DISCUTINDO A RELAÇÃO.

CARTA ABERTA PARA QUEM INTERESSAR POSSA.

Algumas pessoas estão me estranhando, e outras até me elogiando, por estar fazendo algumas críticas pontuais ao governo do prefeito Jonas Marins, em Barra Mansa. É um hábito natural da cultura brasileira emitir conceitos antes de se dominar os fatos. Compreendo, mas faz-se oportuno um esclarecimento pelo restabelecimento da verdade cristalina. 

Continuo, de forma confiante e ativa, a depositar minhas mais auspiciosas esperanças no governo do meu amigo Jonas Marins, muito embora já tenha percebido que nossa amizade não é exatamente proporcional. Está claro que o prezo mais do que o recíproco, porém não posso obrigá-lo a gostar de mim. A amizade produtiva e concreta nasce no berço da espontaneidade. Isso não altera absolutamente nada as minhas avaliações, que procuram ser pautadas na experiência de vida pública, na realidade dos fatos, do conhecimento dos meandros do jogo político e na fuga ávida da rede da hipocrisia dominante no meio. 

Se algumas críticas ao prefeito e aos seus subordinados diretos começaram a fluir naturalmente em nosso Blog, isso se deve basicamente a duas razões, sendo a primeira, o tempo de governo, que já nos possibilita enxergarmos algumas tendências perigosas e riscos de estabelecimentos de vícios administrativos; e a segunda, o fato de não nos encontrarmos regularmente. Estou fazendo pouco, quase nada, de quem não sabe viver democraticamente com as críticas. Não é o caso de Jonas, mas já tornou-se um traço fartamente reconhecível em uns dos ocupantes dos maiores escalões administrativos da prefeitura e suas autarquias.

No início do governo, quando minha relação com o prefeito era um pouco mais estreita, muito embora em tempo algum ela tenha sido diária ou regular, eu emitia diretamente para Jonas as minhas considerações e recomendações. Hoje, como estamos um pouco distantes, dou a minha contribuição crítica construtiva através de nosso Blog e algumas de suas reproduções no Facebook. 

Durante os primeiros meses de gestão, ainda procurei aproximar-me dos secretários Tim e Jonathan, a quem também rotulo como diletos amigos, para externar as minhas opiniões e ser cúmplice do governo em suas decisões mais drásticas e necessárias, porém, hoje, nem eles mesmos podem me dedicar muita atenção graças ao acúmulo de afazeres e responsabilidades que os cercam. 

Os fatos descritos acima, embora compreensíveis,  não podem e nem irão anular o meu direito a opinião e intromissão na gestão, conquistado à duras penas, pois é inegável que coloquei em intenso risco o meu bom emprego e até a minha vida para o êxito da nossa causa conjugada, haja vista que as ameças que recebi não foram poucas, mesmo que covardes e anônimas. Enquanto expus à sorte a minha própria segurança e o futuro de meus dependentes; abdiquei de algumas rodas sociais que nutria e apreciava; evitei lugares que frequentava habitualmente em face do alto risco que representava; no afã irreversível de mudarmos vertiginosamente os destinos sombrios vislumbrados para nossa sofrida cidade; pessoas que passivamente acendiam uma vela para Deus e outra para o diabo, e até tinham como fonte de subsistência ou garantia de manutenção de emprego a arte de bajular e apoiar o prefeito anterior, agora querem blindar o prefeito atual de minhas opiniões e se ele assim permite acontecer, não me resta outra opção para manter a minha coerência e compromisso com o Município, continuar informando sobre o que penso, sei e avalizei, de forma pública. 

Não mudei, não vejo razões para mudar, e não pretendo jamais fazê-lo. Abdiquei, por várias vezes, da oportunidade da fortuna, para manter a coerência e a garantia do bom sono. Não será de uma hora para outra que um avô de 51 anos sofridos bem vividos irá alterar os traços mais marcantes de sua personalidade polêmica. 

Mantenho o meu compromisso com a minha cidade, Barra Mansa, a quem amo mais do que a minha cidade natal. Mantenho a minha esperança no governo Jonas Marins. Mantenho a minha fidelidade ao prefeito e mantenho o meu desejo sincero pelo seu mais consagrado sucesso. Mantenho o meu compromisso com a verdade, embora nem todas possam ser ditas, vide o exemplo clássico do deputado Zoinho. Porém, mantenho, aceso como uma chama flamejante incandescente e eterna, o meu amor-próprio e minha auto-estima. 

Muitas pessoas, direta ou indiretamente, depositaram o seu voto de confiança no prefeito Jonas Marins graças às nossas considerações e depoimentos, e não irei decepcioná-las. 

Infelizmente, e isso faz parte da vida, com o exercício do poder, algumas pessoas vão desenvolvendo habilidades que chegam até a surpreender e essas precisam ser incentivadas e recompensadas na forma da Lei. Já outras, por vaidade ou incapacidade, demonstram precocemente a falta de tino para o trato com a coisa pública e essas devem ser reavaliadas; quando possível, qualificadas; e no último caso, substituídas; doa a quem doer. A cidade tem sempre que estar soberanamente acima de amizades pessoais, conchavos políticos e indicações infelizes que carecem de ser corrigidas em exíguo tempo. 

Se Jonas permitir que seu governo fracasse para evitar constrangimentos ou dissabores íntimos pessoais, tornar-se-á o único responsável pelo desgoverno que corre o risco de se estabelecer por suposta omissão ou blindagem permitida comodamente. Até onde minhas parcas forças suportarem, não contribuirei para que isso aconteça e a única arma que tenho para tal, é esse pequeno e modesto espaço, mas que, sem falsa modéstia, contribuiu sobremaneira para o alcance de nossos objetivos preliminares, pois, e aí onde muita gente se engana, a grande batalha não acabou com a nossa vitória, apenas se iniciou, pois o triunfo final só será declarado quando resgatarmos o desenvolvimento, o emprego, a saúde, a educação, a cultura, a felicidade e a qualidade de vida do povo barramansense. 

Para finalizar, declaro reiterada a minha solidariedade irrestrita à pessoa do prefeito Jonas Marins, externada para todos os seus, pois somente eles sabem o quanto sofreram e foram discriminados devido ao sonho de criança que Jonas lutou muito para transformar em realidade.

Na mesma proporção, declaro a minha solidariedade a todos que se indignam em enxergar desafetos sendo altamente valorizados no governo, em detrimento daqueles que apostaram todas as suas fichas e esperanças na campanha do prefeito Jonas Marins.

Se eu não puder ajudar, não vou atrapalhar. Mas nada no mundo me fará calar. Pelo menos enquanto Deus assim desejar.