AMILTON BUENO DE CARVALHO - III

NOVA HISTÓRIA.

Para concluir este breve relato sobre a agradável e rápida convivência que desfrutei do desembargador gaúcho Amilton Bueno de Carvalho, tentarei retrata-lo usando algumas de suas próprias citações.

Amilton é, como diria Chies, um abolicionista utópico e um garantista tópico. Está cada vez mais simpatico ao anarquismo e é quase fã incondicional de Nietzsche. Acha que a justiça brasileira vive um impasse endêmico de duas correntes antagônicas, onde uma defende que tudo é crime e outra onde nada é crime.

Amilton, desembargador de Justiça, não acredita no Direito penal, pois na sua visão ele não cumpre e não pode cumprir suas funções. Entende que quem faz o crime é a Lei e o legislador, pois o crime não anda por aí com suas próprias pernas. Cita exemplos de países de culturas diferentes, tal como o Irã, onde fazer amor com mulher mestruada é crime. Amilton entende que o homem é fruto do seu berço e da sua ética aprendida. Acha que nós não saimos por aí cometendo estupros não porque a lei proíbe, mas porque nossa formação educacional, ética E moral nos reprime a este delito, e ao mesmo tempo diz que nenhum estuprador na hora do ato, de lembra da lei 213, que prevê prisão de 6 a 10 anos. "A Lei penal funciona apenas para quem dela não precisa". Na mesma linha, lembrou que o "Maníaco do parque" foi violentado durante toda a sua infância e estava ao cometer as atrocidades, apenas devolvendo a história que aprendeu.

Amilton acredita que a lei e a prisão não podem mudar o homem, pois nenhuma delas muda a história do homem, e o homem é fruto invariável da sua história. Na sua concepção, mudar a sociedade é mudar a história das pessoas, com educação e planejamento.

Amilton não acredita no poder, mas tem medo do seu prórpio poder. Diz que só pode haver poder se existir vassalos. Só há poder se há quem obedece. E que é da essência do poder ser arrogante, estar acima do outro: do obediente!.

Para ilustrar citou o antigo companheiro Lula, que entre de tantas bravatas, disse que nenhuma pessoa neste país poderia julga-lo moralmente pois nenhuma estava no seu patamar moral.

Para finalizar, concordando integralmente com meu novo ídolo, e certo de que não se muda a sociedade sem mudar a história de cada indivíduo, temo ao perceber que nossos jovens estão assistindo em tempo real uma história de que não é necessário estudar para ser Presidente da República, nem treinar nenhum time para ser técnico da seleção.

Quanto vejo Lula e Dunga, assino embaixo de Amilton: O Poder imbeciliza!!!

Amilton mudou um pouco da minha história.