Fui ontem na FLUMISUL.
Sei que muitos não vão acreditar mas torço veementemente para que essa feira, criada pela ex-prefeita Inês Pandeló, seja sempre um êxito, independentemente de quem sejam os responsáveis pela sua execução. Lamentavelmente o que vi foi nostálgico e pobre. Essa feira, que já teve reais ares de uma Feira Internacional, virou um varejão, e mesmo assim, um varejão fraco.
Lembro-me que quando Shane Alan Khane, um simpático e bem relacionado paquistanês, vivo e atuante em nosso município, trazia delegações de embaixadas e consulados europeus e asiáticos para conhecerem a nossa cidade e intermediarem possíveis negócios internacionais. Havia charme na parada. Chegamos a realizar, para esses nobres convivas, no Palácio Barão de Guapy, um “happy hours” no salão principal, onde por determinação do então presidente do poder Legislativo, Ademir Melo, retiramos as cadeiras do plenário e fizemos um saguão que remetia aos épicos tempos palacianos de passado distante. Empresas de fora se instalavam no evento na busca de parceria e desenvolvimento de negócios que por conseguinte poderiam resultar em desenvolvimento para a cidade e para a região.
Shane morreu não sem antes conhecer a ingratidão do Pachá de Apiacá, que retirou-lhe do Gabinete do Governo do estado do Rio em Brasília para sujeita-lo à humilhações proferidas pelos invejosos incompetentes colaboradores do Governo do pachá. Com ele, foi morrendo a Feira Internacional de Negócios. Primeiramente deixou de ser Internacional para ser uma mera feira de negócios. E agora nem negócios são mais realizados, só existe uma mísera feira.
Lembro-me da garra e determinação que a ACIAP, presidida brilhantemente pelo Paulo Fernando Monteiro Pinto, ou como o chamam, o Nando do Coimbrão, na titularidade da realização do evento, se desdobrava para criar atrativos para a feira e provar a nossa capacidade organizacional e criatividade. Uma das feiras realizadas no Ilha, idealizadas por ele, teve até um ponte móvel que cortava o Rio paraíba do Sul, e interligava o Clube às dependências do SESC, que também abrigou parte do evento.
Foram momentos dos muitos que nos orgulharam e fazíamos imaginar que a feira a cada ano se sobressairia e nos enalteceria. Hoje no sombrio “Parque das Torturas” a feira vem minguando e perdendo os seus fiéis adeptos”. Nós, da Câmara Municipal, ficamos de fora pela primeira vez desde a sua criação, pois entendemos que não existe na contabilidade pública dos poderes legislativos municipais, verba própria para locação de espaço como o oferecido, mesmo porque conforme escrevemos em comentário de outra postagem, nos foi cobrado um preço 667% superior ao cobrado à CDL, com as mesmas dimensões e localização. Também pudera, pois na nossa fachada não há faixa política de propaganda do Pachá ficha-suja de Apiacá.
A Villaforte, também não se faz mais presente, após ter participado de todas as edições. E é no mínimo estranho que a tão propalada Bom Gosto, recém instalada em nossa cidade, e parceira do Governo Municipal, também não desse às caras no evento.
Ontem, nem ao menos a tradicional “barraca” de venda de casacos de couro estava instalada, muito embora houvesse espaço destinado para tal, mas vazio, como afinal estava a Feira como um todo.
Na parte de alimentação, se via pastéis engordurados, crepes de procedência duvidosa e sanduíches de pernil, que pelo menos, dizem que é de gosto e qualidade razoável. Sempre foram no mínimo estranhos os critérios da turma do “bem” para locação de barracas com finalidades comestíveis. Todos enxergam isso, mas por fatos que fogem de nosso domínio, só os prefeitos não vêem.
De bom, captamos duas iniciativas: A criação do espaço da Feira da Moda e da instalação da boate itinerante Orium. Mas o que aconteceu, pelo menos até ontem? Por falta de um espaço gastronômico e da venda de bebidas em geral, não se via clima para que a juventude aguardasse a abertura da boate e nem que as famílias aguardassem com estilo, os desfiles da tal feira de moda. As idéias foram boas, mas pela contumaz incompetência que assola o Governo Municipal de Barra Mansa, não se planejou com logística adequada, a sua execução. Saí da feira as 23 horas, hora que a boate abriria, e não vi o menor clima para que ela recebesse um contingente que justificasse a sua instalação.
Mas parabenizo o jornal A VOZ DA CIDADE, que se sobressaiu na instalação de dois stands, tanto o seu stand-base, onde o “buffet” do Fronteiras, servia a todos com esmero e bom gosto, quanto no da colunista Maria Emília, que ficou muito agradável, aconchegante e elegante.
Enfim, foi só isso de bom que captei no evento e esperava e torcia por muito mais. A FLUMISUL não é do Zé Mala da Anunciação, nem do Pachá ficha-suja de Apiacá, nem das entidades que em conluio a sepultam, pois a Feira é um patrimônio da cidade, mas que assim como o próprio Palácio Barão de Guapy, hoje sob total responsabilidade do Poder Executivo, está ruindo por abandono, irresponsabilidade e total incompetência.
Cômico e não fosse trágico, será ver nas edições jornalísticas de domingo e segunda-feira, as matérias indiretamente pagas com nosso dinheiro, falando que a Flumisul recebem 100 mil visitantes, que centenas de empregos serão gerados e que milhões de reais foram negociados. Tudo CASCATA DA GROSSA, que certamente serão emitidas por esse bando de CARAS-DE-PAU.
Mas a verdade, nua e cruel, é que neste ritmo a FLUMISUL acabará se tornando uma feira de venda de pipocas. Pipoqueiros não faltam entre as pessoas que estão decidindo o destino de nossa cidade.
Hoje voltarei lá, e torço, sinceramente, sem nenhuma hipocrisia, que o quadro esteja um pouco melhor.
O povo de Barra Mansa merece isso.