NETO TEM MEDO DE QUÊ?

HÁ ALGO DE PODRE NO AR DE VOLTA REDONDA.

O prefeito Neto, de Volta Redonda, provavelmente amparado por pesquisas eleitorais, mudou a tônica de seu discurso e trocou radicalmente o curso da pauta de suas pregações. Neto está a duas décadas usufruindo das benesses do poder e agora, atônico pela oposição que enfrenta e o surpreende, acena com atitudes até então totalmente descartadas em sua conduta.

Neto promete, agora, se eleito for, fazer alterações em seu secretariado. Por que não fez nesses anos todos, governando cercado apenas pelos poucos que desfrutam da sua confiança e sigilo desde a mais tenra idade? Neto promete, agora, se eleito for, passar a ouvir mais a população. Por que não ouviu durante todo esse interminável período de poder absoluto?

Essas mudanças de comportamento e atitudes prometidas, das quais o povo tem todo o direito de duvidar, somente agora vem sendo proferidas pela sua boca. Além da minha desconfiança natural, outro sentimento me aflige e me perturba. Explico: Neto é notoriamente um homem abastado, oriundo de família rica e tecnicamente não precisaria estar tão apegado ao poder. Me indago então: De que Neto tem medo? Será que ele sabe que poderia ser feito muito mais e melhor e tem medo que a oposição o desmascare? Será que existem coisas tão obscuras nas entranhas do centro administrativo de Volta Redonda que Neto teme que sejam descobertas com outro grupo no poder?

Teoricamente, se Neto estivesse tão seguro de si, em nada lhe afligiria nova administração, que ele preconiza como provavelmente incompetente, pois, novo como é, poderia voltar quatro anos após conduzido pelos braços do povo. Mas percebe-se que ele, induzido por pesquisas contrárias as suas pretensões, mudou radicalmente sua oratória para tentar desesperadamente permanecer no poder.

Nunca imaginei o prefeito Neto tão apegado à máquina pública. Nunca pude supor que ele precisava do poder como do ar que respira.

Isso faz prevalecer a conclusão de que o povo de Volta Redonda tem o direito sagrado de desvendar o que houve nesses longos anos de poderio de um seleto grupo que se encastelou nos prédios públicos municipais da Cidade do Aço, e sendo assim, só há uma maneira das cortinas de fumaça serem desfraldadas e a transparência que ele tanto pregou mas não exerceu, ser efetivada de fato, e para isso, é fundamental a eleição de Zoinho.

Neto precisa entender que Volta Redonda não é um imóvel ou um clube de sua propriedade que só poder ser frequentado por aqueles que contam com sua simpatia ou conluio. A cidade tem 300 mil habitantes e todos os seus eleitores tem o direito de sonhar em administrar a sua cidade ou pelo menos participar das decisões mais importantes para seu destino. Pelos seus últimos depoimentos, Neto inconscientemente confessa que errou e que vem errando há vários anos. Por que então não darmos oportunidades para outros acertarem?

Neto propõe o medo pelo novo. Parafraseando Chico Buarque, eu tenho medo é de que as coisas nunca mudem.

E Neto, tem medo de quê?

O eleitor de Volta Redonda pode e deve pagar pra ver.