ORA! A HORA É DE ORA.

TAVA ERRADO? TÁ CERTO. MAS E AÍ?

Segundo conta na edição de hoje do jornal "A Voz da Cidade", o prefeito de Barra Mansa, Jonas Marins, realizou ontem uma reunião com seu secretariado para uma avaliação dos primeiros 20 dias de governo. A tônica de sua oratória foi pedir empenho ao seus colaboradores e relatar algumas informações colhidas sobre o estado em que a prefeitura foi entregue pelo prefeito Zé Renato.

Jonas mais uma vez afirmou que entre o último contato no debate promovido pela Band até a posse, não teve a oportunidade de encontrar-se com o ex-prefeito, fato que prejudicou sobremaneira os trabalhos de transição administrativa.

Foi detectado que desde setembro do ano passado, a prefeitura não paga a Light referente as contas sob responsabilidade da PMBM, do SAAE e da SUSESP, acumulando uma dívida com a fornecedora de energia elétrica de mais de 2,7 milhões de reais, que poderia, caso não fosse mantido diálogo com a empresa, deixar os respectivos centros administrtivos às escuras.

Também foi informado que diversos imóveis alugados pela prefeitura, por valores mensais de até R$10 mil, não foram sequer utilizados e estão sendo prontamente devolvidos para seus proprietários. Também já é sabido que Zé Renato deixou de herança uma dívida de mais de 30 milhões de reais, que a cada informação prestada, só vai aumentando.

Fico me perguntando: para que serve a Lei de Responsabilidade Fiscal se a morosidade e a tolerância da justiça brasileira permite que o mesmo irresponsável que promoveu essa orgia e descaso público, ao invés de se expor às barras da justiça, ganhe imediatamente, como "prêmio", a nomeação para uma importante autarquia no município de Resende?

São fatos como esses que fazem nosso povo descrer da classe política e da justiça. São péssimos exemplos como esses que denigrem os homens públicos e fazem a desesperança ocupar os espaços da necessária união coletiva em prol dos ideais mais sublimes. Enquanto isso for permitido, nosso povo vai continuar acreditando muito mais na "Lei de Gérson" do que na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Jonas faz muito bem em colocar sistematicamente tais fatos para o conhecimento da sociedade, mas paradoxalmente erra, inexplicavelmente, ao prestigiar e nomear para importantes funções, pessoas que tiveram direta responsabilidade ou franca cumplicidade sobre os desmandos detectados ou outros tantos que durante o período eleitoral, foram as ruas ou aos computadores, para mascarar essas verdades e assacar ferozmente contra ele próprio, correligionários e familiares, em detrimento daqueles que arriscaram tudo em nome da mudança e de novos tempos para o município.

Jonas é pontualmente uma pessoa coerente, senão não chegaria aonde chegou, e é para essa coerência a quem rogo uma imediata reflexão e satisfação para a enorme legião de pessoas que depositaram suas apaixonadas esperanças em seu nome.

Não adianta só reclamar, se nada significativo mudar.

Renovo  minhas esperanças e meu apoio irrestrito ao seu governo e aos seus colaboradores, mas não vou negar que uma certa perplexidade me incomoda e me causa desconforto. Como não sou dono da verdade, e nem pretendo ser, só me resta aguardar.

E orar.