O DESCANSO DE UM GUERREIRO.
Desculpem-me pela falta de postagens. Resolvi realizar um luto de 3 dias no Blog pela passagem de meu amigo Paulinho para outro nível espiritual.
Trabalhava no Banerj e vislumbrava progresso na carreira, muito embora o Banco já tivesse dado sinais claros de enfraquecimento graças a politicagem em sua administração. Meu gosto pela política já era acentuado e em Barra Mansa se antevia uma polarização na disputa para prefeitura entre Marcelo Drable e Wellington Ribeiro.
Isso era no início de 1988.
Procurei aliados de Marcelo e eles fizeram pouco caso da nossa participação. Com Helinho já foi diferente, pois embora ele tivesse ficado feliz em conversar conosco, sua postura na campanha não nos agradava assim como as alianças em torno de seu nome.
Um belo fim de tarde, na Alfaitaria União, conheci Ismael de Souza, e sua postura me agradou, embora suas chances naquele momento fossem ínfimas. Comecei conversando com meus colegas de BANERJ, que foram simpáticos a nossa idéia de apoiar um nome alternativo e a partir daí conheci Paulinho, que transformou-se também em meu cliente no Banco, através da empresa que ele era sócio, a PROTEFER. Desde então, era comum sermos vistos juntos nos comícios de Ismael e nas andanças políticas.
A nossa campanha que começou diminuta, continuou sem recursos financeiros mas ganhava as ruas numa velocidade avassaladora. A cada dia, minha amizade com Paulinho ia se solidificando e percebíamos que tínhamos muitos ideais em comum.
Vencemos a eleição, e satisfeito, percebi que Ismael havia convidado Paulinho para assumir o SAAE de Barra Mansa. Semanas após, foi a minha vez de receber um convite para licenciar-me do Banco e assumir cargo de direção na mesma autarquia. A idéia partiu de Paulinho, o que me fez correr o risco.
Assumimos o SAAE envolto em dívidas, e nós, embebidos do objetivo de moralizarmos a autarquia e plantarmos uma semente de esperança na política local.
Tivemos muitos contratempos e ferimos muitos interesses, o que gerou na transferência de Paulinho para outra seara. O tal de Roosevelt Brasil, jovem ambicioso, tinha conquistado a confiança do prefeito e pouco a pouco começava a tomar conta do espaço e afastava os amigos de Ismael. Eu fui o último a resistir e virei Secretário de Governo Municipal. Caí pra cima, como se dizem.
Nos poucos meses como Secretário de Governo, formei uma dupla com Paulinho, então Assessor Legislativo do Prefeito, e viramos o jogo na Câmara Municipal, transformando uma oposição raivosa em um bando de aliados fiéis.
Depois, nos outros cargos que assumi no Governo, sempre tive Paulinho ao meu lado e por minha vez, sempre estive ao lado dele. Foram quatro anos muito intensos em nossas vidas e minha amizade com Paulinho tornara-se indestrutível.
Ao voltarmos para a iniciativa privada, percebemos, cada um ao seu tempo, que tínhamos perdido a embocadura, pois nosso prazer em trabalhar no serviço público era muito maior do que nossa vontade de ganhar dinheiro ou amealhar fortuna.
Isso custou muito caro para nós dois e passamos, juntos com nossas famílias, por situações financeiras delicadas e atemorizadoras.
Neste período, ora Paulinho era meu pai, ora meu filho, mas sempre, meu irmão.
Passados alguns anos, a Câmara Municipal de Barra Mansa nos adotou e voltamos para o terreno onde nossas pernas transitavam com mais alegria e prazer.
Cada um na sua praia, fomos conquistando espaços e parceiros e cada um a seu modo, foi recompondo a sua vida.
Durante um tempo, titularizei um programa de rádio, o “Câmara no Ar”, que falava do dia-a-dia no legislativo, tentando aproximar o povo de seus vereadores. Este programa inspirou Paulinho para criar o “Café no Bule”. Parceiro como sempre, Paulinho me pediu um slogan para o Café no Bule e minha resposta foi imediata: “Quem tá limpo toma, quem tá sujo se queima”. Era talvez, uma premonição para o Ficha-limpa de hoje em dia.
Nestes últimos dez anos, eu fui inspiração para o Paulinho assim como ele foi para mim. Criei este Blog por sugestão dele e apoio de nosso amigo Rodrigo Drable.
Enfim, poderia discorrer por semanas sobre passagens comuns de nossas vidas, mas prefiro parar por aqui, pois tenho o direito de guardar no coração nossos momentos de maior cumplicidade e luta.
Deus permita que Paulinho continue me inspirando, e Deus permita que nossa convicção de que um plano espiritual maior nos aguarda em outra vida, seja real, e que ele em breve desfrute da paz que tanto lutou para conquistar.
Perdi Paulinho, mas ganhei dois filhos, Paulinha e Cauê, que estão a partir de hoje sobre minha eterna proteção, em gratidão e homenagem a um amigo que tempo algum fará apagar da minha memória, do meu coração, e da minha vida.
Vá em paz, baixinho guerreiro.
Perdi Paulinho, mas ganhei dois filhos, Paulinha e Cauê, que estão a partir de hoje sobre minha eterna proteção, em gratidão e homenagem a um amigo que tempo algum fará apagar da minha memória, do meu coração, e da minha vida.
Vá em paz, baixinho guerreiro.
Obrigado por você ter feito parte de minha vida de uma forma tão intensa.
Doravante, aqui em baixo,
Doravante, aqui em baixo,
Lutarei por nós dois.
Caro Julio,
ResponderExcluirPerdoe-me o anonimato, pois assim acompanhei o Paulinho desde o primeiro "Café no Bule" e acompanho seu blog com admiração em respeito.
Nós amantes do rádio AM passamos a ter uma intimidade distante dos comunicadores. E assim aconteceu com Paulinho onde concordava e discordava no silêncio do meu canto.
Deus lhe dará a paz tão desejada e que o Ricardo, o Jefferson e quem sabe você, dê continuidade ao programa.
Não nos conhecemos pessoalmente, mas fique certo que nutro grande admiração, respeito e reconhecimento pelo excelente trabalho do seu Blog.
Um fraterno abraço.
fiquei emocionada lamentavel foi saber que hoje o hilton alexandre anunciou o fim do cafe no bule entre outras infelizes frases.
ResponderExcluirMas temos outra rádio a Sul Fluminense para fazermos o programa, se possível em até outro dia , para evitar o sábado.
ResponderExcluirPrecisamos nessa hora é homenagear o amigo Paulinho, ele que venceu a vários desafios, iria ficar muito puto se acovardássemos nessa hora.
Sul Fluminense já.
Julinho, imagino o que deves estar sentindo com a falta deste "irmão",
ResponderExcluirmais o melhor de tudo o que passaram e lutaram Paulinho te deixou:
são os filhos dele e as lembranças. Esses são os grandes presentes que
esse seu grande amigo te deixou. Não permitas que a tristeza invada o seu
coração. Paulinho não gostaria de ver um grande amigo sofrendo por sua partida.
Ele se foi, por que já havia cumprido a sua missão aqui na Terra e Deus precisou dele e por isso o levou. Paulinho está, com toda certeza, muito bem.
Feliz por ter tido amigos tão irmãos como você e Ricardo. E também por saber que vocês continuarão a luta iniciada por ele.
Ainda não consigo me expressar da maneira que gostaria, pois a cada frase que leio, a cada frase que escrevo, a lágrima toma conta do meu rosto.
ResponderExcluirEstou fragilizada, afinal eu perdi o grande e verdadeiro amor da minha vida, o meu melhor amigo, meu melhor parceiro, o meu maior cúmplice, o meu grande professor, e apesar de tantos erros, o meu maior orgulho.
É lamentável ver o desrespeito de algumas pessoas com o próprio ser humano. Sei que você deve moderar muitos comentários, pois tenho acesso ao blog do Café no bule e alguns comentários são demasiadamente ofensivos e agressivos. Realmente é LAMENTÁVEL, pois todos esses anônimos têm pai, mãe, filhos, e todos vão passar por esse momento de dor, afinal, a única certeza que temos nessa vida é a morte. E eu me pergunto, será que esses anônimos, “RRC”, “AB”, “UM DO BEM”, “GO OUT” (é assim que se intitulam não é??) iam gostar de ver as pessoas desejando e festejando a morte de um de seus filhos??? Meu pai sempre me dizia: _ Não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você. Portanto, cada um tem a sua hora.
Bom, mas estou aqui pra agradecer o carinho de tantos outros, as orações, as rezas, a atenção e o respeito com meu pai, e principalmente a você Júlio, que foi pai, amigo e irmão.
Eu perdi meu pai, você perdeu um amigo e Barra Mansa perdeu um grande cidadão. Um homem que amava Barra Mansa, que queria ver o progresso de nossa cidade, que passava horas a fio me contando histórias de Barra Mansa de antigamente com aquele saudosismo gostoso. Ele contribuiu muito com nossa cidade e de onde estiver vai continuar nos iluminando.
Como ele diria: Muito Axé pra todos!
Grande abraço e meus sinceros agradecimentos.
Não conheci o Paulinho pessoalmente, mas era íntimo como ouvinte desde o primeiro programa e por isso tenho o direito de exigir o mínimo de respeito a memória dele e aos sentimentos de sua família, que contam com minhas orações.
ResponderExcluirE por favor, não o comparem em segundo algum ao Sebastião Alves, que é outro ser nefasto e que não tem amor algum por Barra Mansa, cuja opinião oscila de acordo com quem lhe paga.