AS VOLTAS DE UMA REDONDA CONFUSÃO.
A confusão administrativa em Volta Redonda está tão disseminada que muitas pessoas estão confundindo o real estágio jurídico da gestão do prefeito Neto.
Tem gente achando que o não cumprimento do PCCS, a Intervenção determinada pelo Tribunal de Justiça e o pedido de cassação do prefeito e seu vice têm os mesmos fatos geradores. Engano. Cada anomalia tem a sua receita de punição entre as que já foram detectadas e apuradas, fora tantas outras que estão por vir à tona. Vamos tentar esclarecer parcialmente:
1) O pedido de cassação foi solicitado pelo Ministério Público Estadual por ter interpretado como claro abuso de poder político causando dano ao pleito, a influência nociva e veemente do prefeito em custear despesas de viagens e estadias de seis mil pessoas, com recursos públicos municipais, para um resort de luxo em Mangaratiba(RJ), em período eleitoral, para um suposto grupo de terceira idade, onde o prefeito clamou a continuidade administrativa e se auto vangloriou pela suposta melhoria na qualidade de vida dos idosos. Já sabemos que está programado para este ano similar viagem ao município de Caxambu(MG), onde será gasto do erário mais de R$2 milhões de reais. Segundo o MP, isso causa desequilíbrio no processo eleitoral em detrimento da liberdade do voto.
2) Quanto à intervenção determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro na Cidade do Aço, ela se deu, prioritariamente, pelas quase 1.600 contratações irregulares efetuadas em seu primeiro mandato, que com o hábito do vício, hoje já somam cerca de 4.500 vigentes, todas à margem da Lei e sem a realização de concurso público, beneficiando tão somente apaniguados, apadrinhados e indicados de conchavados.
3) Quanto à determinação do cumprimento do PCCS para as mais diversas categorias profissionais existentes no Poder Executivo, já é uma ordem, que não cabe mais recursos nas esferas judiciais, porém como é notório que Neto não é afeto ao cumprimento de Leis, isso pode gerar futuras novas punições.
Mas por nada disso podemos afirmar que Neto será cassado ou o governador, seu aliado, nomeie alguém para intervir na sua gestão, conforme recomendado pelo TJ, posto que nossa justiça habitualmente é morosa e conivente com certos mandatários, porém não há como negar que o castelo desabou, a casa caiu, chutaram o pau da barraca, tiraram a Chiquinha do baile, o macaco caiu do galho, Inês é morta, assassinaram o camarão e assim começou a tragédia no fundo do mar.
Esses fatos, longevos e encravados em Volta Redonda, são frutos de uma política voltada para o bairrismo e as "panelinhas" tão habituais no estilo de vida de Neto. Seja no Clube que domina, no time que dominou, nas rodas que frequenta ou na administração municipal, Neto só tem olhos para quem o bajula e joga o seu jogo. Somente os amigos íntimos são colocados em postos fundamentais, independentemente de sua capacidade; somente os seus eleitores são ouvidos; somente seus escolhidos gozam de regalias do poder; somente os empresários de seu rol realizam obras na cidade; somente seus cúmplices participam de processos licitatórios; e somente seus associados realizam eventos e festas na cidade, embora monopolizados.
Neto não governa para o povo de Volta Redonda, mas tão somente para seus devotados súditos fiéis e silenciosos comparsas.
É evidente que com a democratização do país e a transparência dos atos públicos, essa farra teria hora para acabar e esse estilo "fascista-monárquico" não caberia mais nos dias de hoje.
Agora é só aguardar. Politicamente Neto já agoniza de forma irreversível. Tornou-se tacanha sombra do que pensou ser um dia e que a população também acreditou ser.
A luz voltou, o gigante acordou e seu neto dormiu.
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