quarta-feira, 23 de novembro de 2011

LÁ VEM PORRADA...



POLITICAMENTE CORRETO É O CACETE.

Não adianta: pau que nasce torto não endireita. As críticas deram uma maneirada, os elogios tornaram-se constantes em nosso Blog, mas o tal do Julinho é polêmico e vai morrer assim. O assunto desta postagem é literalmente na contramão dos modismos. O mundo está muito chato com essa onda de politicamente correto. Recebo diariamente e-mail de um companheiro, o Rafael Ferreira, que se especializou em assuntos pertinentes a prevenção de acidentes de trânsito e até acho válida a sua bandeira. Esse papo já lhe rendeu entrevistas em várias emissoras de rádio e televisão, e creio que existe alguma candidatura implícita por aí, mas não é essa a questão da postagem. Antes de tudo, informo que evidentemente também sou a favor de medidas para minimizar a incidência de acidentes automobilísticos nas estradas e vias urbanas em geral, mas tudo tem limite. Essa história de Lei Seca entre Barra Mansa e Volta Redonda é uma tremenda de uma babaquice.

Certamente vão dizer que por gostar de tomar um whiskynho (na verdade, vários), ou uma vodka, ou um Camparizinho ou um bom vinho, estou escrevendo em causa própria, e não nego. Mas gostaria de esclarecer que muito antes da aplicação da Lei Seca, quando chego ao Rio de Janeiro, guardo meu carro no hotel e só ando de táxi. Em Niterói, idem, e se fosse constantemente para São Paulo, agiria da mesma forma.

Essa lei que minimizou o número de mortes nas ruas tem que ser aplicada onde há grande incidência de acidentes de trânsito por causa de consumo de álcool, e todo mundo tem que se adequar. Mas daí a querer priorizar os trabalhos da polícia militar em nossa região, infestada de bandidos, para que eles fiquem posando de bafômetro na mão, é de uma calhordice e politicagem sem dimensão, para deleite dos meliantes.

Nossa cidade já é órfã de Volta Redonda e cidades vizinhas para seu lazer e agora, para felicidade geral dos taxistas e traficantes, querem enrijecer contra os motoristas. É bom frisar que o número de acidentes fatais de trânsito entre as duas cidades é ínfimo, quase nulo, e é bom que se esclareça que enquanto você pega um táxi no Rio de Janeiro num percurso de 13 quilômetros e paga na média R$25,00, aqui, de Barra Mansa para Volta Redonda, na metade do percurso quilométrico citado acima, você não desembolsa menos de R$60,00. Também é bom ressaltar que as drogas mais usadas na região (cocaína, maconha, crack, ecstasy) não são diagnosticadas pelo bafômetro, e isso certamente fará os usuários de drogas aumentarem o seu consumo. A grande maioria dos assaltos, estupros, latrocínios, entre outros crimes, são cometidos por pessoas drogadas e não alcoolizadas. As polícias de nossa região têm muito mais do que se preocupar do que ficar vigiando motoristas que tomaram uma cervejinha no final de semana até que as estatísticas provem o contrário. Isso sem contar que tal iniciativa possibilita uma corrupção muito conveniente nas vésperas natalinas.
Outra hipocrisia dessa história é que as propagandas de cerveja na TV continuam nos horários nobres incutindo a idéia em nossos jovens que beber é é sinônimo de vitória, alegria, felicidade, socialização, tipo: se bebeu, você merece, se não bebeu, é anti-social.
Se isso não bastasse, ainda há uma desigualdade: os ricos vão continuar saindo para beber em suas festas, conduzidos por seus motoristas particulares e a grande maioria vai ficar sem poder brindar um aniversário, um casamento, um batizado, no veículo que com muito orgulho e crediário, lutou para comprar.

Essa Lei Seca do Brasil é a mais rígida do mundo. Nos países civilizados, não existe essa historinha absurda, porém, caso algum motorista embriagado provoque alguma morte ou acidente mais grave, a justiça é implacável e o causador sofre severíssimas consequências e é privado da liberdade. Assim que se separa o joio do trigo e se isola os motoristas conscientes de seus limites, dos irresponsáveis. Esse é o caminho, o resto é tapar o sol com a peneira e campanha política hipócrita. A lei anterior era boa, só não era aplicada adequadamente, e essa lei atual, no interior, vai morrer como aquela que impedia os bares nas estradas vender bebidas alcoólicas.

Desculpem-me demagogos e certinhos de plantão, mas a vida já é muito chata em nossa região para que vocês a tornem ainda mais enfadonha. Vão procurar algo de realmente útil para fazer e para lutar, e por gentileza, não encham a porra do nosso saco.

2 comentários:

  1. Boa tarde, Srº Julio.
    Inicialmente gostaria de esclarecer que não sou candidado a cargo algum, nem filiado a partido político sou.
    Tenho 18 anos de experiência na área de trânsito, me especializei em segurança no trânsito e prevenção de acidentes, que vai muito além da questão do álcool e direção. Agora me especializo em gestão de trânsito, faço por diversos motivos, mas os principais são que perdi amigos e entes queridos vítimas de acidentes de trânsito e por perceber que meu trabalho pode ajudar a salvar uma vida. Em relação a questão da Operação Lei Seca, cada um tem a sua opinião e como tal devemos respeitá-la, mas o que é preciso entender que, infelizmente, muitos não fazem a mínima idéia dos riscos de morte que correm e colocam os outros em risco, sendo necessário a intervenção do estado para minimizar os riscos, basta olhar as estatísticas que verá os dados referentes a cidade do RJ sobre a redução de mortes desde a implantação da referida Operação na cidade. Claro que temos diversos outros problemas de segurança pública em nossa região, e temos que combatê-lo, assim como a questão em discussão.
    Agora sou um trabalhador íntegro e honesto, que luta dioturnamente por uma causa que considero nobre, e se esse "papo" me rendeu entrevistas é porque existe muito pouca informação a respeito da segurança no trânsito e prevenção de acidentes, e não somente sobre a questão citada pelo Srº disponíveis para a população em geral e ali é uma ótima oportunidade de levar a questão da segurança no trânsito para mais pessoas e assim cumprir meu papel enquanto cidadão, que é contribuir para tornar nosso país melhor para todos nós, e não acho correto a forma como o Srº expõe meu nome desta forma, o Srº não me conhece, não conhece meu trabalho e minha história para colocar meu nome desta forma, assim como respeito o trabalho do Srº, gostaria de pedir respeito a mim e a meu trabalho.

    Att.

    Rafael I. Ferreira

    ResponderExcluir
  2. Sr. Rafael,
    Lamento que o senhor tenha se sentido ofendido pois não foi nossa intenção nem o texto sugere alguma ofensa. Lamento que o senhor se ofenda com quem não o considera salvador da pátria. Admiro a sua causa e a sua luta, porém não somos obrigados a comungar das suas filosofias. Todas as pessoas que se expõem estão sujeitas a críticas, e como o senhor mesmo nos informa diariamente, tem se exposto bastante. Não me queira mal pois não há reciprocidade.
    Abraços,

    ResponderExcluir

Por favor, nosso Blog não aceita mais comentários não identificados. Por obséquio, realize seu registro. Grato.