QUEM APRECIA UMA VISÃO INTELIGENTE, IMPARCIAL, LÚCIDA, CLARA, REALISTA E ACRESCENTADORA, NÃO PODE DEIXAR DE LER ESSE EXCELENTE ARTIGO DO JORNALISTA RUY FABIANO.
O CABO ELEITORAL.
A presente campanha eleitoral, que amanhã (enfim) chega ao fim, entra para a história como aquela em que os personagens centrais não foram nem os candidatos, nem suas propostas, mas um cabo eleitoral: o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele foi o fator de desequilíbrio, colocando em segundo plano – na verdade, em nenhum plano – os temas que poderiam ter algum relevo, reduzindo a campanha a um plebiscito entre ele e “os outros”.
Nesse embate, valeu tudo: atribuir ao adversário causas que não sustentou – como a privatização da Petrobras – e condutas que não teve, como a de forjar uma agressão que efetivamente sofreu, num ato eleitoral no Rio, semana passada.
Até hoje, não obstante demonstrações periciais – não apenas a da TV Globo, mas também a do SBT -, Lula insiste em que Serra foi atingido apenas por uma “bolinha de papel”, deixando de lado o fator essencial do episódio, que foi a tentativa da militância do PT de barrar uma manifestação eleitoral legítima, mediante truculência.
Seja quem for o vencedor, haverá consequências, dado o ambiente de exacerbação que essa conduta ocasionou. Lula investiu no sentimento divisionista da sociedade, o que é sempre perigoso, além de contraproducente.
Não poucas vezes, incitou a luta de classes, atribuiu ao candidato adversário a pecha de inimigo dos pobres e do Nordeste, empenhado em vender o patrimônio público e desfazer benesses sociais, como o Bolsa Família, que, na verdade, nem foi concebida em seu governo, mas no do adversário. O resultado é preocupante.
Vencendo, Dilma Roussef não contará com a boa vontade dos derrotados para estabelecer um padrão equilibrado de oposição. Vencendo Serra, o clima será ainda mais hostil, dados os efeitos da conduta presidencial sobre a militância petista. A agravar o quadro está a perspectiva de que o país está no fim do ciclo de bonanças.
Ciro Gomes, aliado de Dilma, já antevia uma séria crise fiscal no horizonte, que obrigará o futuro governo a tomar medidas impopulares. Isso implica a necessidade de um ambiente político propício ao debate e à negociação. Não é preciso dizer que esse ambiente inexiste e tende a se agravar com o resultado eleitoral, não importa quem vença.
Embora as pesquisas indiquem razoável margem de favoritismo para Dilma, o próprio PT sabe que não há tanto conforto assim e que há chances concretas de um resultado adverso. Daí a radicalização dos dias finais. Quem está seguro da vitória não radicaliza. Ao contrário, providencia pontes com o adversário, tendo em vista o day after. Não há nenhuma ponte à vista – só muros.
Lula errou na dose. Jogou toda a sua popularidade em prol de uma facção, embora ela lhe advenha do conjunto da sociedade e não de um partido. Basta ver que sua candidata obteve em votos, no primeiro turno, pouco mais da metade da aprovação dada nas pesquisas a seu governo, o que indica que nem todos que aprovam Lula querem Dilma como sucessora. É uma leitura óbvia.
É legítimo que um presidente da República tenha um candidato e que o manifeste. Todos os antecessores de Lula o tiveram e o manifestaram. Nenhum, porém, ao ponto de atropelar a liturgia do cargo e se transformar em cabo eleitoral, envolvendo nessa empreitada toda a estrutura do governo.
O cabo eleitoral Lula criou ainda a figura inédita do expediente presidencial, como se o chefe da Nação estivesse circunscrito a uma carga horária específica e abdicasse da função nos feriados e fins de semana, deixando o Estado acéfalo diariamente entre as 18 horas e as 8 horas e em tempo integral nos dias em que não há expediente nas repartições públicas.
Não bastasse, ajustou a agenda de governo aos comícios de sua candidata, confundindo-os. Providenciou inaugurações onde não havia o que inaugurar, misturando as despesas do partido com as do governo. Pior que tudo: violou o calendário eleitoral, antecipando-o em quase dois anos, colecionando multas judiciais que configuram também outro ineditismo na história das eleições e da República, desde que Deodoro a proclamou.
É ele, sem dúvida, o principal personagem que esta campanha eleitoral levará para a História.
Ele foi o fator de desequilíbrio, colocando em segundo plano – na verdade, em nenhum plano – os temas que poderiam ter algum relevo, reduzindo a campanha a um plebiscito entre ele e “os outros”.
Nesse embate, valeu tudo: atribuir ao adversário causas que não sustentou – como a privatização da Petrobras – e condutas que não teve, como a de forjar uma agressão que efetivamente sofreu, num ato eleitoral no Rio, semana passada.
Até hoje, não obstante demonstrações periciais – não apenas a da TV Globo, mas também a do SBT -, Lula insiste em que Serra foi atingido apenas por uma “bolinha de papel”, deixando de lado o fator essencial do episódio, que foi a tentativa da militância do PT de barrar uma manifestação eleitoral legítima, mediante truculência.
Seja quem for o vencedor, haverá consequências, dado o ambiente de exacerbação que essa conduta ocasionou. Lula investiu no sentimento divisionista da sociedade, o que é sempre perigoso, além de contraproducente.
Não poucas vezes, incitou a luta de classes, atribuiu ao candidato adversário a pecha de inimigo dos pobres e do Nordeste, empenhado em vender o patrimônio público e desfazer benesses sociais, como o Bolsa Família, que, na verdade, nem foi concebida em seu governo, mas no do adversário. O resultado é preocupante.
Vencendo, Dilma Roussef não contará com a boa vontade dos derrotados para estabelecer um padrão equilibrado de oposição. Vencendo Serra, o clima será ainda mais hostil, dados os efeitos da conduta presidencial sobre a militância petista. A agravar o quadro está a perspectiva de que o país está no fim do ciclo de bonanças.
Ciro Gomes, aliado de Dilma, já antevia uma séria crise fiscal no horizonte, que obrigará o futuro governo a tomar medidas impopulares. Isso implica a necessidade de um ambiente político propício ao debate e à negociação. Não é preciso dizer que esse ambiente inexiste e tende a se agravar com o resultado eleitoral, não importa quem vença.
Embora as pesquisas indiquem razoável margem de favoritismo para Dilma, o próprio PT sabe que não há tanto conforto assim e que há chances concretas de um resultado adverso. Daí a radicalização dos dias finais. Quem está seguro da vitória não radicaliza. Ao contrário, providencia pontes com o adversário, tendo em vista o day after. Não há nenhuma ponte à vista – só muros.
Lula errou na dose. Jogou toda a sua popularidade em prol de uma facção, embora ela lhe advenha do conjunto da sociedade e não de um partido. Basta ver que sua candidata obteve em votos, no primeiro turno, pouco mais da metade da aprovação dada nas pesquisas a seu governo, o que indica que nem todos que aprovam Lula querem Dilma como sucessora. É uma leitura óbvia.
É legítimo que um presidente da República tenha um candidato e que o manifeste. Todos os antecessores de Lula o tiveram e o manifestaram. Nenhum, porém, ao ponto de atropelar a liturgia do cargo e se transformar em cabo eleitoral, envolvendo nessa empreitada toda a estrutura do governo.
O cabo eleitoral Lula criou ainda a figura inédita do expediente presidencial, como se o chefe da Nação estivesse circunscrito a uma carga horária específica e abdicasse da função nos feriados e fins de semana, deixando o Estado acéfalo diariamente entre as 18 horas e as 8 horas e em tempo integral nos dias em que não há expediente nas repartições públicas.
Não bastasse, ajustou a agenda de governo aos comícios de sua candidata, confundindo-os. Providenciou inaugurações onde não havia o que inaugurar, misturando as despesas do partido com as do governo. Pior que tudo: violou o calendário eleitoral, antecipando-o em quase dois anos, colecionando multas judiciais que configuram também outro ineditismo na história das eleições e da República, desde que Deodoro a proclamou.
É ele, sem dúvida, o principal personagem que esta campanha eleitoral levará para a História.
RUY FABIANO.
O que esperar de um nordestino, peão e burro ? Ser presidente da República não quer dizer que acrescentou cultura, boa vontade, humildade e outros predicados para a melhora da pessoa. LULA ao contrário demonstrou despreparo para o cargo que exerceu e só podia dar nisto. Eleição é festa e não guerra. Agora eu sou anti petista e anti lulista. Tudo que eles forem a favor vou ser contra e tomara que eles se funiquem e se lasquem. Nordestinos que se danem, voces são o avesso do Brasil que trabalha e quer o melhor, voces deveriam se dividir do Brasil e viver com o que produzem, nem capim voces iam comer seus abestados.Serra vai ganhar e deveria separar o Nordeste do resto do Brasil.
ResponderExcluirFÁBIO COSTA
Após ler seu comentário.I love Lula.Ilove Dilma.
ResponderExcluirPelo menos no nome voce tem graça.
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