UM MITO CHAMADO FRANCIS BULLOS.

Recebi um e-mail do ex-vereador de Barra Mansa, Dr. Francis Bullos, referindo-se a uma citação efetuada via comentário no Blog em postagem que não consegui identificar de pronto, acompanhada da solicitação da publicação de resposta. Antes de efetuar a óbvia e justa publicação, informo que o autor da resposta é uma figura quase legendária em Barra Mansa. Culto como raríssimos e dono de pensamentos alicerçados ao extremo, embora invariavelmente prolixos, Francis é uma pessoa ímpar. Na convivência que desfrutamos, nas brigas que encampamos ou nas divergências ideológicas que tivemos, percebi divesas pessoas nutrirem um respeito extremo por ele, chegando ás raias do temor. Sua eloquência e facilidade de alterar linhas de raciocínio (algumas vezes de forma conveniente) faziam-no ser evitado nos confrontos. Eu, particularmente, jamais tive medo em relação a ele. Respeito devido e recíproco sempre, mas medo jamais. Francis, apesar da couraça "armadural" que veste em sua inconsciente defesa eterna, é uma pessoa sensível, mas para atingi-lo é necessário desprovir-se de temores ou excesso de zelos. Enfim, poderia dissertar muito sobre o autor da resposta abaixo, pois como disse, trata-se de um ser raro, mas acima de tudo, apenas um ser, humano como qualquer outro, falhível como qualquer ambicioso, inseguro como qualquer mortal, e carente como qualquer alma imperfeita, como somos todos neste plano espiritual. Seja bem-vindo Dr. Francis Bullos, nosso Blog estará permanentemente aberto para o seu portugues correto, seu raciocínio peculiar e sua cultura vastíssima.

RESPOSTA, SE POSSÍVEL. Caro Julinho, saudações. Desconhecia seu BLOG, porque imerso em várias atividades, frequento a internet para assuntos específicos, além do meu email, e também por não ter sido informado, antes, deste seu espaço. Quando fazia uma checagem geral ontem pelo blog, conhecendo-o, pude verificar que vc deu uma resposta a alguém que não se identificou, o que lamento, já que não vejo o motivo de não assinarmos o que escrevemos, por pior que seja aquilo que escrevemos e, por mais injusto e depreciativo que possa parecer. Fui citado nesta resposta pq o comentarista relacionou-me num hipotético governo de Ademir Melo, como Secretário de Saúde, junto a outras pessoas que, de forma irônica, menciona. Em sua resposta vc cita o fato de que eu e o então vereador José Marques, tenhamos votado pela aprovação das contas do então Prefeito Roosevelt Brasil, quando estas foram rejeitadas pelo TCE. Verdade, pq ao analisá-las, verifiquei que a reprovação era produto de confusão técnica daquele egrégio tribunal. Como votei contra a aprovação das contas da Prefeita Inês Pandeló, pq as considerei com graves erros e desorganizações que demonstravam falta de embasamento não condizente com as necessidades administrativas de uma prefeitura da complexidade de nosso município, sem que isto indicasse qualquer desonestidade da então prefeita; ao contrário, jamais poderia afirmar que dela pessoalmente viesse tal conduta inidônea. Orgulhar-me-ia de fazer parte de um eventual governo Ademir Melo como secretário, assim como jamais seria depreciativo, também, ser colega deste eventual secretariado de qualquer um dos citados. Por exemplo, por mais humilde e desconhecedor que fosse de situações administrativas, prezava infinitamente mais o "Azeitona" do que muitos membros de muitos governos e com toda a sapiência que possam ter, justamente pq aquele amigo e saudoso cidadão sobre o qual debocha o missivista, tinha uma qualidade insuperável para mim em um ser humano: a humildade. Melhor do que o orgulho e a empáfia dos que se acham os bons, mas estão perdidos em seus objetivos. Também nunca vislumbrei covardia no "Azeitona", coisa que transborda em quem se esconde nas cartas que não assina. Quanto a ser Secretário de Saúde, já exerci a função, embora com outra denominação, e com poder decisório muito maior, pq não submetido a Prefeitos, mas sim a autoridades federais. E mesmo comandando a Saúde de três municípios (Barra Mansa, Rio Claro e Bananal) e a Assistência Rural de dois (V.Redonda e Resende) concomitantemente, além de presidir a antiga LBA, jamais comprometi minha atuação e aqueles que dependeram de mim. Em 5 anos e 9 meses, deixei 26 postos médicos em bairros (os primeiros do Brasil fora do centro), 2 CTIs, liquidei com as filas, 2 Sirenes, a do São Luiz e a da Vila Nova, aumentei exponencialmente os leitos hospitalares, abri ambulatórios nos hospitais, tinha uma Central de Medicamentos tão eficiente que o nº de farmácias era bem menor na cidade, coloquei ECG no Posto Central do INAMPS, Pronto Socorro Psiquiátrico, não havia demandas reprimidas em exames, não havia carência de cirurgias, inexistiam dificuldades para consultas, especialidades não eram reprimidas, existindo em quantidade mais do que suficientes, abri postos nos distritos de Rio Claro e em Arapeí, Bananal, odontólogos em 3 turnos nos postos e Sirenes, fisioterapeutas à vontade, insalubridade para os servidores que jamais a tinham recebido, rodízio de servidores nos cargos e funções para que estivessem preparados para todos os eventos, abertura de processos administrativos contra entidades conveniadas que fraudavam o sistema, auditoria permanente, acordando às 2 horas da manhã para vistoriar leitos em hospitais visando saber como a população estava sen do atendida, além de preparar a Vila Nova e o São Luiz para os primeiros postos de urgência, que não pude concluir por ter solicitado exoneração, após tanto tempo no cargo, reconhecendo que minha administração já se esgotava em sí própria. Do meu planejamento inicial, só não pude concluir dois: enfermaria para tratamento dos portadores de câncer e hemodiálise, já que à época, os custos eram muito maiores, além da complexidade a ser enfrentada. Julinho, eu ficaria satisfeito apenas com os CTIs, pq peguei um município, cuja medicina era da década de 40 e trouxe-o à contemporaneidade. Gente morria no caminho para o CTI da CSN vindas de bairros distantes de Barra Mansa. Enfrentei imensas dificuldades, acredite se quiser, para colocar esta cidade nos eixos. Mas aí é que reside a beleza da luta. Não tenho mais vontades políticas ou de cargos. Hoje, apesar de absolvido em um processo, ainda luto contra outro que me condenou em circunstancias estranhas e qu e levaram o juiz à Corregedoria do CNJ, por ligações suspeitas. Aguardo para qualquer momento outra absolvição. Mas por enquanto, como tenho vergonha na cara, mesmo que quisesse ser candidato, já que não tenho sentença transitada em julgado, reconheço-me como um "ficha-suja", portanto excluído do rol daqueles a quem o povo brasileiro e barramansense deve honrar com seu voto. Considero-me como tendo cumprido tb a missão política com Barra Mansa: 16 ruas com meus recursos, meio km de rede de esgoto tb com meus recursos, lei que impediu cobrança de IPTU em jiraus, lei que criou a CODECON, lei antipirataria, lei dos vinte minutos na fila de bancos, lei que impediu a prefeitura de cobrar esgoto onde não existia, lei que preservou a Fazenda da Posse, combate ao cartel dos combustíveis, livros escolares para o Ensino Médio em muitas escolas que não os recebiam e comprados com recursos próprios tb e outras tantas coisas que não me recordo, fora as muitas lutas e das quais vc bem conhece. Ademir Melo com sua característica humana intensa e a amizade imorredoura, talvez me chamasse para ser o seu secretário, mas o Francis que conheceram de outras lutas cansou-se destas, e definitivamente. Batalho agora para que a Cultura em Barra Mansa tenha um diferencial que a projete dentre outros municípios, sem ajuda de qualquer recurso público, do qual não necessito para este sonho; é minha missão final. Um abraço, sucessos no seu BLOG e obrigado pela defesa gentil e pelo espaço, Francis Bullos

Nota do Blog: Francis, não sei se nossos caminhos voltarão a se cruzar, mas de qualquer forma, saiba que foi um incomensurável prazer partilhar de muitos momentos ao seu lado, o que para mim, creia, foi altamente enriquecedor. Um grande abraço e parabéns pelo legado deixado em favor de nossa cidade e o ora construído em prol de nossa cultura. Não sei se melhor ou pior, mas certamente o mundo não seria o mesmo sem a sua presença, e fazer a diferença no meio de tanta mediocridade, fizeram, e fazem, a sua vida valer muito a pena.