FLUMISUL FRIA.

AS COISAS QUE VI E NÃO VI.

No dia mais frio do ano da cidade e sofrendo uma chuva intermitente, ontem foi aberta a 15ª FLUMISUL em Barra Mansa. A cerimônia de abertura, ocorrida com atraso incomum nos eventos da nova administração, foi realizada num espaço suntuoso e com a oportuna participação de parte da orquestra da cidade. Fora isso e o discurso entusiasmado do prefeito que acenou com boas novas que estrategicamente ainda não podem ser divulgadas, eu já tinha visto esse filme. As mesmas pessoas, com uma ou outra alteração pouco significativa, os mesmos discursos, e pouca praticidade empreendedora. Estranha foi a ausência maciça dos representantes do legislativo municipal, pois somente três dos nossos vereadores, Denílson Câmara, Uéslei da Farmácia e Pedrinho, foram observados. 

Dentro da Feira, também foram notadas poucas surpresas. O frio, a chuva e a divulgação pífia, provocaram um enorme vazio dentro das instalações alocadas para o evento. 

Nos stands, nenhuma novidade a não ser o da Prefeitura, desta vez servindo como um "cartão de visitas" na entrada oficial da Feira. 

Na parte de roupas, percebeu-se preços de venda extremamente vantajosos, especialmente no stand da 'Rosane Modas' que estava oferecendo descontos de até 80% nas finas roupas de 'griffe' comercializadas pela tradicional boutique.

Na área de alimentação, diminuta, o serviço ficou a cargo do 'Fronteiras' e existe telão com exposição de dvds musicais e palco para apresentação de artistas regionais. Quando o frio der uma trégua, lá deve ser o "point" dos expositores e visitantes.

Livros para adultos e crianças com preços muito baratos também foram percebidos e não perdi a oportunidade de enriquecer a biblioteca e comprar mimos para a neta. A patroa também se deu bem ganhando uma bela roupa. Novamente, os visitantes foram importunados incessantemente por um batalhão de vendedores de assinatura de revistas oferecendo cortesias de exemplares encalhados em troca de acesso à informações pessoais e dados de cartão de crédito.

Na verdade, a Flumisul, apresentada como Feira "Internacional" de Negócios, não chega nem a ser regional. Desde que Roosevelt Brasil, então prefeito, 'apunhalou pelas costas' o paquistanês Shane Allan Khane, membro do governo estadual que conseguia a proeza de intermediar visitas de delegações de diplomatas asiáticos, a Flumisul perdeu a abrangência e o foco sonhado em sua concepção e tornou-se um grande 'varejão'.

É certo que a nova administração e o atual secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, o Tuca, tiveram pouco tempo para reerguer a Feira, mas não poderemos incorrer no mesmo erro sistemático dos antigos gestores de maquilar números, fraudar resultados, superestimar negócios ou plantar mentiras sobre a Flumisul. 

Quero crer que já no ano que vem teremos resgatada parte da imponência da Feira, mas para tal, é imprescindível encararmos a realidade e não tentarmos tapar o sol com a peneira.

Sou totalmente favorável à Flumisul, mas sou totalmente avesso à mentira.