quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

MAIS UMA POSTAGEM POLITICAMENTE INCORRETA.

UM POVO TELEGUIADO.
Eu tenho certeza absoluta que a maioria dos nossos leitores não vai concordar com o que explanarei nesta postagem, mas é assim mesmo: nosso Blog é polêmico, mas não é hipócrita. Não "viajo" na onda do "politicamente correto" que na  maioria das vezes trata-se de mais uma grande demagogia barata, como a que assisti em todos jornais televisivos do estado na manhã de hoje.
A "bola da vez" da imprensa estadual, e até nacional, foi o aumento concedido ao novo prefeito de Nova Iguaçu, que passará a receber de subsídio mensal, o valor de R$19.200,00. O "estardalhaço" sobre o assunto causou extrema revolta, manifestada pelos "indefectíveis" ares "blasé" dos apresentadores de TV, e captou repulsa nos cidadãos entrevistados  a respeito do assunto.
Antes que nosso leitor embarque de imediato nessa maré de repúdio, convido-o a analisar alguns dados fundamentais para a justa apreciação do fato:
Nova Iguaçu tem mais de 800.000 habitantes, sendo a 4ª cidade mais populosa do estado do Rio de Janeiro e a 21ª do Brasil. A prefeita anterior, Sheila Gama, que recebia apenas R$9.500,00 mensais, deixou um rombo nas finanças públicas municipais de mais de R$1 BILHÃO. O novo salário do prefeito eleito representa apenas 0,00192% da dívida da cidade. Não precisa ser douto em matemática para perceber que não é aí que o problema reside.
O prefeito atual, que teve 207 mil votos de apoio da população, governará um orçamento anual de R$1.118.373.917,00, e para tal perceberá, descontados IRRF e INSS, R$14.200,00 mensais, que representa, ao ano, 0,0152% do que terá em mãos para administrar e cuidar.
Imagine, caro leitor, que você fosse bilionário e que tivesse que deixar as suas finanças totalmente nas mãos de alguém. Você remuneraria bem esse profissional, ou deixaria que ele fosse seduzido pelo poder que lhe tivesse sido conferido e fosse diuturnamente tentado a desviá-lo em proveito próprio? A prefeita anterior de Nova Iguaçu também recebia pouco e vejam o "estrago" que ela fez.
Uma pessoa honesta gosta de ganhar bem e de forma limpa e transparente. Já os contumazes exploradores do erário, como existem milhares, pouco ligam para o salário. Compararam o salário do prefeito de Nova Iguaçu com o do governador Sérgio Cabral. Cabral deve estar morrendo de rir do salário que ganha. Duvido que se importe com isso. Se bobear, nem faz uso.
A responsabilidade de cuidar da vida, da saúde, da educação e dos problemas de 800.000 pessoas é muito grande é não pode ser mal remunerada. Um promotor ou defensor de justiça em início de carreira, como existem milhares pelo país, que também são remunerados pelos cofres públicos, ganham a mesma coisa que o salário aprovado para o prefeito e ninguém se rebela. Um juiz, ou procurador de justiça, em média, não percebe menos que 30 mil mensais, fora as vantagens pecuniárias, estabilidade e direitos trabalhistas que um prefeito não tem. Um desembargador aposentado não recebe menos que R$60 mil mensais. Um diretor "médio" de multinacional de médio porte no Brasil recebe R$85 mil reais mensais. Um executivo do Banco do Brasil recebe em média, 60 mil. Na Usiminas, 130. Na Natura, 250. Na TAM, 260. Em média, um alto executivo brasileiro percebe R$140 mil mensais, mais ajudas de custo, passagens aéreas, férias, 13º salário, FGTS, licenças prêmio e participações no lucro da empresa. O Bradesco chega a pagar para o seu maior executivo, R$1.068.000,00 mensais. Não venham então me convencer de que o salário do prefeito de Nova Iguaçu é o que causa desequilíbrio social e econômico no Brasil.
Nenhum desses apresentadores indignados na TV ganham menos que o salário oferecido ao prefeito de Nova Iguaçu. Provavelmente se consideram muito mais importantes, necessários e insubstituíveis que o escolhido pelo povo de forma democrática. Na televisão brasileira, até no jornalismo, os salários são astronômicos, como  exemplo, o Bonner, que não recebe menos de 500 mil mensais. Já outros apresentadores, que vira e mexe se mostram decepcionados com os salários dos políticos e jogam sistematicamente a população contra os governos, posando de salvadores da pátria e  paladinos da ética e da justiça, ganham verdadeiras fortunas para ocuparem as telas da TV com nada que preste, como o caso do Ratinho (800 mil), Gugu (3 milhões), Xuxa (2,5 milhões) e Faustão (5,2  milhões). Isso sim é surreal. Isso sim é desequilíbrio social.
Não conheço o prefeito Nelson Bornier, e assim como penso sobre a maioria dos políticos brasileiros, não coloco nem um dedo no fogo por ele, mas acho justo e digno um prefeito de tamanha responsabilidade pretender ser razoavelmente bem remunerado às claras, sem negociatas ou corrupções. Não sei se é esse o seu objetivo, mas se não fosse, qual seria a sua preocupação com o salário?
Um prefeito, é julgado pelo povo pela sua atuação e pode ser trocado, coisa que não acontece com os magistrados, demais jurisconsultos e executivos, esses então, quanto mais sacrificam a população brasileira, em prol do alto lucro de poucos, maiores vantagens recebem e tornam-se ainda mais valorizados.
Enquanto o povo brasileiro manter o raciocínio curto e aceitar passivamente ser teleguiado por determinados segmentos vorazes e insaciáveis da mídia, não vislumbraremos a saída para a letargia ignorante que nos cega perante a luz da lógica e da razão, nos emperra o desenvolvimento e nos coíbe da justiça social para deleite das castas realmente privilegiadas.
Certamente vão dizer que ser honesto é obrigação, e é, pena que ninguém a cumpre. Mas ser otário, demagogo e inocente não é, porém o povo brasileiro faz questão de sê-lo.
Deixe de ser burro, BRASIL!!!

5 comentários:

  1. Boa opinião Julinho.
    Eu gostaria de ponderar o seguinte:

    1 - Tvs, rádios e outras são concessões do Poder Público certo?

    2 - Assim, quem é o dono de tudo é o povo brasileiro, certo?

    3 - Dessa forma, o salário do apresentador, do jornalista, do artista e dos demais é bancado, via indireta, pelo cidadão que é o dono de tudo e que, através do governo, viu a concessão ser entregue para alguém - Band/Globo/Record/SBT/Gazeta e..., certo?

    4 - Me diga, sinceramente, se o William Bonner, a Patrícia, o Alexandre, o Faustão e outros, trabalhariam por R$19 mil por mês? Por R$9 mil nem pensar!

    H I P Ó C R I T A S E F I L H O S D A P...

    MDF

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  2. a confusao foi instalada de tal moda que vaca nao esta reconhecendo bezerro, misturou publico com privado, talento com vontade de ser politico, valor do salario com honestidade. se o apresentador ganha 5,2 milhoes alem de ser privado a empresa tem o retormo muito maior,sao pessoas que o talento e nato,diferente do politico que escolhe,agora medir a honestidade pelo valor do salario nao dar,exemplo o ex senador gilberto miranda e bilionario e continua fazendo muitas maracutaias, nos cançamos de ver gente muito humilde achar dinheiro em grande quantidade e devolver,isto e questao de carater nao se ganha mais ou menos.R16 mentira,"jato 783".

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  3. ja que vc nao e hipocrita, vc sabe muito bem que um prefeito nao vive so de seu salario, se vivesse tudo bem o salario e ate pequeno pela tamanha importancia.
    Mas, a pratica e totalmente diferente, ou voce acha que os politicos tem patrimonio compativel com o que ganham, principalmente os chefes de executivo, anota ai, daqui a 4 anos, um gordinho do Siderlandia vai ser dono de uma cobertura na praia, ou outra coisa parecida, e nao venha falar que foi com a poupancinha de seus tempos de servidor

    R16

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  4. Senhor JUlinho,

    Gostei da correta abordagem desse tema.
    É uma grande hipocrisia incentivada por todos aqueles que querem servidores públicos com salários minguados, porque fica mais barata e tentadora a proposta de corrupção.
    O MDF tem razão, esses donos dos meios de comunicação tem como patrão o povo brasileiro e com o dinheiro publico pagam sal´rios vultosos , mas eles podem né. Qunta hipocrisia e quem sofre, para variar somos nós, o povo brasileiro.

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  5. Julinho muito sensato seu texto. O paralelo com outras funções é uma saída inteligente e convence. Concluo que se não tiver atrativos seguros; alguém de competência e bem qualificado não aceitará posições relevantes de governo.

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