MIL DIAS DE FRACASSO.

NA CONTRA-MÃO DO BORDÃO.

Os profissionais de auto-ajuda e os otimistas pregam que para cada dia de fracasso existirão mil dias de glórias. Quem propaga esse bordão definitivamente não conhece o prefeito Zé Renato, de Barra Mansa, pois por um mísero dia de glória (a sua eleição), hoje ele completa mil dias de fracasso.

Mil dias em que a cidade ainda não viu o prefeito tomar posse de fato e até hoje ele não tem coragem de exonerar nem a quem ele desmoraliza publicamente. Mil dias que Barra Mansa vive num mar de factóides, campanhas e propagandas como se ainda em campanha eleitoral estivéssemos. Mil dias que o magistério anda desmotivado e sem entender as diretrizes, se é que existem, dessa gestão. Mil dias em que os guardas municipais foram incumbidos de novas funções e tornaram-se os motores de uma industria de multas nada educativas e punitivas sem critério. Mil dias que empregos vão embora da cidade assim como comércios, indústrias, investimentos e empreendimentos. Mil dias em que não se respira cultura a não ser o famigerado e caríssimo projeto inexplicado entitulado "Música nas Escolas". Mil dias em que todos os dias vítimas de negligências e violências morrem nos hospitais e nas ruas. Mil dias em que salas de aula são rotineiramente abandonadas e acessíveis a todo o tipo de intempéries e descasos. Mil dias em que o esporte só foi usado para fins ilícitos e eleitoreiros. Mil dias que a cidade se envergonha e perde a auto-estima. Mil dias que o carnaval e os desfiles foram trancafiados no Parque das Torturas para deleite da Ditadura do silêncio absoluto. Mil dias em que subalternos se locupletam descaradamente nas barbas de um líder que não se impõe. Mil dias em que COC, NUTRI, e outras terceirizadas levam nosso dinheiro para outros municípios e estados. Mil dias em que o patrimônio público vem sendo dilapidado para prazer de empresas "amigas" do Governo. Mil dias em que enfrenta-se aumentos rotineiros de água, passagens, impostos e taxas. Mil dias que o lazer foi enterrado e nossos jovens são obrigados a se expor nas estradas sombrias e perigosas da madrugada. Mil dias em que as drogas proliferam por falta de política cultural e social. Mil dias de funcionalismo capisbaixo e retraído por chefes tiranos e insensíveis, que só delegam prêmios e apropriações salariais para si próprios e seus cupinchas. Mil dias de repressões, perseguições e ofensas, até mesmo contra os próprios eleitores, que debochadamente foram comparados a cachorros pela mídia oficial. Mil dias de mentira, incapacidade e incoerência.

Mil dias de vexames.

Mil dias de vergonha.

Mil dias de pesar, mas apesar de você, amanhã há de ser, outro dia.