IMPRESSÕES ATUALIZADAS DO QUADRO POLÍTICO EM BARRA MANSA.

OS ÚLTIMOS E FUNDAMENTAIS MOVIMENTOS DO PRÉ-JOGO ELEITORAL.

Nas próximas horas, muitas coisas serão decididas na história das eleições de 2012 em Barra Mansa. Considero este período (a semana  do final de prazo para registro de candidaturas), o mais delicado e o mais perigoso do processo eleitoral. Reversões de tendências tornam-se possíveis graças a erros estratégicos primários, geralmente movidos por vaidades e ambições pessoais, nas alianças e costuras políticas, especialmente no tocante a escolha do candidato a vice-prefeito. O cargo, que é mero acessório de governo, contraditoriamente tem um peso fundamental na escolha do eleitorado, especialmente no item rejeição. Repito sempre que em cidades de médio porte, o eleitor não tende a definir o seu voto por causa do prestígio do vice, mas é muito comum a escolha do nome definido para a disputa do cargo desagradar o eleitor e influenciar uma mudança de tendência de voto. Eleições "ganhas" se tornaram perdidas graças a isso, e a última (2008) foi um exemplo clássico desta premissa em Barra Mansa.

Neste momento altamente passional dos bastidores das campanhas, assim como nas vésperas da convocação da Seleção Brasileira para uma Copa do Mundo, pessoas alheias ao processo vestem-se de "experts" e técnicos "entendidos" no assunto e querem fazer valer a sua opinião até mesmo na base da ameaça. Pessoas que esperaram meses para definir seu caminho, após perceber a tendência das ruas, aproximam-se de determinados candidatos e dão "pitacos" muitas das vezes sem sentido ou lógica prática, que quando ouvidos pelos candidatos desavisados, os fazem rotineiramente jogar uma pródiga campanha no limbo. Nesse momento, o candidato a prefeito, o ponto alto do pleito, precisa ter personalidade, sapiência, humildade e bom senso, qualidades que vão se esvaindo na medida que os mesmos deixam-se picar pelas "moscas azuis" contagiantes tão comuns no universo eleitoral em ano de urna.

Nos últimos dias, um fato novo anunciado pode provocar uma reviravolta nas tendências, que é a possibilidade da candidatura do ex-prefeito Luiz Amaral como vice-prefeito de Paulo Cosenza (PSDB). Segundo as pesquisas atuais, a rejeição que supunha-se que Luiz Amaral carregava sob seu nome já faz parte de um passado não comprovado. É bom lembrar que ele venceu as três eleições para prefeito de Barra Mansa que disputou, e mesmo após estar 20 anos fora das urnas, seu nome ainda é recomendado por vários segmentos do eleitorado. Esse anúncio pode dar o empurrão necessário para que o nome do ex-juiz Paulo Cosenza tome corpo perante o eleitor e seja uma quarta via bastante interessante, já que seria a única novidade nominal do pleito. Observando-se o índice generalizado de insatisfação política do barramansense, certamente seu nome tenderia a um crescimento inevitável. Se suficiente para a vitória nas urnas, só o tempo poderá dizer. É bom frisar, que mesmo sem coligações, o PSDB terá, se mantiver a candidatura de Paulo, mais de nove minutos no horário eleitoral gratuito diário no rádio e na televisão, perfazendo quase 15% de tempo total destinado as propagandas partidárias (sem contar os "foguetes"), o que ao nosso ver, é tempo mais do que suficiente para ele tentar vender as suas propostas, que por sinal, são inovadoras e bem elaboradas. O anúncio do nome do ex-prefeito na disputa animou o ninho tucano que voltou a receber propostas de financiamento político para as despesas de campanha. Com tempo de TV, um vice bem projetado e altamente reconhecido, adversários com supostos desgastes profundos e municiado de propostas interessantes e factíveis, Paulo poderá correr por fora e surpreender os rumos do processo.

Certamente dirão que uma suposta rejeição ao PSDB, ao Luizinho, ao Ricardo Maciel, até mesmo a mim, que nem político sou, poderão prejudicar a candidatura, mas pergunto: Qual candidatura em Barra Mansa já não carrega uma rejeição infinitamente maior? Inês carrregará o peso de uma campanha concomitante ao julgamento do mensalão, que certamente durante os 30 dias de agosto, tomará as páginas dos jornais de toda a imprensa nacional e causará estragos incalculáveis para o PT. Além disso ela carrega a rejeição de Rutinha, do PP, do 400% do IPTU, da demissão de professores e do "rachide" na Assembléia que certamente será relembrado ostensivamente nos embates eleitorais. Zé Renato, então, é uma sumidade quando o assunto é rejeição, já avaliada pelos institutos MIND e IBOPE como alarmantes. Some-se a isso, seu secretariado impopular e desgastado, Albertassi, os Nader, a venda do SAAE, os aumentos de água e ônibus, os desvios das verbas da educação, os vereadores que naturalmente carregam forte rejeição e perfilam em absoluta maioria ao lado do prefeito, a operação fantasma do Recanto, as terceirizações, a falta de aumento de salários, os gastos abusivos e faraônicos com publicidade, as inesgotáveis ações na justiça contra o governo, o sucateamento da saúde, e muito, muito, muito mais. Jonas, por sua vez, tem que aparar os desgastes da sua própria bandeira partidária que defende o retrógrado comunismo, assim como os desvios do PC do B no Ministério dos Esportes, a situação financeira da Asbam e da Casmadin, um suposta fraude nos seguros dos funcionários, e a rejeição do grande leque de alianças firmadas em seu redor, como Ismael, Abílio, PR, Pastor, Universal, Elmirinho, etc., etc., etc.. Rejeição por rejeição, a candidatura de Paulo está leve e solta, mesmo porque sem partidos coligados, o compromisso dele passaria a ser exclusivamente com o povo, que afinal, decide a eleição.

Já falei aqui que Luiz Amaral não aceitaria disputar o cargo de vice-prefeito, aliás, não aceitaria disputar mais nenhum pleito. A razão primordial dessa afirmação é a sua família, que quer vê-lo livre das torpes acusações que ele foi vítima durante a sua vivência política. Esse é o grande desafio de Luizinho, mas se conseguir superá-lo, Paulo terá um reforço altamente considerável na sua pretensão.

Jonas Marins é o franco favorito neste momento de campanha, mas se mexer peças erradas no tabuleiro, pode jogar fora uma suposição de vitória reconhecida até pelos adversários mais ferrenhos. As cartas estão nas mãos dele. É nesse momento da história da política que separam-se os meninos dos homens. A oposição no último pleito se portou como um menino inocente e covarde. Espero que esse menino tenha aprendido a dura lição e virado um homem sábio e ousado.