O FUTURO ESTÁ MORRENDO.
Nessa minha andança para a região dos lagos, passamos evidentemente por diversas cidades fluminenses. Apesar das tragédias ocorridas na região serrana de forma mais intensa e dos estragos realizados em mais de 30 municípios do estado, não há como não perceber que a cada ano, as cidades se desenvolvem de forma muito positiva e a geração de empregos e a qualidade de vida apresentam números vitoriosos. Enquanto isso, não há como registrar o marasmo de minha cidade Barra Mansa.
Passa ano e sai ano, a cidade vai se aprofundando numa letargia sem fim e se configura como uma cidade dormitório, e o que é pior, um dormitório triste, sem vida, sem futuro e sem orgulho.
Na grande maioria das cidades fluminenses, descontando pontuais e ocasionais mudanças de lado, basicamente existem dois grupos políticos fortes, um que está atualmente no governo, e outro que se opõe, fiscaliza e apresenta projetos alternativos de poder e quando chega lá apresenta mudanças que só fazem bem a cidade e a democracia. Em Barra Mansa não.
Por ingenuidade do povo e na falta de vida e identidade própria, o grupo que comanda a cidade há 10 anos e se auto intitula do “bem”, sempre que pode, de forma sorrateira, ao invés de apresentar conceitos administrativos, desvirtua o caráter dos oponentes, e o que é pior, o povo cai na armadilha e fortalece uma divisão de grupos que em nada favorece o futuro do município.
Aqui, quem se alia com Inês e o PT teme ser estigmatizado com o aumento de 400% do IPTU. Quem pensa em se aliar ao Ademir Melo teme sua rejeição plantada por fofocas pessoais inseminadas de forma desumana pelos do “Bem”. Luiz Amaral representa passado e corrupção nas vozes altas do “bem” que até apagou o seu nome do Centro Administrativo. Toda a família Nader também representa malefícios infernais, pois os do “bem” conseguiram apagar todos os avanços que a cidade recebeu graças a família. Os Chiesse também são rotulados pejorativamente, a não ser aqueles que se alinharam com o estilo venal do “bem”. O Jonas Marins já está sendo sistematicamente minado graças a sua administração na Asbam que conta com o repúdio político da administração. Os novos valores que poderiam surgir, como Paulo Cosenza, Claudio Manes etc.. também são vilipendiados, ora pelo desconhecimento popular, ora por fofoquinhas plantadas pelos espertos manipuladores. A mídia regional recebe oportunamente suas mesadas para manter esse “status quo” e deixar a cidade acéfala em novas lideranças, e o povo por sua vez, no vazio da vida oferecida em Barra Mansa, vai consumindo essas idéias nefastas e permitindo uma divisão de forças que possibilita uma eternização do “bem” no Poder.
Enfim, temos uma cidade morta, retrógrada, e sem a menor oposição.
A prefeitura usa laranjas para beneficiar parceiros, autoriza construções irregulares; esbanja dinheiro público com terceirizações extremamente mal-sucedidas; paga vantagens para seus apadrinhados em detrimento do funcionalismo e da justiça; a saúde é um inferno; a educação uma vergonha; o transito caótico e a guarda mal preparada, mas mesmo assim, o silencio reina e a cidade morre a cada dia.
Na Câmara, os vereadores dependem da administração para oferecer o mínimo de qualidade de vida para suas comunidades e nada se fala. Na imprensa a grande maioria se omite para não perder as verbas que se tornaram necessárias para manutenção, e nos partidos políticos, só existe omissão e perspectiva de cabide de emprego, e a justiça inopera por falta de denuncias consistentes e corajosas.
É triste em pleno verão, ver as cidades irradiarem alegria e lazer e aqui, nos poucos bares sobreviventes, só se fala em desalento e passado.
Em Barra Mansa, o futuro está morrendo.