quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A FOME DO SENHOR.


Me permitam partilhar este sentimento com vocês...
Agora há pouco fui almoçar num restaurante, como faço quase todos os dias, pois me sobra pouco tempo para ir em casa almoçar. O prato que me serviram estava tão bonito e ornamentado que lágrimas me vieram ao rosto. Foi difícil conter e evitar constrangimento.
Evidentemente que não chorei pela beleza do prato. Chorei porque me lembrei que passei fome. Lembrei que num período negro na minha vida daria ela para oferecer um prato daqueles para minha esposa e meus filhos e não conseguia.
Mas a fome me ensinou coisas que faculdade nenhuma me ensinaria.
A fome me ensinou que um prato além de saboroso deve ser preferencialmente bonito, pois ele representa a abundância que Deus ofereceu a seus filhos.
A fome me ensinou que a maioria das amizades são efêmeras e circunstanciais, mas as poucas verdadeiras, são muito mais importantes que um parente. Amigo de verdade é aquele parente que a gente escolheu no livre arbítrio que Deus nos ofereceu.
A fome me ensinou que a gente não deve esperar muito das pessoas. Elas estão sempre muito ocupadas com seus próprios problemas. A gente deve enfrentar sozinho os nossos próprios desafios.
A fome me ensinou que o amor sofre riscos alarmantes quando convive perto dela, mas quando o amor sobrevive à ela, torna-se eterno e indestrutível.
A fome me ensinou que esposa e filhos são os maiores bens que um homem pode ter.
A fome me ensinou que as pessoas que anonimamente e fervorosamente labutam para oferecer um prato de comida para quem não o tem, são verdadeiros anjos em vida.
A fome me ensinou que Deus ama muito a quem faz sofrer, pois só o sofrimento dá a senha para a visão plena da beleza do Universo.
A fome me ensinou que minha fé é inabalável e Meu Senhor é meu Pai.
A fome foi o pior adversário que eu tive na minha vida e quando eu o venci, perdi todos os medos e nada me esmorece mais nem me intimida.
A fome me ensinou que pequenas derrotas e aborrecimentos são tão insignificantes e passageiros que quando a gente os potencializa, perde tempo desnecessário em aproveitar o magnífico espetáculo da vida.
A fome me fez ser mais humano, e sendo mais humano fico mais perto do calor de Meu Pai.
A fome me ensinou que gratidão é um sentimento que não pode ser passageiro e ser grato eternamente a quem nos estende a mão é agradecer ao Pai por ter colocado essa pessoa na nossa vida.
Quando acabei de almoçar, mais uma vez grato ao Meu Pai, percebi que a garçonete havia notado meus olhos marejados. Ela me ofereceu um sorriso e de alguma forma parecia que ela entendia o que passava na minha cabeça e também tinha sofrido a gloriosa lição.
Agora trancado em meu gabinete, escrevo essas palavras, e a vontade, deixo rolar minhas lágrimas de felicidade, gratidão e amor.
Obrigado Senhor.

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