sua maioria, se deram em consonância com as demais demandas nacionais. Sendo assim, gostaria de fazer mais algumas observações:

1. Nunca fui e jamais serei contrário a nenhuma expressão democrática, pois minha farta história de lutas não permite tal parecer e nem dá o direito à ninguém extrair palavras de minha boca ou distorcer o conteúdo dos meus textos, mas repudiarei permanentemente oportunistas que tentam pegar carona no interesse coletivo para divulgar os seus rancores pessoais e desejos frustrados.

2. Esses valorosos jovens que encabeçam os movimentos no país precisam compreender que o direito inalienável de criticar, remete, obrigatoriamente, a concessão de ser criticado. Nem todo mundo pensa da mesma forma, e o debate é sempre salutar e patrulhas ideológicas afastam as pessoas, muitas delas, que muito poderiam contribuir.

3. Minha presença física não se dá simplesmente pelo fato de que eu, há muito, já criei ou ganhei diversos mecanismos de protesto individual e o fiz de forma pessoal e clara, seja nos jornais, nos rádios, na TV ou aqui neste Blog. A vez é dos jovens e não tenho direito pegar carona nessa força que se expressa de forma tão veemente e fez até o Congresso Nacional tremer e refugar.

4. O povo aprendeu a força de sua voz, por conseguinte, é imperioso, para que esse direito perdure e seja frutífero, que essa voz não ecoe mentiras nem destile inverdades. Toda mentira é ruim e nociva, seja proferida pela boca de um político, ou seja gerada pela voz do povo. Tanto faz. O Brasil precisa das verdades, e a hora é essa.

5. Para que esses movimentos não se banalizem nem percam a credibilidade, é fundamental que seus líderes atestem e investiguem todas as informações ventiladas antes de a reproduzirem. A desinformação ou contrainformação são instrumentos vis muito usados por alguns segmentos de mídia, que tem, de fato, entre seus interesses capitais, o enriquecimento fácil e a chantagem financeira perante os poderes públicos constituídos. É preciso muita atenção e responsabilidade para não se criar ou cair no mesmo tipo de engodo.

6. É fundamental que os líderes dos movimentos (perdoem-me os que acham que o movimento não precisa de líderes, pois precisa, como em todo o mundo) tenham uma pauta coerente de reivindicações e saibam a devida tramitação das demandas para que os pleitos sejam atendidos de forma mais célere e para que a sociedade respeite suas manifestações. Caso isso não seja severamente observado, se corre o iminente risco desses jovens ficarem rotulados como rebeldes sem causa ou se tornarem cobaias ou escudos humanos para vândalos e anarquistas.

7. A maioria dos pedidos que a coordenação do movimento está confeccionando em Barra Mansa, já foi até atendida, e o prefeito é simpático a elas, porém quanto ao preço da passagem de ônibus, é preciso que se saiba que apesar de que no meu modesto entender,  seja onerosa, ela decorre de uma planilha técnica. Antes da redução do preço é preciso avaliar se isso não gerará desemprego, queda na já baixa qualidade de serviços ou tributação contra terceiros. Não adianta vestir um santo para despir o outro, mas creio que seja possível a redução sem que isso gere medidas mais drásticas contra inocentes.

8. Meu bordão aderido no Facebook é:

"Anônimo não me representa, mascarado não me representa, vândalo encapuzado não me representa, 'fake' não me representa, texto escrito sob pseudônimo não me representa. Se queremos que o Brasil 'mostre a sua cara', temos a obrigação de mostrarmos as nossas."

Pela adesão consistente, creio que eles não representam ninguém.

Para finalizar, desejo sorte ao Brasil no dia de hoje, seja nos gramados mineiros ou nas ruas nacionais. De cara limpa, alma lavada, orgulho no peito e cidadania no coração.