terça-feira, 11 de maio de 2010

ORELHAS GRANDES E SURDAS.


DIA TRISTE PARA A ARTE.
Como todo brasileiro que gosta de futebol, e somos incontáveis, assisti a convocação da seleção brasileira para a Copa do Mundo que começa em pouco mais de um mês. Confesso que assisti sem a mesma expectativa de copas passadas, pois sabia que a teimosia e empáfia de Dunga, que ele teima em intitular de “coerência”, não proporcionariam maiores surpresas. Frases ensaiadas, auto-propagandas, rótulos estereotipados, deselegância, erros de português aos montes, cafonice, histórias de fundo emotivos e sentimentalistas e um “patriotismo” como pano de fundo, são tônicas desse auto suposto “guerreiro”, e evidentemente seriam a tônica da sua entrevista coletiva e de suas explicações. Pelo menos até onde suportei, pois não consegui assistir tudo. Enjôo e náuseas me impediram. Dunga alega que tudo deve girar em torno de sua liderança com grupo e que sua palavra deve valer mais do que tudo e que todos. Dunga não tem sensibilidade para entender que não estamos lidando com uma empresa privada onde ele é o Diretor, Acionista majoritário ou até mesmo o dono. Falamos de uma das paixões nacionais que é ver a nossa seleção desfilando arte nos gramados, portanto a seleção é nossa, e não somente dele. Se o povo em sua absoluta maioria gostaria de ver a irreverência dos garotos do Santos como, pelo menos, opções no banco, ele deveria ter o altruísmo de compreender, assimilar e se adaptar. Mas quem é Dunga como treinador de futebol? Qual clube ele treinou? Qual seu conhecimento técnico e profissional para o exercício do cargo? Que personalidade ele teria para bancar essa aposta?
Dizem que ele foi macho. Nada disso, foi apenas o que sempre foi, um burro teimoso e limitado. Não gosto também dessas mistificações patrióticas como se o amor a Nação fosse somente mostrado em campos de futebol. Não é por aí. Em 1970, a inesquecível seleção brasileira de Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivelino, Gerson entre outras feras, serviu como pano de fundo para as barbáries e torturas promovidas pela ditadura militar. Patriotismo não se revela no gramado, mas no dia a dia e em ações diárias de exaltação e respeito à pátria mãe. Mas isso é outra história, porém Dunga, intitulando-se como um destemido gladiador, quer se colocar para a opinião pública com essa ótica personalista e imprópria.
Na Copa América, amigos estranharam o fato de ter torcido contra a vitória da seleção brasileira, e confesso que isso foi fato. Mas não um ato de desamor ao escrete canarinho, pelo contrário, pois sabia que se as práticas limitadas e conservadoras de Dunga fossem vitoriosas na Copa América, ele permaneceria no cargo e sua limitada capacidade intelectual o fariam se apegar as mesmas práticas, posto que eram parcialmente vitoriosas. Mas Copa do Mundo é outra história e aquele modelo empregado saiu-se vitorioso por nuances que só o futebol permite. Em qualquer modalidade esportiva, é muito mais difícil o menos preparado física, emocional e tecnicamente se sobrepor ao melhor, mas no futebol isso é corriqueiro. Detalhes insólitos e erros de arbitragem já proporcionaram grandes injustiças, até mesmo na Copa do Mundo, vide quando não ganhamos em 1978, 1982 e 1986, mesmo tendo equipes superiores às demais. Vide a Holanda em 1974, a Hungria em 1954, por aí afora. Mas Copa do Mundo, particularmente permite tais injustiças, assim como a Copa América. São simples “torneios” de tiro curto, e basta apenas uma tarde não inspirada para que trabalhos de anos sejam jogados por terra. A vitória medíocre na Copa América nos traria certamente a limitação praticada hoje, e foi contra isso que torci apaixonadamente. Mas já estou começando a pegar o gosto de não mais sofrer com a Seleção e qualquer resultado na Copa não me trará surpresa nem decepção, aliás, confesso que gostaria de ver a carinha emburrada de Dunga explicar o fracasso.
Por fim quero concordar com a ausência do Adriano. Pela sua postura profissional, ou melhor, pela total falta dela, ele não mereceria vestir as cores que representam a nossa seleção pentacampeã de Copas do Mundo. Mas não enxergar a magia atual de Ganso, Neymar, Hernandes, Ronaldinho Gaúcho, etc., é um pecado para com nossos apaixonados torcedores brasileiros. É nos nivelarmos por baixo perante países que não tem o dom inato de nossos artistas-atletas. Sacrifiquem-se os virtuosos em exaltação a um bando de cabeças de área, ou cabeças de bagre, bem ao estilo de seu mentor. Aqui jaz o futebol-arte que amamos. Um dia resplandecente, ele ressuscitará, se Deus quiser.
Como torcedor clubístico, gosto de ver meu time ganhando, mesmo jogando feio, mas como torcedor brasileiro, prefiro perder com arte. Esse sim é um ato de patriotismo: Exaltar a nossa arte acima das lógicas medíocres de esquemas retranqueiros, conservadores, covardes e limitados.
Por fim, num exercício típico e utópico de todo torcedor “técnico” brasileiro, gostaria de jogar contra o time de Dunga somente com jogadores excluídos por ele. Seria mais ou menos assim:
Vitor; Léo Moura, Miranda, Alex Silva e Roberto Carlos; Denílson (Arsenal), Hernandes, Paulo Henrique Ganso e Ronaldinho Gaúcho; Kleber e Neymar.
No banco teria: Bruno; Cicinho, Breno, Chicão e Marcelo: Lucas, Anderson, Alex e Thiago Neves; Alexandre Pato e Diego Tardelli.
Tem ainda o Fábio; Rafinha, Edcarlos, Gladstone e André Santos; Mineiro, Arouca, Richarldyson e Diego; Keirrison e Rafael Sóbis.
Sem precisar do Adriano nem do Ronaldo Fenômeno. Esses dois só para o time de pesos-pesados, ou para a pelada de fim de ano dos chifrudos contra os travecos.
Com qualquer time dava dois de lambuja pro Dunga, que está mais para Soneca e Zangado.
Leio agora que o Adriano chorou ao saber que não fora convocado. Para quem não comemorava nem gol do time que paga o seu astronômico salário após inúmeras faltas de treinos, que isso sirva para ele pensar como milhões de flamenguistas choraram quando ele perdeu um pênalti displicentemente batido na final da Taça Rio, e ao vê-lo sorrindo ao lado de mais uma nova Maria-chuteira menos de 24 horas após a derrota.
Adriano, sim é o Chororô. Haja cachaça na Chatuba. Piranhas de plantão: O Imperador está precisando de apoio. Cobrem caro. Dinheiro não lhe falta. Lhe falta é honra. Tudo a ver com o ofício de vocês. Aliás, vocês são mais dignas, afinal sorriem para quem lhes sustenta, e até fingem prazer, se for necessário.
E antes que eu fuja totalmente do assunto: Dunga: -Vá se foder.

3 comentários:

  1. BLOG DO JOSIAS:
    Dunga anunciou os nomes dos jogadores que irão à Copa.

    Novidade? Grafite no lugar de Adriano. Neymar e Ganso? Esqueça.

    A lista do técnico ateou fogo ao meio-fio.

    Em meio às labaredas, o noticiário mandou para escanteio um lote de declarações esquisitas.

    Em sua entrevista, Dunga invadiu a grande área da historiografia.

    A horas tantas, disse que só quem vivenciou determinado episódio pode avaliá-lo com acuidade.

    "Quem não viveu a época da escravidão não pode falar se era boa ou não!...”

    “...Do mesmo modo que a ditadura, quem não viveu a época não pode saber se era boa ou ruim”.

    Raciocínios pobres, reagirão os brasileiros de bom senso. Só Dunga sabe, porém, o trabalho que dá empobrecê-los.

    Se máquina do tempo não fosse coisa só de cinema, a CBF poderia enviar Dunga ao passado.

    Umas boas chibatadas e uns poucos choques elétricos talvez o acordassem.

    Na impossibilidade de prover ao técnico o retorno físico à era da escravidão e ao ciclo ditatorial, Ricardo Teixeira faria um favor a Dunga se lhe presenteasse com um par de livros.

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  2. O Dunga tem algum problema em manter a lingua dentro da boca ... e nós temos que ficar vendo essa coisa feia , fala sério!

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  3. Ele poderia manter a língua dentro da boca e os neurônios dentro do cérebro também. Mas a culpa maior é do fdp que botou ele lá.

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