UMA GORDA INCOERÊNCIA.

A VISITA DOS ABUTRES.

A campanha de Neto e os seus discursos primam pela incoerência. Ontem, Neto ocupou a capa de um jornal para proferir ofensas contra seu adversário, imputando-lhe responsabilidades que não eram da sua alçada e apontando como uma "afronta" um veículo emplacado em Nilópolis estar adesivado com o número de Zoinho percorrendo as ruas da cidade. A quem Neto ainda pensa que engana? Quão burros e ingênuos Neto pensa que os eleitores de Volta Redonda são?

Só para ilustrar, o carro, fotografado por Neto, é de propriedade de um assessor do deputado Alexandre Calazans, que acabou de destronar, em Nilópolis, o império político do bicheiro Anísio Abrahão David. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Hoje, Neto trouxe, mais uma vez, o governador Sérgio Cabral, o vice Pezão, o prefeito do Rio Eduardo Paes, o vice-presidente Michel Temer, os presidentes do PMDB Picciani e Valdir Raupp, entre outros. Todos declarando apoio a Neto. Óbvio, são todos do PMDB. Óbvio, é a única cidade onde a corja de Cabral ainda não foi banida no sul-fluminense.

Nenhum deles vota em Volta Redonda. A maioria chegou de helicóptero, numa empáfia que coaduna com o candidato escolhido. Isso pode, né Neto? Mas um carro de um popular de Nilópolis, não pode? Isso é que invasão, ou invasão é essa tropa de caciques políticos rapineiros que nada faz de graça? Que preço Neto pretende que Volta Redonda pague para retribuir a gentileza e as vultosas despesas dessas visitas politiqueiras?

É de uma hipocrisia abismal Neto questionar interferência política de outras cidades. Além dele mesmo promover essas visitas nababescas na Cidade do Aço, o próprio caudilho foi o político que mais tentou influenciar o resultado das eleições nas cidades vizinhas, como fez de forma ostensiva e ilegal nas eleições de Barra Mansa. Só não deu certo porque faltou combinar com o convidado mais ilustre no processo: o eleitor. Em Volta Redonda, Neto também pretende substituir o apoio popular pelo amparo de marajás da política estadual e nacional que se solidarizam com o Mensalão. Mas falta combinar com o povo.

O encontro mencionado aconteceu, emblematicamente, no Clube Comercial. Não poderia ser diferente. O Clube Comercial, com todo respeito ao seu quadro de associados, é um dos pontos de origem e encontros rotineiros da "panela" que governa e "frita" Volta Redonda. É um dos "quintais" elitistas onde Neto desfruta de seu prazer e decide o destino dos mais carentes. Enquanto Neto encastela-se nos seus salões de jogos e nos seus clubes sociais, onde articula, anfitria e agenda  visitas ilustres, Zoinho, com o pé no chão e sorriso nos lábios, percorre as ruas periféricas da cidade onde proclama a esperança e vai ao encontro do povo de porta em porta. Isso provavelmente refletirá nas urnas domingo próximo.

Em todo o país estamos percebendo o declínio político da elite improdutiva e soberba perante a conscientização da classe efetivamente trabalhadora, que hoje, unida, percebe que a política é a única forma eficiente de organização da sociedade e não mais se deixa influenciar pelos esnobes e antigos "formadores de opinião", que querem, como antigos coronéis dos rincões mais sofríveis do Brasil, manipular o povo em seu benefício pessoal.

O povo mais carente aprendeu que ao escolher um prefeito, está escolhendo aquele que vai cuidar da escola de seus filhos, dos postos de saúde que zelam pela sua vida, pelo preço do transporte urbano que ele sacrificadamente paga e sabe que somente um semelhante, tal como Zoinho, pode mensurar a importância desta responsabilidade.

O povo, hoje, ao escolher um prefeito, sabe que os abutres enfeitados não querem largar o osso enquanto ainda persistir o mínimo tutano de finanças públicas para serem devoradas.

Chega de nababos, chega de quadrilheiros, chega de poderosos, chega de elites conservadoras, chega de mesmices, chega de reacionários. Agora é a vez do povo. Em Volta Redonda, é a vez de Zoinho.

Em tempo: Por que Neto não convida o Zé Renato para retribuir o apoio? Vai Zé, ajudar o Neto. Ele precisa muito de você. Vai lá depor que você pega o lixo que ele produz e deposita em nossa terra. O povo de Volta Redonda há de ser grato por isso.