A PASSEATA QUE EU NÃO VI.

QUAIS OS LIMITES DOS DIREITOS INDIVIDUAIS?

Apesar das ameaças, xingamentos, preconceitos e avaliações efetuadas contra mim sob o calor da ira, não me furtarei de comentar sobre o assunto que tomou conta de todas as esquinas de Barra Mansa nos últimos dias: a passeata de ORGULHO GLBT que aconteceu na cidade na tarde de ontem. 

Não vou passar a vida insistindo que não sou preconceituoso nem homofóbico, pois mesmo que tenha e respeite vários amigos e amigas assumidamente gays, na cabeça de alguns, basta ser contra os modismos e tendências do perturbado mundo de hoje, que somos rotulados como reacionários e apedrejados pelas palavras dos adversos ideológicos. Inversão de valores que temos que nos acostumar para viver, fazer o quê?

Cabe repetir a máxima divertida que se espalhou na web e já foi reproduzida em nosso Blog: "-Na minha época, dar a bunda era feio. Depois ficou permitido. Agora é bonito. Pretendo ir embora antes de se tornar obrigatório".

Voltando ao cerne da questão, ontem aconteceu o movimento. Segundo o Diário do Vale, reuniu duas mil pessoas. Segundo a própria prefeitura, três mil. Na visão de alguns mais entusiasmados, dez mil. Para os mais céticos, nem mil. Para os organizadores, foi um sucesso. Para a grande maioria dos leitores do DV, através de comentários no site, uma lástima que serve de motivo de chacota para nossa cidade. Para os católicos mais fervorosos e os evangélicos, foi uma ofensa do Cão. Para o superintendente da Fundação de Cultura, caso a pessoa seja contrária, ele nada teve com isso, mas já para os que enalteceram o evento, ele posa como o grande mentor e incentivador. Como se vê, há algo muito confuso e contraditório, como é a própria natureza da ideia.

Muitos elogiaram o testemunho de várias famílias presentes pois isso fortaleceria e legitimaria o movimento. Pois bem, já que é assim, solicito aos mentores da comitiva que reflitam que a família só se constitui, aumenta, solidifica e mantém, graças ao amor que um homem nutre e realiza  numa mulher e vice e versa. Deus assim concebeu. Caso exista alguma reclamação sobre sua obra, enviem e-mail dirigidos a Ele. Não tenho culpa nisso. Para se começar uma família é preciso de um homem e uma mulher e acima de tudo, é preciso que eles se desejem. O máximo que se forma fora disso, é um par, jamais um casal.

Repito que não consigo ainda entender o porque de Barra Mansa realizar, com o anuência do poder Público, evento dessa natureza. Não temos histórico de violência contra homossexuais. Não temos incidência de guerras de conceitos sobre a orientação afetiva de cada ser. Temos vários gays muito bem sucedidos em nossa sociedade que gozam do respeito de todos os cidadãos, pois são merecedores da nossa admiração, incondicionalmente de suas preferências íntimas. Somos uma cidade pacata, até demais, e aqui não se justifica uma passeata de protesto nesse sentido, se esse foi o objetivo primordial da empreitada.

Também não concordo com a difusão de um suposto ORGULHO de ser gay, lésbica, travesti, ou outra categoria de opção alternativa de sexo. Defendo o direito de cada um fazer o que quiser com o seu corpo, mas também defendo o direito de nossas crianças não serem influenciadas para acharem, obrigatoriamente, belo, sadio e alegre o que a sua natureza hormonal não justifica nem incentiva. Insisto que essa história de ORGULHO GAY é mentirosa. No meu meio século de vida, jamais vi homem algum bater no peito para falar em alto e bom tom que teve orgulho de acabar de ser possuído por outro homem. Acho muito falso e perigoso propagar a concepção que os gays são invariavelmente felizes e estão sempre de bem com a  vida. Isso não é verdade. Todos sabemos que por trás da expressão faceira que muitos deles expõem em eventos desse porte, existem inúmeras almas inseguras sobre as suas próprias opções e invariavelmente sofrem muito com isso quando se deparam com a solidão e tentam se encontrar consigo mesmos.

Como festa, se é que era esse o intuito, pelo que soube, também não entusiasmou, a não ser para aqueles mais afetados com a vontade de contaminar os demais com os seus próprios conceitos de vida, que até então, eram olhados com escárnio.

Fato é que tenha sido grande ou pequeno, alegre ou banal, revolucionário ou ofensivo, esse evento ficará marcado por colocar Barra Mansa na agenda gay do Brasil. Gostaria de ver nossa cidade entrar na agenda do desenvolvimento; na agenda das indústrias; na agenda da geração de emprego e renda; na agenda da ética; na agenda de Deus; na agenda das grandes festas abertas para todos, sem distinção ou preferência;  e na agenda da vida em abundância. Por enquanto, só entramos na agenda nacional pela porta dos fundos, literalmente.

A partir de ontem, fiquei um pouco menos barramansense. Sei que muitos adeptos da propagação do homossexualismo como arte ou esplendor de vida, se contradirão e lançarão para mim o que dizem ser inimigos: o preconceito. Também sei que não me pouparão críticas ou ofensas me desejando as piores coisas na vida. Sendo assim, para os mais radicais que teimarão em não entender que admiro que tem a discrição de não querer impor a sua preferência sexual para terceiros, seja ela qual for, pois isso sim é liberdade e democracia,  respondo (só para esses!) com um tapa de luvas desejando-lhes o que alguns deles mais querem e pregam como direito mais sagrado: -Vão se fuder! Fodam-se bastante! 

Sei que muitos gays se sentiram violentados pela sociedade durante décadas. Ontem, na minha cidade, ao perceber que minha neta terá que conviver com esta nova tradição e filosofia implantada, me senti violentado também. 

Onde está o nosso direito?