AMANHÃ PODERÁ SER UM NOVO DIA, DE UM ANTIGO TEMPO QUE JÁ TIVEMOS.

NOSTALGIA.

Reveillon. Cidades se preparam para a virada do ano novo. Muitas festas programadas na região sul-fluminense: bailes, shows populares, blocos, procissão e fogos alardeando a chegada de um novo tempo.

Leio nos jornais que a prefeitura de Barra Mansa não tem nenhuma atividade programada para comemorar a efeméride. Sinto um certo orgulho velado "neles" em proclamarem tal afirmação. Da mesma forma nenhum clube da cidade tem agenda programada para a virada do ano. Até mesmo os bares e restaurantes estarão todos, absolutamente todos, fechados. Muitos, como o Diário de Bordo e o Colarinho Branco, já fecharam suas portas e abrirão só a partir de 5 de janeiro. Gaia Grill, Fronteiras, Petisco e os demais fecham suas portas amanhã e só abrem no meio da próxima semana.

Os administradores da prefeitura de Barra mansa não comemoram nem impulsionam a chegada de um novo tempo pois para eles o ideal é que Barra Mansa continue no mesmo marasmo e decadência, preferencialmente não mexendo no governo onde eles se auto-proclamaram parasitários eternos.

Desde que essa peste (BEM) se instalou na cidade, perdemos o Reveillon, assim como perdemos o carnaval, hoje instalado em frente ao cemitério, no antigo Parque das Torturas. Passamos a nos conformar a procurar diversão correndo riscos nas estradas engarrafadas de fim de ano e somos obrigados a gastar as nossas economias em outros municípios e estados. Perde o comércio em geral, perde a rede hoteleira, perde a vida. Capisbaixos e resignados, ensinamos nossos jovens a aceitar esse destino e abdicar da alegria de viver e encorajamo-os a arriscarem as suas integridades físicas longe de nossos olhos e proteção.

Não sou saudosista, mas nessa epóca não dá para impedir que o coração anseie a volta de nossas festas, tais como os inesquecíveis "reveillons" do Clube Municipal, que abrigava a fina flor da nossa sociedade e estimulava a vinda de centenas de visitantes. É impossível não lembrar do Bloco das Marrecas. É insuportável perceber que a alegria de nossa gente nas ruas e o estímulo do comércio local fora trocado pelo silêncio de uma cidade deserta e sem esperança.

Nos finais de ano, em remoto passado, Barra Mansa era o lugar onde os amigos se reuniam e as famílias confraternizavam. Havia viço no olhar, ginga no corpo, calor no coração, esperança no horizonte e amor pela vida.

Olho a previsão do tempo e perco o ânimo em arrumar destino para o final de semana, porém ao lembrar da nostalgia e depressão que assola a cidade na virada do ano, fico confuso e indeciso. Onde foi que eu permiti que esses incompetentes e inimigos do povo interferissem na minha vida e alterassem o meu destino, me pergunto desolado.

Juro pelos meus, que lutarei com todas as forças que Deus me conceder para ajudar a reverter a tristeza que eles nos obrigam a sentir. Calaram nossos músicos, fecharam nossos clubes, coibiram nossos bares, sepultaram as nossas alegrias, mas enquanto eu tiver dedos para teclar e voz para me indignar, tentarei colaborar para que ano que vem nos possamos cantar:"...Esse ano não vai ser igual aquele que passou, eu não brinquei, você também não brincou...", e assim, somando forças com demais inconformados, tentarei recuperar a nossa fantasia e me permitirei sonhar com a Barra Mansa que nossos antepassados nos deixaram de herança e inadvertidamente colocamos em mãos impróprias e inadequadas.

Apesar de tudo, um feliz ano novo, e lembre-se que poderá ser muito mais feliz se você souber usar a arma democrática que você tem nas mãos: o voto livre e soberano.

2012 pode ser um ano muito significativo na sua vida e na vida de nossa cidade. Só depende de você. Seja feliz. Muito feliz.