ADIAMENTO DO INEVITÁVEL.

QUANDO DOIS MAIS DOIS NÃO SÃO NEM TRÊS.

Segundo informações que nos chegam, o resultado da composição de aliança visando uma candidatura única entre os três pré-candidatos: Jonas Marins, Inês Pandeló e Ruth Coutinho, previsto para o mês de março, foi adiado para o mês de abril. Penso que na verdade, os lados estão ganhando tempo para evitar a proclamação do que parece óbvio: A aliança é imponderável. Pelo menos no que se refere ao Jonas e a Inês. Creio que ambos jogaram com a possiblidade única de obterem o apoio do outro e isso por si só, já sepulta a possibilidade real de composição. Quanto a Ruth Coutinho, supomos que ela deverá optar por um dos dois, seja como candidata a reeleição como vice-prefeita, ou seja numa candidatura ao legislativo. Na nosso modesta visão, não conseguimos conceber que os colaboradores de Jonas, ávidos por um espaço no centro administrativo, permitam que seu líder abra mão da candidatura, pois a bem pouco tempo atrás, já consideravam as favas contadas e a vitória assegurada e ignoravam o fato que uma suposta aliança com o PT poderia causar estragos irreversíveis na candidatura comunista, visto que muitos desses colaboradores e apartidários são oriundos dos quadros funcionais da prefeitura que por razões variadas, têm Inês como adversária histórica e aliada indesejável. Já em relação a Inês, mesmo que ela ainda não tenha demonstrado total convicção na sua viabilidade eleitoral, o problema virá de cima para baixo. Explico: O PT tem uma hierarquia rígida e as decisões de Brasília tem que ser acatadas mesmo a contragosto. Imaginem a cena dos poucos momentos em que Dilma, Lula, Zé Dirceu, entre outros mentores petistas discutirem a questão eleitoral barramansense e suponhemos que um destes caciques vermelhos pergunte para o Lindberg ou outro enviado fluminense: -Como é a situação do PT em Barra Mansa? E o enviado responderá o seguinte: -Bem, em Barra Mansa, já fomos governo, temos a única deputada eleita, em terceiro mandato, que inclusive já foi prefeita da cidade e o governo atual (PMDB) é considerado o pior da história do município e conta com uma rejeição astronômica. Provavelmente se omitirá que Inês perdeu as três últimas eleições para o Executivo e que também desfruta de rejeição considerável. Tenho convicção que de forma imediata, todos os presentes falarão concomitantemente: Acabou o assunto, lançemos candidato a majoritária e fim de papo.

O PT, dono do governo federal, não abre mão de candidatura nem em cidades com chances medianas, imaginem com o histórico apresentado. Só restará para Inês, o direito democrático e pessoal de não ser candidata, mas o PT terá que apresentar algum nome, mesmo que inexpressivo. Sem trocadilhos. Isso por si só já cortaria um imprescindível tempo de rádio e TV para o Jonas, visto que seu partido, o PC do B, possui espaço diminuto na propaganda eleitoral. Retomo essa linha de pensamento para mais uma vez registrar nosso raciocínio primário em relação a aliança: Tiro no pé. Não sou dono da verdade mas faltam-me argumentos para enxergar algo diferente. Mesmo assim, fiquem a vontade e exerçam o direito ao contraditório. A união das oposições pode ser utópica, mas é um caminho saudável e pode ser um atalho louvável.