quarta-feira, 3 de março de 2010

ELES FAZEM FESTA. A GENTE PAGA A CONTA.


PAGANDO NA MESMA MOEDA, A NOSSA.

A base governista no Congresso tem hoje uma bela chance de demonstrar que se importa de verdade com o interesse dos cidadãos. Deve ir a votação na Câmara dos Deputados proposta que permite aos trabalhadores usar o saldo do FGTS para adquirir ações da Petrobras na megaoperação de capitalização da empresa com vistas à exploração do pré-sal. Trata-se de negócio que poderá envolver algo como US$ 50 bilhões. A proposta prevendo o uso do FGTS na capitalização foi apresentada pela oposição e encontra ferrenha resistência do governo Lula, que desde o início opôs-se a esta possibilidade.

Sim, o governo do Partido dos Trabalhadores é contra a participação dos trabalhadores nos ganhos que deverão advir do pré-sal. Por quais motivos? Um deles é que, fechando as portas aos minoritários, espera-se concentrar maior participação na Petrobras em poder do Estado.

Sim, o governo do PT quer alijar os trabalhadores de um negócio que tem tudo para ser lucrativo para que o Estado devore uma fatia maior do bolo. Detalhe: os atuais cotistas de Fundos de Participação do FGTS na petrolífera detêm nada mais do que 2,11% do capital da Petrobras.

Outra explicação é mais sutil. Quem se torna acionista de uma empresa tende a ser mais crítico em relação a sua gestão. Ninguém é ingênuo a ponto de pensar que cada minoritário tem condição de influir na condução dos negócios. O que muda é a forma de encarar o negócio. Cresce a fiscalização sobre uma empresa pública, com forte ascendência do governo, como a Petrobras, quando maior é o número de acionistas e mais ainda quando estes acionistas apostam o seu futuro – na forma do FGTS – no negócio.

O PT, claro, não gostaria de ter a vigilância de mais cidadãos no seu cangote.

Mas a postura contrária aos interesses do país por parte do PT vai mais longe.
Mais um exemplo gritante é o que ocorreu ontem na Comissão de Educação do Senado. O senador tucano Tasso Jereissati apresentou projeto que aumenta o valor do Bolsa Família para famílias cujas crianças melhorem o rendimento na escola. É uma forma de incrementar o programa e associá-lo à necessária melhoria da qualidade do ensino no país. A oposição deve estar pensando: Se é para fazer politicagem imediata com o Bolsa Família, que pelo menos isso seja um instrumento de qualificação da futura sociedade, e não tem nada que os malversadores do erário mais odeiem que o esclarecimento do povo. É muito mais fácil ludibriar e engabelar os ignorantes. Assim tem sido e para o PT isso é muito conveniente. Tomem esmola, mas não nos questionem. É esse o “modus operandi” lulista.

A líder do PT no Senado, Ideli Selvatti, um tipo de Dilma que não deu certo, disse que se trata de um “motivo esdrúxulo e cruel”, segundo relatou O Globo, porque “joga nos ombros da criança” a responsabilidade pela melhoria nos estudos e nos rendimentos familiares. Pelo raciocínio da petista, os alunos sempre tenderão ao fracasso. Por que, ao contrário, ela não aposta no sucesso deles, como, aliás, já vêem fazendo bem-sucedidas ações de bonificação que pipocam pelo país afora?

Tanto no pré-sal quanto no Bolsa Família o que se deseja nessas bem sacadas ações, é permitir aos brasileiros melhorar de vida, compartilhar o sucesso do país, tornar-se cidadãos mais autônomos em relação à presença tutora do Estado. O PT parece pretender o contrário: manter os brasileiros sob seu cabresto, num neocoronelismo que só interessa à sanha eleitoral do partido.

Velho defensor da causa educacional, Cristovam Buarque (DF), do governista PDT, associou-se a oposição: "Discriminação é achar que filho de pobre não tem que ter bom desempenho escolar", disse Cristovam. Sem medo de parecer malvada, Ideli (LÍDER DO PT) anunciou: "Isso não vai passar sem debate no plenário [do Senado]...” “...Vamos apresentar recurso para votá-lo no Senado. Só precisamos de nove assinaturas de senadores para levar o texto ao plenário".

Seja como for, a pantomima já produziu os seus efeitos. Vai ser divertido ver o petismo agarrado em lanças para impedir o reforço do Bolsa Família. Tasso não desperdiçou a cena. Extraiu dela proveito máximo. Deixou no ar a pergunta: "Como o PSDB queria acabar se foi ele quem criou [o Bolsa Família]?" “Como o próprio PT está sendo contra o Bolsa Família?”.

As coisas e as esmolas estão começando a ficar claras. Jamais duvidei sobre o que tinha por trás do Bolsa Família do PT: Coronelização política e proliferação da ignorânica. Afinal um voto de um débil mental tem o mesmo valor que o de um intelectual. Só que é muito mais fácil e barato. Principalmente quando se paga com dinheiro arrecadado com o imposto gerado pelo trabalho dos outros. No caso, o meu, o seu, o nosso.

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