segunda-feira, 11 de março de 2013

PÚBLICO LARGADINHO VAI FICAR PAGANDO PAU?

UM CHOQUE ELÉTRICO DE DESRESPEITO AO CONSUMIDOR.
Eu não iria ao VR Elétrico. O preço do ingresso para as áreas mais confortáveis estava muito caro e já não tenho mais idade para suportar uma maratona de shows que inclua Fernando e Sorocaba na lista, mas Claudia Leitte e Monobloco até que valeriam o meu esforço pela festa que sempre proporcionaram, mas entre prós e contras, me aboli da possibilidade. Porém, como esporádico realizador de eventos, torço, sempre, para o sucesso de todos, especialmente quando são sediados na nossa região. Fiz uma única parceria com a Open Eventos, num show do Nando Reis, e fiquei muito satisfeito com a empreitada e nada tenho a reclamar da empresa comandada pelo pequeno grande Alexandre, e isso me deixou ainda mais triste e preocupado com o cancelamento da festa.
Infelizmente, a recente tragédia ocorrida na Boate Kiss, em Santa Maria (RS) fez com que os obstáculos para a realização de eventos, que já não são poucos, se multiplicassem e tenho ciência da existência de diversas "autoridades" que criam dificuldades para "vender" facilidades. Todo empresário do ramo sabe e convive com isso e muitas das vezes ficamos a "mercê" de infundadas exigências propostas pelos mesmos.
Não quero entrar no mérito da questão do cancelamento/adiamento, pois não tenho dados materiais pra avaliar, mas pela minha experiência, sempre suponho que os empresários do ramo são lesados em seus direitos e geralmente submetidos a atendimentos de "caprichos pessoais" de pessoas que tem alguma responsabilidade sobre a emissão de documentos liberatórios para realização de eventos, especialmente, os de grande porte, e sendo assim, minha solidariedade, mesmo que não servisse para nada, era total na torcida sincera de sucesso para seus realizadores e investidores.
Isso não justifica a forma arbitrária e ilegítima que a coordenação do evento anunciou para a suposta devolução de valores pagos pelos ingressos. Segundo percebi em notas oficiais e comentários, a devolução dos valores pagos para os que não desejaram ou não puderem estar presentes, será feita, "exclusivamente", no dia e no local onde se instalará a bilheteria do evento a ser realizado (será?) no dia 17 de março.
Ora, se a pessoa puder estar na cidade ou no local no dia reprogramado do evento, e já se encontra com ingresso em mãos, ela vai querer assistir e não haverá motivo para devolução, porém, e aqueles que viajaram por longas distâncias e não poderão retornar a cidade no dia 17, como é que ficam? Vi, no restaurante em que me encontrava após o cancelamento, diversas pessoas oriundas até de outros estados, que não terão como estar aqui no dia 17, isso sem contar com os moradores locais que já tinham outros compromissos agendados, e ainda assim, há de se respeitar o direito daqueles que por motivo qualquer, não queiram mais participar do show, mesmo porque, acontecerá em outro dia de semana diferente do original, e existe um número grande de pessoas que trabalham cedo na segunda-feira, ou dão plantão nos domingos, ou que simplesmente, não queiram mais ir, e qualquer que seja a alternativa ou motivo, acima de tudo, o consumidor há de ser respeitado.
Passei por situação similar, embora com diferenças abismais de tamanho, quando pretendi realizar, anos atrás, um show do Beto Guedes, entre outros artistas, no Sítio Miraí, na estrada que liga Barra Mansa a Bananal. Uma chuva sem precedentes e a queda total de energia na localidade e adjacências durante todo o dia do evento impossibilitaram a sua realização. Em comunhão com os artistas contratados, reprogramamos o show para o sábado seguinte, desta feita no Ilha Clube, e mais de 70% dos adquirentes de ingressos optaram por não assistir, e tiveram os valores dos ingressos totalmente resgatados nos mesmos postos de venda onde efetuaram a compra. Isso não é mérito nenhum, é apenas obrigação moral e ética dos promotores de eventos.
Espero que a OPEN EVENTOS reveja sua posição irracional que nos remete a suposição de embuste e respeite todos aqueles que acreditaram na realização do evento e gastaram valores expressivos para adquirem (muitos com grandes dificuldades) o ingresso para a festa não realizada, e por razões pessoais ou de força maior, não desejem, não possam ou não queiram arriscar-se na empreitada de shows adiada para o dia 17, antes que seja necessária mais uma intercessão da justiça, que caso ocorra, colocará a credibilidade da produtora ainda mais arranhada.
No mesmo local, da mesma forma, e no mesmo valor, há de se viabilizar o resgate de valores que foram empenhados para a compra dos ingressos. Isso é o mínimo que a produção do evento pode oferecer, e se por ventura, for detectado prejuízo financeiro causado por ação arbitrária, ajuíze-se os seus supostos responsáveis nas esferas jurídicas próprias. O público, razão maior de qualquer evento, há de ser respeitado e tratado com a devida dignidade.

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