O POLVO MORREU. LULA COMEU.

SOMOS MÍSEROS 3%.
Caros amigos visitantes do blog,
Conforme postei ontem no final da tarde, hoje eu publicaria estudos realizados sobre tendências em todos os estados da federação, visando uma análise prévia do quadro que poderíamos observar e acompanhar durante as apurações do segundo turno, e o desempenho da votação dos dois candidatos selecionados de acordo com o percentual esperado em cada estado e metas que ambos deveriam atingir para a obtenção do êxito.
Porém hoje, ao perceber o efeito devastador que certamente causarão as duas últimas pesquisas divulgadas (Sensus e Datafolha), creio que o quadro poderá sofrer sensível alteração e minha análise iria por terra. Só serviria tão somente para que os covardes anônimos, de baixo das suas insignificâncias e falta de argumentos próprios e capacidades intelectuais pessoais, viessem destilar seus venenos eivados de preconceito, ironia barata, sarcasmo mórbido e inveja.
Vou votar no Serra, isto é óbvio, pelas centenas de razões expostas no nosso dia-a-dia aqui no Blog desde a sua criação. Porém, devo admitir que há um franco e quase irreversível favoritismo para a vitória de Dilma Roussef. E se analisarmos sem paixões, tal fato não chega a ser surpreendente e até mesmo vem ao encontro da lógica plantada em centenas de anos de Brasil.
Comecemos analisando os fatos contemporâneos das estratégias de campanha:
Serra, ainda como Governador de São Paulo, realizando um belo trabalho a frente do governo, optou por não fazer oposição à Lula, supondo que mantendo uma relação cordial com o Presidente, poderia, além dos votos oposicionistas, amealhar significativa parcela de votos entre aqueles que aprovavam incontestavelmente o presidente. Mais uma omissão característica e simplista do PSDB, que no auge do escândalo do Mensalão, acreditou que Lula seria exterminado sem que houvesse necessidade de um empurrãozinho de ódio, tão comum nas práticas oposicionistas do PT quando oposição. Não se pode subestimar a identidade que Lula mantém com a legião de analfabetos culturais que são maioria em mais de 20 estados da federação.
Depois ao perceber, que Lula queria a aniquilação absoluta de todos os adversários do alto de sua popularidade, Serra tentou em vão passar como candidato de continuísmo, o que não foi aprovado pelos seguidores de Lula e causou desconfiança na militância oposicionista mais aguerrida.
Por fim, tarde demais, Serra vem assumir os acertos da gestão FHC e tentar explicar os motivos dos atos do Governo anterior e sua grande parcela de responsabilidade no equilíbrio econômico do país, mas já era tarde demais, pois Lula, como águia célere, gastou fortunas do erário em insistente publicidade para captar unicamente os créditos da gestão financeira. Hoje, se for efetuada uma pesquisa nos rincões do Brasil, provavelmente o povo vai responder que Lula é o precursor do Plano Real, quando na realidade foi um contumaz opositor a essa receita econômica de Itamar e FHC.
Por fim, Serra, passou a fazer as promessas milagrosas no nível do populismo de Lula, mas falta-lhe o principal para a implantação da demagogia, que é o próprio carisma demagógico. Serra é um técnico, eficiente e produtivo, mas bater de frente com o carisma de Lula, está muito além de suas possibilidades. Aécio, certamente teria mais facilidade em implantar tais argumentos, mas o PSDB que já tinha preterido Serra por Alckmin há quatro anos atrás, preferiu optar pelo óbvio, e pelo recall, já que Serra era mais conhecido. Essa teoria insossa não serve mais para eleições para o executivo, seja no Brasil ou em Santo Antonio de Lima Dentro. Tornar uma pessoa conhecida é fácil desde que haja tempo, dinheiro e apoio. Difícil e fazer plástica na fisionomia, e até isso, Dilma fez.
Já Lula não tem estratégia, tem sede inesgotável e sem escrúpulos de poder. É um animal carente e obsessivo que graças a sua inteligência e sensibilidade aguçada aliada a desesperança nacional e o fruto do resultado de práticas irresponsáveis durante séculos, caiu como uma luva no imaginário popular dos ignorantes.
Corrompeu, malversou, comprou, enriqueceu, enlameou, iludiu, chantageou, mentiu, mentiu, mentiu, mentiu, urdiu, blasfemou, bravateou, mas deu para o povo aquilo que os porcos almejam: migalhas e lavagem, com o codinome de Bolsa Família.
Para provar o seu poder, e o que seu subconsciente falou em alto eu bom som (EU SOU A OPINIÃO PÚBLICA!!!), Lula descartou os políticos convencionais e escolheu para sucedê-lo a sua parceira fiel de tantas ilicitudes, a companheira Dilma, só para provar que ele manda e faz o que quer nesta Nação.
Não vamos nos ater aos escândalos que acompanharam Lula em quase todos os atos do seu Governo, pois quem conhece já sabe, e quem não conhece, não vai ser agora que gostará de conhecer. Isso seria pingar no encharcado.
Mas vamos analisar o porquê desta ignorância coletiva da turba ignara que assegura aos meliantes e corruptíveis, o inevitável sucesso na vida pública.
Desde os primórdios da organização social desta nação, o poder é adquirido pelas maiorias comandadas pelas minorias. A Igreja Católica, na qual fui batizado, quando se apercebeu que os ricos donos de terra não acreditavam mais que após décadas de pecados e humilhações, bastava comprar da Igreja um lote no Céu, implantou a “Opção pelos pobres”, e através da disseminada arrecadação de “dízimos obrigatórios como antídotos anti-pecados” se mantinha em sua suntuosidade e poder. Desta feita, quanto mais ignorantes e inquietos, melhor para os poderosos.
Décadas depois, o consumismo aderiu à filosofia e também a explorou.
Pouco mais tarde, foi a mídia que descobriu o maravilhoso e barato filão de retorno incalculável. Não é a toa que Faustão bate um Ibope vinte vezes maior que o Canal Livre.
E por fim, o tiro inicial voltou-se contra o criador, e outras entidades religiosas usaram do mesmo expediente para enriquecer e enfraquecer a Igreja Católica.
Enfim, o fruto de tudo isso é a ignorância. E como mante-la soberana entre o povo, e mais objetivamente, o eleitorado?
Sem planejamento familiar.
Incentivando os ignóbeis a se multiplicarem feito coelhos para que nem o Estado nem os benfeitores possam oferecer-lhes educação e discenirmento.
Atrás da luta contra a regularização do aborto, tão em voga nesta eleição, não está tão somente aspectos religiosos, mas sim o medo de se desencadear uma política “nociva e fatídica” para os poderosos contra a melhoria de capacidade intelectual do cidadão, através de uma política séria e humana de planejamento familiar. Meu pai, há mais de trinta anos falava que não acreditava em político nenhum que não defendesse esta bandeira. Não há como ter ovos sem galinhas, dizia ele, dizendo que não há político qualificado se não se investe na formação de eleitores qualificados.
(Em aparte, quero manifestar-me contra o aborto banal, mas não posso deixar de considerar a possibilidade da mulher, por falta de condições econômicas, psicológicas, salutares ou sociais, ter o direito de optar de deve ou não prosseguir carregando um feto dentro de seu corpo. Não tenho opinião conclusiva formada a respeito, mas gostaria de um embate sério de idéias sobre a relevante questão.)
Face ao exposto, o seu voto, caro leitor, que só pelo fato de estar dando atenção a este modesto ensaio, já o qualifica como auto-consciente para o exercício do voto, vale exatamente a mesma coisa que um eleitor amorfo de um canto insólito do Brasil, que neste momento pode estar bebericando a sua cachaça comprada com o fruto de nosso trabalho através da bolsa-esmola. Com uma diferença: Você deve estar considerando a hipótese de viajar no feriadão, já o outro citado, certamente vai dar a paga de seu presente ofertando, concedendo prazerosamente seu voto para o 13. Por este prisma, o voto dele vale até mais do que o seu.
O brasileiro é assim mesmo: quer honestidade de seus governantes e quer respeito de seus políticos. Mas admite ficar com troco indevido, furar filas, levar vantagens, receber propinas, oferecer propinas, desrespeitar o espaço alheio, atravessar sinal fechado, tirar proveito de inocentes, comprar produtos piratas, sonegar impostos, estacionar nas calçadas, saquear cargas de caminhões tombados, vender votos, pegar atestado médico para faltar ao serviço, dar atestado médico para vagabundo faltar serviço, fazer gato de luz, fazer gato de TV a cabo, pedir nota fiscal acima do valor gasto para o patrão pagar, falsificar documentos para obter vantagens, ficar com objetos perdidos que não são seus, e por aí a fora.
Por isso, esse povo que se contenta com Bolsa-esmola, não ta nem aí se a Erenice, principal assessora da presidente deles, montou um mega-esquema de corrupção no governo federal; se o Lulinha ficou milionário da noite para o dia; se o Zé Dirceu está solto após montar a maior rede de desvio público do país, e ainda por cima, mandando muito. Esse mesmo povo evidentemente sabe em quem votar: Dilma, e torna a disputa hercúlea e desigual.
Mas, caríssimo amigo, nem tudo é desalento. Mesmo debilitada perante o uso criminoso da máquina administrativa, com Lula atropelando a legislação e a constituição, como um poderoso e avassalador trator, contando covardemente com a revoltante conivência, cumplicidade, inércia e omissão dos representantes da Justiça, a oposição está como não se via há muito: mobilizada, organizada, disciplinada, coesa e altiva nesta última semana de lutas eleitorais, e por isso o ódio, desequilíbrio e desespero de Lula. Ele subestimava a nossa força e vai sair muito menor do que entrou nesta disputa, graças a nossa garra, argumentos, revolta e determinação.
Farei o meu papel dia 31 e solicito que você também assim o faça, pois mesmo que não saiamos vitoriosos, e é realmente muito difícil, deixaremos a nossa marca e o nosso registro de que apesar de sermos suposta minoria, estamos vivos, atentos e ainda esperançosos de que um dia esse país tenha luz nos seu destino e que nossos filhos e netos tenham oportunidade à tão almejada justiça social.
Na última pesquisa, assim como em todas as demais, 3% consideraram o Governo Lula ruim ou péssimo. Eu faço parte destes míseros 3%. Com muito orgulho. Agradeço aos meus pais terem investido na minha formação para que eu desfrute desta visão. Infelizmente, somos apenas 3%.
Desculpem-me, mas não farei previsões. O Polvo morreu.