BARRA MANSA BEM MELHOR.

UMA TRISTE CONSTATAÇÃO.

Por onde ando em Barra Mansa, seja em qualquer lugar e em qualquer nível social, percebo um descontentamento freqüente com a administração municipal e a cidade como um todo. As ruas cada vez mais abandonadas e esburacadas, as escolas sem a mínima manutenção, os professores desmotivados e desmoralizados, a saúde pública inapta e perigosa para o cidadão, o transito engarrafado, as multas em profusão sem consciência educativa, o atendimento precário e insolente na maioria dos segmentos administrativos, a conta de água cada vez mais cara assim como a tarifa de transporte urbano, opções de lazer reprimidas, desemprego acima dos níveis regionais, falta de incentivo fiscal, cultura acéfala, funcionalismo achatado salarialmente e repreendido sistematicamente, lixo nas ruas, casas em risco, falta de vagas de estacionamento para veículos, comércio inoperante, enchentes corriqueiras em todos os verões, leptospiroses, dengues, colégios particulares caríssimos, colégios públicos insuficientes e ineficientes, são apenas algumas das reclamações mais freqüentes e persistentes.
Pode ser controverso, mas mesmo assim acho que o prefeito Zé Renato vai se reeleger. E existem diversas explicações para o suposto fenômeno.
Primeiramente, o povo de Barra Mansa, após tantas mazelas, parece triste e conformado com a própria desgraça. Ignorantes fantasiados de intelectuais alardeiam aos quatro ventos a boçalidade de “detestarem” política e não estarem nem aí para a situação. E quando o povo se abstém de reivindicar os seus direitos e exercer o seu voto fica mais fácil para a classe dominante se manter dominante através de acordos espúrios com os mais ignorantes e dominados.
Em segundo lugar existe a notória divisão de forças entre a oposição, que na maioria das vezes fica mais preocupada com o próprio umbigo do que com os destinos da cidade. O PT, mesmo após tentativas fracassadas de galgar novamente o poder em Barra Mansa, do alto da eleição da Dilma e da reeleição da Inês Pandeló, provavelmente vai lançar candidato, mesmo sem chances reais de vitória. Da mesma forma, meu amigo Jonas Marins, amparado pelo acréscimo em sua votação, por mais ilusório que tal fato possa ser, sente-se na obrigação de se lançar. O grupo do Ademir Melo, mesmo supostamente enfraquecido, também deve lançar algum nome, talvez até o mais preparado administrativamente, como o Dr. Paulo Cosenza, mas que ainda é uma incógnita total no campo político. Não duvido que a família Nader também lance um nome ou apóie alguém estranho no ninho. Ouve-se falar que Garotinho vai lançar um candidato próprio e comenta-se que Tuca, que apesar de boa pessoa, tem desempenhos pífios nas urnas, seja o nome escolhido. Não será surpresa que candidatos repetitivos e com desempenhos fracos também se aventurem novamente, tais como Flavio Pereira, Arnaldo Borges, Darquinho, Roberto Chapéu, Chris, Pedro Paulo, Dr Aluisio, entre outros, motivados por alucinações do Além, também se arrisquem. Fala-se também na candidatura engraçada da Rutinha. Comenta-se que o meio empresarial pode lançar nomes, e Bruno Marine e Claudio Manes são alguns sempre lembrados. A lista é interminável e outras surpresas podem aparecer. Não estou julgando o mérito das candidaturas nem a capacidade gerencial de ninguém, apenas atesto que são muitos nomes sem densidade eleitoral para uma aventura solo e sem consistência. Isso só favorece quem? O Grupo dominante, que se diz do bem, e quando vê algum candidato a altura para derrubá-lo é automaticamente rotulado de mal.
Os do “bem” investem pesado na divisão de forças e estrategicamente estão corretos. Tolo é quem cai na armadilha.
Mas os investimentos do “bem” nas eleições não param aí. Lamentável que a maior parte desses investimentos saiam do nosso bolso através de nossos impostos, afinal: Quem paga uma empresa de pesquisa diária para o “Bem”? Nós. Quem paga a mídia do “Bem”? Nós. Quem paga os cabos eleitorais e fiscais do “Bem”? Nós. Tudo isso abençoado com a inércia e a morosidade da justiça, a omissão e despreparo da oposição e a desilusão do povo.
Mesmo que realmente eles fossem do “Bem”, e afirmo categoricamente que a maioria não é, Barra Mansa precisa de muito mais. Barra Mansa para sair do estado de abandono e falência que se encontra precisa de um bem melhor. Muito Melhor. Barra Mansa Bem Melhor.