ATENÇÃO AUTORIDADES MUNICIPAIS!!!!

Recebi o e-mail reproduzido abaixo, encaminhado pelo meu dileto amigo Dr. Francis Bullos, que alerta para uma gravíssima situação real e recorente em nosso município. Solicito especial e urgente atenção dos secretários municipais Ronaldo Alves, Maria José, Ebison Diettrich e prefeito Jonas Marins.

CRACOLÂNDIA MUNICIPAL

Não foi por falta de aviso. Durante meses comuniquei ao governo passado que não tomou quaisquer providências, o jornal A VOZ DA CIDADE publicou reportagem com fotos, levei por escrito e verbalmente aos vereadores Marcelo "Cabeleireiro" e Luiz Antonio Cardoso, em seguida alertei ao atual prefeito Jonas Marins, que viu com seus próprios olhos, liguei duas vezes para o atual secretário municipal de Planejamento Urbano, senhor Ronaldo Alves, mas de nada adiantou. Por omissão das autoridades permitiram que fosse instalado em pleno bairro Santa Rosa uma cracolândia, oficial, diga-se de passagem, já que as autoridades encolheram-se atrás do compadrismo crônico e da politicagem que detona diariamente o meio ambiente e a urbanização da cidade. Querem saber como surgiu a cracolândia municipal? Vou contar em detalhes.

Em terreno de mais ou menos setecentos metros quadrados, comprados da antiga empresa SANEVIA, situado à rua Dário Junqueira de Andrade, bem na esquina que dá para frente da minha casa e da praça que leva o nome da professora Cristina Saeger, também moradora do local, habitado por muitas famílias com crianças inclusive, começou repentina e coincidentemente logo no início do período eleitoral a construção de dezoito, isto mesmo, dezoito casas, se é possível chamar de casa aquilo que estão fazendo, no espaço exíguo de um terreno do  tamanho de setecentos metros quadrados. Quem autorizou esta excrescência urbana? Ninguém sabe, ninguém viu. Solicitei a uma advogada, também moradora da rua que fosse à prefeitura, local onde, costumeiramente, se iniciam os malfeitos crônicos contra o município. Era final de 2012. Chegando na dita secretaria de Planejamento Urbano foi atendida por servidora que, ao saber do que se tratava, confirmou que tinha ciência, e que estava revoltada com o fato da ausência de licença, mas que nada podia fazer. Só que a advogada observou que no documento que era a planta do terreno, haviam escrito: "Chefe de departamento". Seria ele, o tal Chefe, o interessado na ilegalidade? Não sei! O que sei é que a obra continuou e é digna de ser vista, não pela beleza, porque foge e muito disso, estando torta a construção; não pelo espaço de uso aos futuros moradores, porque não passa de um cubículo; não porque tenha duas vagas de garagem porque não tem nenhuma, sendo utilizado para este fim o próprio recuo obrigatório da calçada; não porque tenha invadido área condominial de 104 metros quadrados, mas porque a fiscalização do Planejamento inexiste com todas as letras. Ela deve ser vista sim, mas como um monumento daquilo que observamos continuamente em Barra Mansa: o descaso do poder público com a vida dos munícipes traduzido pela vergonhosa omissão, que só não existe quando se trata do palavreado bonito que escutamos em audiências públicas cheias de hipócritas que ali vão para justificar um futuro que nada significa para eles.

A obra que utilizou escória no lugar de pedra, cimento e areia em suas sapatas, se lixando para o lençol freático, que utilizou vergalhões de segunda ou terceira mão que eram desentortados em frente ao meu portão, que utilizou areia de procedência duvidosa, de cor e composição estranha que jamais vi ser utilizada em outra obra, pois esta obra continuou embalada pelo sonho de ser mantida na administração anterior. O novo prefeito foi eleito e a obra então parou, assim do dia para a noite. Pronto, achei que fosse reflexo do receio da ilegalidade. Ledo engano. O problema foi, segundo amigos do proprietário, a falta de recursos financeiros em continuar a favela, a filial da Vila Cruzeiro de Barra Mansa, e não a fiscalização municipal ou o receio dela, porque segundo os mesmos amigos do dono, "com o Jonas não vai ter problema e não é com a prefeitura que o senhor vai conseguir; o Jonas é amigo dele." E complementaram dizendo que o "construtor" do caos diz para quem quiser ouvir que ao lado da casa dele jamais construiria "aquilo". Em resposta eu disse aos amigos que lamentava pela falta de cidadania do indivíduo; que meu problema não era com o Jonas, a quem não vou recorrer já que cabe a ele, prefeito, a obrigação de fiscalizar; que a comunicação vai ser feita inicialmente ao  Ministério Público e à justiça contra a Prefeitura e o proprietário e, finalmente, que estou com as fotos e todas as provas das irregularidades, testemunhas, etc. Pois agora tenho mais um motivo para ir à luta.

Num município que possui legislação específica para criação de animais em área urbana, mas que deixa proliferar cavalos, bois e vacas no bairro Santa Izabel pastando em vias públicas de outros bairros, que ao que me constam não são área rural e acha possível combater doenças; num município que permite em plena rua Mário Ramos tenham construído prédio de apartamentos sem garagem só porque o proprietário recebia em sua lanchonete os políticos e secretários beberrões da prefeitura para o chope das administrações passadas, num município onde os alunos da escola estadual Luiz Gonzaga de Matos são obrigados a enfrentar sol e chuva dando voltas até chegarem ao colégio porque o dono de um prédio invadiu servidão impedindo escada, num município onde a legislação é rigorosa para os contribuintes e benevolente para os amigos e compadres, não se podia esperar outra coisa senão este péssimo exemplo que demonstra a cronicidade dos desmandos. Pois agora, alertado por um vizinho preocupado com seus filhos, fui descobrir que a obra abandonada sem um tapume sequer, sem proteção, transformou-se em motel público e cracolândia. Diariamente, a partir das vinte horas, começa o ritual com movimento de usuários e sexo feito entre as paredes semi-concluídas. Outro dia liguei para a guarda municipal porque abandonaram uma coluna de concreto a meia altura na curva que se desce para a rua Rubem Barcellos, avançando um metro no asfalto. Caso não fossem tomadas providências, um acidente poderia ser fatal. E daí se fosse? Iam jogar a culpa no fulano, que jogaria no beltrano, a família do acidentado entraria na justiça e receberia em precatório dali há cinquenta anos! A obra abandonada é testemunha das minhas palavras, com lajes cedendo, chão afundando, esperando que uma criança mais afoita sofra um acidente, para depois se debulharem em lágrimas de crocodilo na mídia "muito consternados".

Para mim não interessa se o prefeito mudou ou não; o poder público não pode sofrer interrupções em suas ações fiscalizadoras somente porque saiu um e entrou outro, principalmente quando existe risco para a população. Na verdade, não é a "falta de veículos" para fiscalizar, como me disseram, que impede a obrigação da prefeitura, mas sim a acomodação preguiçosa aos gabinetes refrigerados e o medo de perder o "votinho", mesmo que o povo se dane.

Não é esta a Barra Mansa que queremos!

FB/2013         francisbullos@uol.com.br