NEM...VEM QUE NÃO TEM.

UM ALERTA.

Como amante da Cidade Maravilhosa e particularmente da Zona Sul, vejo com muita alegria e orgulho a prisão do traficante "Nem", líder do segmento na Rocinha, a maior favela da América Latina. Em poucos dias, Rocinha e Vidigal estarão tomadas pelas UPPs e um sentimento cívico poderá se alastrar por toda a orla da cidade mais linda do mundo. Mas o que é motivo de júbilo, também torna-se motivo de preocupação para as cidades do interior, especialmente as abandonadas pelo Poder Público. Como se sabe, os impérios das drogas tornam-se quase indevassáveis graças as ações comunitárias e sociais que os traficantes realizam em comunidades onde as prefeituras e governos estaduais tornam-se ausentes nos seus serviços básicos. A população, carente e desesperançosa, acaba virando aliada e cúmplice destes marginais que em seus redutos de atuação tornam-se beneméritos e quase heróis, por isso, não basta a ocupação se ele não vier concomitantemente acompanhada de um pacote de projetos sociais urgentes que visem a melhoria imediata da qualidade de vida de seus habitantes. Com o verdadeiro "cerco' que o aparato de segurança pública do estado vem fazendo no Rio de Janeiro, visando oferecer condições de sociabilidade para as realizaçãos dos grandes eventos esportivos programados para a cidade, corremos o risco de vermos esses marginais do tráfico enveredarem-se pelo interior do estado para manterem os seus poderios econômicos e armamentistas. Cidades onde o Poder público torna-se ausente em suas periferias podem tornar-se um alvo fácil para esses parasitas que enfortunam graças às desgraças alheias. Como Barra Mansa é um exemplo contumaz da ausência do Poder Público nas suas comunidades mais carentes, temo que se nada for feito em contraponto, venhamos a nos tornar um celeiro de tráfico, principalmente observando-se a nossa privilegiada posição geográfica. Não pretendo com este raciocínio instalar pânico ou enxergar chifre em cabeça de cavalo, porém é fundamental que tenhamos consciência deste risco futuro para sabermos que nas próximas eleições precisamos prestigiar pessoas que tenham programas sociais contundentes e factíveis encabeçados por quem tenha credibilidade para executá-los.

É um alerta, apenas isso, mas que carece reflexão séria e consequente.