NOSSO BLOG DE NOVO, NA BOCA DO POVO.

A pedido dos amigos do jornal BOCA DO POVO, a edição de amanhã, na coluna BLOG DA VEZ, será concebida por este blogueiro. Para nossos leitores, em primeira mão, a nossa matéria.

UMA DROGA DE GOVERNO.

Júlio César Fialho Esteves*

Sexta-feira passada, dia 10 de maio, foi realizada uma audiência pública no Ilha Clube, em Barra Mansa, reunindo alguns dos maiores representantes da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro e autoridades locais. Tive o prazer de fazer a abertura cerimonial do evento. O encontro pretendia debater a segurança em todos os 12 municípios do sul fluminense. Enquanto o novo prefeito de Barra Mansa, Jonas Marins, se fez presente junto de seu “staff” e atuou enfaticamente na solicitação de reforço no contingente das corporações no município, o prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto, desdenhou da audiência e sequer enviou representante. Deve presumir que a cidade não tem problemas de segurança em contraponto com o que lemos assustadoramente todos os dias nos jornais e sites da região.

A meu ver, a violência no sul fluminense atualmente tem cinco agravantes: a localização geográfica, que facilita estrategicamente rotas de tráfico; o esvaziamento dos quartéis e delegacias do interior para fortalecimento das UPPs na capital, em face da expectativa de realização de grandes eventos, como a Copa das Confederações, O Encontro da Juventude com Cristo, A Copa do Mundo e as Olimpíadas; a fuga da bandidagem das favelas ocupadas pelas Unidades Pacificadoras na capital para outros pontos mais seguros para a prática da criminalidade; a falta de um Poder Público atuante na vida das comunidades, que se tornam presas fáceis para traficantes bem estruturados e que cobrem o papel do Estado nas funções sociais de obrigação dos governos municipais; e o desemprego gerado pela falta de investimentos da iniciativa privada nos municípios.

Jonas Marins, em Barra Mansa, herdou um quadro caótico de seu antecessor, mas pessoalmente detectou o problema e não tem poupado esforços para coibir a ação da marginalidade. A seu favor, ainda conta com a atuação intrépida do delegado de polícia civil local, que tem se notabilizado pela eficiência, coragem e dinamismo.

Neto, por sua vez, ao invés de tentar agregar investimentos e estimular a produção, fica sistematicamente alimentando picuinhas contra o maior empregador da cidade, a CSN, por revanchismos políticos de baixo alcance. Gastou milhões do erário para hipoteticamente municiar a cidade de um sistema de segurança, que na prática mostrou-se débil e que só tem servido para autuar motoristas supostamente embriagados.

Ao seu lado ou em baixo de seu nariz, traficantes se estabelecem nas comunidades carentes e abandonadas construindo e edificando verdadeiros quartéis de distribuição de drogas e receptação de furtos. O descaso dele em relação à Audiência Pública da ALERJ, que contou com a presença do presidente e do membro efetivo da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia do parlamento estadual, deputados Iranildo Campos e Flávio Bolsonaro, respectivamente, comprovam que Neto não tem apreço pelo problema e prefere ficar em programas de rádio vendendo ilusões de uma cidade que não acontece como ele propaga e não se prepara para o drama social que a região assiste, teme e sofre.

A omissão de Neto nos dá o direito de supor que os acordos desesperados que ele fez para se manter a frente do Poder Executivo Municipal no segundo turno das eleições de 2012, possam estar impedindo ações de repreensão contra certos grupos suspeitos que lhe apoiaram ou lhe deram sustentação. Estranho é que na campanha política eleitoral sua estratégia final foi covardemente imputar esse iminente risco na hipótese da eleição de seu adversário, mas na realidade, é ele próprio quem se demonstra absolutamente passivo no combate ao crime. É uma pena que o povo de Volta Redonda, não em sua maioria, mas num contingente suficiente, tenha caído em tão patética engabelação.

Mesmo que essa suspeita não se comprove, fato é que Neto, hoje, prepotente, presunçoso e preguiçoso, parou no tempo, mas VOLTA REDONDA NÃO PODE PARAR. Neto como prefeito já foi um craque. Hoje, infelizmente, entorpecido pelo poder na cidade do crack, seu governo é uma droga.

*Júlio César Fialho Esteves é Controlador Geral da Câmara Municipal de Barra Mansa e titular do BLOG DO JULINHO (www.julinhoesteves.blogspot.com)