COMEÇOU O SHOW.

AS PEDRAS SE MEXEM NO TABULEIRO.

Neste final de semana as esquinas políticas de Barra Mansa vão ter muito o que falar. Dois pré-lançamentos de candidatura à prefeito vieram recheados de deslizes e dissabores.

Rutinha Coutinho, a atual vice-prefeita, lançou o seu nome pelo PP falando que vai passar a fazer oposição. Ora, depois de dois anos e nove meses de apoio ao governo que ela ajudou a eleger e tendo a sua irmã sustentada no cargo de secretária de Educação mesmo contra o desejo de muitos (dentro e fora do governo), parece ser oportunista e falsa demais uma declaração deste porte a apenas uma semana do prazo para filiações partidárias que possibilitem participação do próximo pleito. Na verdade, ao visitar comunidades recolhendo solicitações e voltando de mãos abanando dizendo que o prefeito não a atendeu, Rutinha já fazia oposição ao governo, de uma forma altamente destrutiva, no estilo “dormindo como inimigo”. Estranho também é ela se esquivar de responsabilidades no governo dizendo-se desprestigiada. Estranho também é ver o prefeito declarar que com essa decisão “fica uma situação difícil”. Difícil para quem? Para a Vitória, certamente, tanto a pessoa física (secretária) e a pretensão política (dele). Não acredito que o prefeito Zé Renato seja inocente ao ponto de não ter percebido há muito, que Rutinha queria a sua cadeira, como também não acredito que o prefeito não soubesse que todo mundo já havia percebido seu mal estar com a sua vice e que na tentativa de reeleição ela pretendia outr(a) parceir(a) de chapa. Para ele, muito mais conveniente era a candidatura à vereança da Rutinha com o PP engrossando o seu quadro partidário de apoio.
Outro lançamento recheado de enigmas decifráveis foi o do Claudio Manes pelo PDT. Claudio alega que o PDT lhe dará liberdade e que apesar de sondado pelo PSDB, não gostaria de “comprometimentos com vice, ex-deputados e ex-cacique” , numa alusão direta, salvo improvável engano, à Ademir Melo e Luiz Amaral. Quanto ao Ademir, creio que Claudio está seguro que por razões alheias ao processo ele poderá “contorná-lo”, mas creio que quanto à Luiz Amaral, Claudio fecha desnecessariamente uma bela porta. A verdade é que o PSDB tem um compromisso firmado pelo presidente do diretório estadual em aguardar até dezembro a decisão do Juiz Paulo Cosenza em candidatar-se ou não, e naturalmente Claudio procurou outro caminho, muito embora, esse outro caminho, o PDT, a meu ver, e até mais interessante que o próprio PSDB. O que não foi interessante foi a forma de Claudio anunciar isso, o que prova que apesar de muito inteligente e empreendedor, Claudio ainda tem muito a aprender para navegar o meio político com a mesma calmaria e êxito que na sua vitoriosa carreira empresarial.
Do saldo geral, fica no ar a impressão que Barra Mansa deseja uma mudança de conceitos no poder executivo e itens primordiais desses paradigmas são o respeito à verdade e a transparência de atos, e o que estamos vendo, por ora, não remete a esses princípios.