AUDIENCIA PÚBLICA - PÁTIO DE MANOBRAS.

CAVALEIROS DO APOCALIPSE.

Ontem, a Câmara Municipal de Barra Mansa realizou a esperada Audiência Pública em relação ao dilema da remoção do pátio de manobras ferroviárias no centro da cidade. Compareceram o prefeito, municiado de diversos secretários municipais, o Dr. Paulo Cosenza, Diretor do Fórum da cidade, dez vereadores e diversos líderes comunitários e empresariais, além de autoridades civis e militares. Infelizmente não havia nenhum representante do DNIT, da ANTT ou do Ministério dos Transportes. Estranhamente também Jonas Marins nem a vice-prefeita Rutinha se fizeram presentes. O prefeito tentou passar uma carga forte de otimismo em relação ao andamento das obras, apresentou um cronograma pra lá de auspicioso e dinâmico, mas duas perguntas do Dr. Paulo Cosenza deixaram os observadores mais atentos de cabelo em pé. Elas se referiam a riscos de estagnação das obras face a possíveis embargos do MP graças as alterações do projeto original e a defasagem financeira do programa em função do adiamento da execução das obras. O prefeito respondeu mas não respondeu, preferindo ressaltar seu otimismo e a confiança na benção da sorte.
No mais, o Secretário Zito dissertou muito bem e mostrou-se totalmente engajado de todas as peculiaridades do projeto que novamente foi mostrado a população com aquela exposição gráfica visual que já tínhamos assistido fartamente na Tv graças a numeroso dispêndio de erário, com fins subliminarmente eleitorais.
Apesar da amabilidade do prefeito Zé Renato para com todos, ele claramente acusou o golpe das críticas a sua administração que tomam conta da cidade em todos os seus segmentos, e por diversas vezes demonstrou seu descontentamento com os contrários. Disse que quem ama a cidade não critica. Acho que o prefeito não quer oposição e deseja que todos nós venhamos a aplaudir o abandono da cidade e sua estagnação em todos os níveis. Chegou a chamar os descontentes de Cavaleiros do Apocalipse que ficam propagando uma desgraça que não existe.

Bem, se o objetivo parcial era esse, informo que a carapuça me serviu adequadamente, pois me sinto infelizmente como o terceiro cavaleiro do apocalipse que anunciou a grande fome que viria provocada pela guerra difundida pelo segundo cavaleiro, e nesse caso, o segundo cavaleiro seria o antecessor e patrono do prefeito atual, conhecido em nossa parábola como o Pachá de Apiacá.
O prefeito falou que quem critica não ama Barra Mansa. Ledo engano, prefeito. Quem não ama Barra Mansa são as pessoas que acomodadas com altos salários públicos, como também é o meu caso, se acomodam e batem palma para tudo e todos, enxergando somente o próprio umbigo, e infelizmente, por sua própria opção, o senhor se cercou de várias delas. O meu amor pela cidade e pelo seu povo me faz arriscar meu próprio sustento para a modesta defesa dos direitos de meus semelhantes e da formação das gerações vindouras, com quem meus filhos e neta terão que interagir na sociedade.
O prefeito Zé Renato, a quem reputo ser uma pessoa de boa índole e boas intenções, precisa urgentemente tomar ciência do que a sua falta de pulso administrativo e liderança acarretam para o povo de nossa cidade. Nossa educação e saúde são motivos de vergonha, faltam opções de emprego, lazer e cultura, as ruas estão abandonadas, a violência atinge índices alarmantes e a cidade virou motivo de chacota em toda a região. Basta ver os jornais do sul-fluminense, inclusive, os que ele paga regiamente.
Gostaria de ser o arauto de boas-novas e congratulações pelo sucesso da cidade que escolhi para viver, onde casei, ode nasceram meus filhos e neta e onde ganho o sustento de minha família, mas infelizmente, drasticamente, qualquer pessoa de mínimo de visão, enxerga o Apocalipse administrativo instalado na cidade.
No mais, só me resta torcer para que o prefeito não se torne o Quarto Cavaleiro do Apocalipse, símbolo da morte e da devastação.