ANO NOVO, DESRESPEITO VELHO.

MÁS ENTRADAS.

Eu não gostaria de começar o ano fazendo críticas à administração e colocando lenha na fogueira. Pode dar a impressão de uma oposição sistemática e inconseqüente. Repito e confesso que gosto muito da pessoa do prefeito Zé Renato. Tenho simpatia por sua família e seu modo de tratar as pessoas. Creio que seja uma pessoa bem intencionada e com princípios morais bem mais elevados que seu antecessor, de quem não escondo meu repúdio pelo conjunto da obra de suas relações e traições. Não fico confortável em ser uma das poucas vozes que se levantam contra o governo municipal de forma transparente e frontal, principalmente por causa de meu cargo na Câmara Municipal, onde a maioria dos vereadores apóia o Governo, como acontece na maioria absoluta das cidades do país e em quase todas as casas legislativas do mundo. Mas não posso deixar de manifestar meu descontentamento com a postura adotada contra os valorosos profissionais da educação pública que são os principais responsáveis pela formação das gerações vindouras. Mais uma vez, de forma ilegal e indecorosa, os companheiros militantes no ramo foram colocados de férias sem receberem antecipadamente, como reza a legislação de forma clara e contundente, seus abonos pecuniários de férias. Segundo fontes, o pagamento dar-se-á tão somente em 31 de janeiro, após o período de férias escolares. A arrecadação da prefeitura em 2010, graças a alavancada da economia mundial, subiu consideravelmente após o desempenho pífio de 2009, e diversos fornecedores contumazes encontram-se com seus pagamentos em dia. Não falta verba para custear o Barra Mansa Futebol Clube, não falta verba para o Abadá-Capoeira, não falta verba para a Intermídia, não falta verba para a imprensa, não faltam verbas para o COC nem a NUTRI, não falta verba para a ONG Construindo Sonhos que banca os músicos de fora, mas falta sempre verba para remunerar legalmente os educadores e servidores da área primordial de qualquer administração. Tal fato me remete a várias conclusões inevitáveis, como falta de comando, falta de planejamento, falta de sensibilidade, falta de responsabilidade, falta de respeito, etc.... Seria muito pedir um pouco de gratidão a esses profissionais que trabalham com salários defasados e cumprem com denodo seu mister imprescindível? Seria muito querer que se cumpra a legislação trabalhista? Seria muito oferecer dignidade e prazer em merecidas férias a quem tem a missão divina de preparar o futuro de nossa gente? Seria muito querer justiça e valorização para quem devota suas vidas às nossas crianças?
Lamento, mas a indignação reabre-se em meu peito logo na abertura do ano.