sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A ELEGÂNCIA DA DISCUSSÃO

CARTAS DE PARIS - CAROLINA NOGUEIRA.
- A senhora poderia retirar essa bolsa daí? (no chão, ocupando um espaço perto da janela)
- Por que eu retiraria?
- Ora essa, porque o ônibus está apertado!
- E retirar a minha bolsa vai fazer o ônibus ficar mais folgado?
- Mas…
- Eu cheguei antes e me instalei. Não saio daqui.
Silêncio.
- O que a senhora está me olhando?
- Eu tenho o direito de olhar, ué. Qual o problema? A senhora não tira a bolsa e eu não paro de olhar a senhora.
- Pois então olhe. Fique aí olhando o tempo que quiser. Pois eu não tiro a bolsa. Não tiro mesmo.
É assim que os franceses discutem. E é claro que não termina assim, porque ainda há muitas paradas pela frente até chegar a hora de uma das duas descer. O pingue-pongue pode durar horas, sempre no mesmo tom de voz e no mesmo nível argumentativo.
A gente, que é brasileiro, fica naquela agonia. Ai, meu Deus, vai sair tapa. Uma vai xingar a mãe da outra.
Mas não. Fica só nisso mesmo. Uma fala de um lado, a outra fala do outro. “J’ai le droit…”, “vous n’avez pas le droit…”, o tal do direito é invocado milhares de vezes por ambos os lados da peleja.

Meu amigo casado com uma francesa conta do dia em que, em um bar, uma pessoa começou a falar mal do Brasil. A esposa dele imediatamente retrucou. E as duas ficaram naquela discussão, “j’ai le droit” pra cá, “reviens au sujet” pra lá. E ele meio constrangido.
Acabou que a esposa resolveu ir para casa mais cedo. Ele continou a noitada com os amigos. Quando chegou em casa, ouviu dela: “interessantes os argumentos daquela moça, não? Gostei de discutir com ela!”. E ele achando que ela tinha ido embora com raiva!
É assim, como praticar um esporte. A discussão saudável, elegante, sem achincalhes, sem humilhações, sem desqualificar o outro simplesmente porque ele tem a ousadia de não concordar com você. Apenas uma sucessão de argumentos – não de críticas vazias e raivosas.
Bonito, não é?
Pena que alguns visitantes de nosso Blog (poucos, graças a Deus) não captem algo tão perceptível e tentem tornar a vida tão óbvia, enfadonha e belicosa.
Aproveito este momento para informar que o prefeito Zé Renato e sua esposa Emiliana, mesno com todas as críticas contundentes e "exclusivas" efetuadas pelo nosso Blog em nosso sagrado direito de discordar e questionar, sempre me trataram com a maior fidalguia e respeito, e por conseguinte, nos cerimoniais que conduzi e nas vezes que tive o prazer de encontra-los, tratei-os com a pompa e circustância que seus altos cargos merecem ser relevados e suas ilibadas condutas morais merecem ser respeitadas, o que não posso estender a boa parte do bando de puxa-sacos incompetentes que o circundam pela maldita herança outorgada pelo antecessor forasteiro e ganancioso.
Aproventando o "gancho" de mencionar pessoa tão infeliz e medíodre, embora reconhecidamente e inquestonavelmente "rapina política" (e agourenta...é isso aí doutor...), informo que infelizmente o citado claro na menção anterior, o "patrono Pachá", pessoa que me provoca repulsa e náuseas, não me merece o menor respeito ou elegância, muito embora sua família próxima (esposa e filhos) sejam dignas de todas as honrarias e educações e lamentavelmente, por questões óbvias, não me devem reciprocidade afetiva e evidentemente, nem seria esperado.
Carolina Nogueira é jornalista e mora há dois anos em Paris, de onde mantém o blog Le Croissant

3 comentários:

  1. Só sendo muito burro para puxar seu saco. rarararararara

    ResponderExcluir
  2. Sr. Júlio
    Pode informar quantos votos o candidato a deputado Ademir Melo obteve na cidade de Barra Mansa?

    Ele pegou qual suplência?

    Lindomar

    ResponderExcluir
  3. Julio você esta de parabéns por reconhecer a educação,e a postura do nosso Prefeito e da primeira dama, acho que ai não se trata de votos de suplência e sim de reconhecimento de educação e princípios que os dois tem de sobra. Louvo seu reconhecimento e dignidade.

    ResponderExcluir

Por favor, nosso Blog não aceita mais comentários não identificados. Por obséquio, realize seu registro. Grato.