UM TROFÉU EM PALAVRAS.
Quando comecei a escrever minhas mal traçadas linhas sobre o quadro sócio-político na região com a alcunha de Conde Dy Trybhall, em jornais do sul fluminense, tinha como norte chegar aos pés de um articulista a quem admirava muito: Luiz Paula Naves. O tempo passou, a admiração continua, e hoje tenho o prazer de trabalhar com ele na Câmara Municipal de Barra Mansa. E esse prazer torna-se ainda maior e me enternece quando recebo seu e-mail, que reproduzo:
Meu amigo,
Tranquiliza-me chamá-lo assim, pois deve ser uma merda ser seu inimigo.
Acabo de deliciar-me com a leitura do seu blog. Admira-me a coragem e o profissionalismo como você trata as suas matérias. Coragem, não omitindo a verdade, doa a quem doer.
Profissionalismo, pelo respeito à ética, hoje tão distanciada das nossas redações.
Trabalhei vinte anos na Câmara Municipal de Volta Redonda, como Coordenador de Comunicação e vi nascer o vereador Zoinho, no seu primeiro mandato. Vi nascer o vereador Paulo César Balthazar da Nóbrega, exemplo de dignidade quando exerceu a primeira secretaria da Mesa Diretora. Você pode escolher alguns dos funcionários da Câmara, ainda em atividade, e todos dirão a você como se conduziu no cargo. Intransigente, simplesmente, na defesa da dignidade parlamentar, o que lhe rendeu algumas inimizades (aquelas a quem contrariou, "indeferindo" absurdos).
O vereador Zoinho, um sindicalista ativista, sempre colocou, com transparência, as suas ideias. Foi agredido fisicamente dentro do plenário por um vereador do PT - Wanderlei Barcelos (cassado, mesmo com a presidência da Câmara entregue a um vereador do PT, que tentou, desesperadamente, blindar o seu colega). Nesse espisódio, Balthazar, na primeira secretaria, foi de uma correção impecável e evitou as articulações que se tentavam para "quebrar o galho" do agressor. Passou por momentos difíceis com o acidente sofrido pelo seu filho, hoje cadeirante e vivendo nos Estados Unidos. Correto nas suas obrigações, chefe de família exemplar, amigo incondicional. Senti o mesmo asco que você confessa no seu blog, às agressões que o seu adversário assacou contra ele, no debate da Band.
Você sabe que sempre me confessei um seu admirador, principalmente nas atitudes que se esperam dos amigos. Mas, não posso deixar de registrar a minha admiração, como jornalista (também processado, algumas vezes, por escrever aquilo que desagrada aos poderosos), à coragem que o leva a expressar a verdade "doa a quem doer". Você presta um grande serviço à democracia, mas maior, ainda, à imprensa livre e independente, aquela que não se atrela ao poder ou aos poderosos.
Se você fosse um jornalista de polícia, certamente que a sua pena seria molhada no sangue, tal o realismo como você retrata as suas matérias.
Enchi o seu saco? Desculpe, mas fiquei entusiasmado com o conteúdo do seu blog e não poderia deixar de externar essa minha admiração, que você sabe sincera, como sincera e desinteressada é a nossa amizade.
Abraços,
LUIZ DE PAULA NAVES.
Encheu o meu saco? Não, jamais. Me encheu de orgulho e certeza de que por mais caro que seja o preço pago pela nossa ousadia, ainda torna-se barato perante o reconhecimento de quem realmente importa e literalmente, vale a pena.
Muito Obrigado.
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