AINDA SOBRE O FESTIVAL DE ROCK DE BARRA MANSA.

PEDRAS ROLANDO. 

AUMENTA QUE ISSO AÍ É ROCK AND ROLL.

Sobre o polêmico assunto, acabamos de anunciar que o BARRA MANSA ROCK FESTIVAL, programado para acontecer na frente da entrada do Parque Centenário, nos dias 02, 03 e 04 de agosto, teve o seu palco transferido para o Parque da Cidade, com as mesmas atrações e os mesmos horários, se bem que em relação aos horários ainda prevalece uma total desinformação truncada. A Banda Vitrine, que se apresentará no domingo, já teve o horário de apresentação de seu show divulgado de quatro formas diferentes. Mas vamos ao que interessa: apesar de não considerar o local o mais adequado, é indubitavelmente muito menos inconveniente e incômodo que no Parque Centenário. Reconheço que pela intempestividade, seria humanamente impossível alterar o evento para outro local mais interessante. Raiou uma luz de bom senso. Bom para todos.

Ontem, em uma conversa no Facebook, "in box", um jovem amigo que faz parte da organização do evento, humildemente fez uma "mea culpa" entre nós, assumindo a impropriedade da escolha do local. Ele me contou que tinha se manifestado de forma idêntica a minha, mas os músicos que participaram da reunião decisiva sobre o tema insistiram que os shows se realizassem no Centro da cidade para maior visibilidade e facilidade de acesso, sendo que os responsável maior do evento, de forma politiqueira, suponho eu, cedeu a pressão e fez a sua média. Esclareci para o amigo que achei nobre e elegante a sua coragem em assumir a sua parcela de responsabilidade mas não poderia lhe imputar o maior dano, visto que em todas as pastas há um líder nomeado pelo Prefeito que tem, por obrigação de ofício, ouvir todas as partes, porém sua decisão final deve ser responsável e crítica, analisando todos os ângulos da questão e optando para o que for melhor para a cidade e para a administração como um todo, sem nenhuma cessão a qualquer tipo de pressão. 

É preciso que as pessoas entendam que quando se assume um cargo de Secretário Municipal não se pode colocar as vaidades pessoais acima do coletivo. É preciso entender que um Secretário não pode querer utilizar sua pasta para enaltecer suas pretensões políticas próprias. Em nada nos interessa que um determinado secretário queira ser vereador, pois o que nos importa é o sucesso da administração e o desenvolvimento da cidade. Diferentemente de um time de futebol, onde o treinador escala e os jogadores são as estrelas e fazem os gols para a torcida, numa Prefeitura, o Chefe do Executivo convoca, escala e é ele que faz o gol. Secretário é para assumir os riscos e executar as ações que lhe foram determinadas. Um secretário só defende, carrega o piano e deixa o goleador (prefeito) na cara do gol. Jonas não pode admitir qualquer inversão de valores neste sentido. Se o evento se realizasse no Parque Centenário, Claudio conquistaria a simpatia de uns cem músicos, mas Jonas seria o único responsável pela insatisfação de milhares de pessoas. Um Secretário deve ter pulso firme e personalidade e não pode ficar nadando todo o tempo a favor da maré. No governo anterior, Zé Renato, por debilidade, irresponsabilidade, incapacidade ou falta e moral perante seus subordinados, deixou vários de seus secretários cometerem devaneios administrativos e deu no que deu. Não podemos deixar a vergonhosa história se repetir.

Quanto ao que li hoje no Diário do Vale sobre os critérios adotados para a escolha das bandas que se apresentarão, fiquei perplexo e temerário. Segundo depoimento dos organizadores, só foram aceitas as bandas que tivessem pelo menos um integrante residente em Barra Mansa. Essa fórmula inconstitucional, preconceituosa e bairrista foi "importada" de Volta Redonda e é desprezível. É bom lembrar que justamente por bairrismo e "panelinhas" pessoais que o prefeito Neto está sofrendo um processo de Intervenção em sua administração e o Ministério Público está pedindo a sua cassação de mandato. Por favor, não permitam que as fórmulas empregadas na Cidade do Aço de apadrinhamento e conchavos se instalem em nosso solo. Temos coisas mais interessantes para copiar de Volta Redonda do que o preconceito de seus gestores. Creio que o fato de residir em Barra Mansa deva ser levado em conta e ter peso significativo, mas isso não pode privar o público de assistir uma boa performance de uma banda em ascensão, apenas porque um de seus músicos não tem comprovante de Light cadastrado em endereço dentro dos limites geográficos do município. Isso é lastimável e pequeno. Muito pequeno.

Outro quesito considerado anunciado é ainda mais tacanho. As bandas só poderão executar músicas próprias. Ou seja, não poderei ver a Daiane Landim interpretar magistralmente Amy Winehouse nem Janis Joplin. Não vou poder ver Figurótico arrebentar suas suas leituras diferenciadas de sucessos de monstros sagrados do Rock. Se nascesse em Barra Mansa, Emmerson Nogueira não poderia cantar. Nem Ricky Vallen. Sorte de São João Nepomuceno e Volta Redonda. Gente, é preciso saber que uma boa interpretação pode ser tão original como uma criação própria e que algumas músicas eternizadas do 'Rock and Rool' são obrigatórias em qualquer evento que queira enaltecer o ritmo. Se fosse um Festival de Música, para apresentação e análise de canções inéditas, tudo bem, mas trata-se de um show e o público tem o direito de ouvir as músicas que gosta.

Dito isto e registradas as minas considerações que espero novamente que sejam lidas com caráter construtivo e impessoal, parabenizo o superintendente da Fundação de Cultura, Claudio Chiesse, pela reflexão e retroação de decisão. Antes tarde do que nunca. Errar é humano e reconhecer o erro é nobre, mas por favor, diga a verdade e não me venha com a ladainha que o show tomou proporções inesperadas e isso justificou a alteração do local. Todos sabemos que não se trata disso.

Aproveito o azo para registrar que antigamente se falava que o sub levava vantagens de barraqueiros. Espero que isso tenha findado, porém acho que sub ter barraca própria não constitui avanço moral. E aí produção? O que me dizem?