GUETOS COLONIZADOS.

BASTA!!!!!

Sexta-feira, à noite, dei um rápido pulinho em Rialto para ver como andava o Torneio Leiteiro do simpático distrito. Não adianta, não tenho muita afinidade por forró ou música sertaneja e rapidamente voltei para a cidade. Mas no caminho, tanto na ida quanto na volta, algumas visões me fizeram reflexivo. Fazia muito tempo que não ia para as bandas da Colônia Santo Antônio, onde existem seis ou sete núcleos residenciais, sejam condomínios ou verdadeiros bairros.

Pela deficiência topográfica de Barra Mansa, sempre acreditamos que a Colônia Santo Antônio seria o escoadouro do crescimento residencial e habitacional da cidade por contar com boas áreas planas e proximidade relativa com os núcleos comerciais de Barra Mansa. Seria isso e era para ser. Porém, hoje, pelo descaso e abandono oferecido pelo poder público, a realidade constatada transformou-se numa visão dantesca e perturbadora. As vias de acesso estão completamente deterioradas e creio que qualquer chuva venha a torná-las absolutamente intransitáveis. A iluminação é precária e a sinalização é inexistente.

A prefeitura que gasta uma média de 300 mil reais em publicidade e propaganda, mais de 100 mil por mês com o Barra Mansa Futebol Clube, mais de 300 mil por mês com o projeto música nas escolas, entre outros intermináveis gastos perdulários e irresponsáveis, principalmente com as terceirizadas que atendem o sistema de educação pública, está transformando os condomínios residenciais no entorno da Colônia Santo Antônio em verdadeiros guetos sombrios e sem esperança.

Não quero fazer oposição por oposição, creia quem quiser, mas não posso conceber que qualquer cidadão de “bem” durma tranqüilo sendo responsável por essa triste realidade visível para todos, sejam de que convicção partidária for. A todo momento, prefeitos e demais políticos acenam com a possibilidade da vinda de verbas federais ou estaduais para minimizar o martírio, mas para que então o munícipe paga impostos municipais? Qual é a contrapartida deste dispêndio suado no bolso da classe trabalhadora?

Não queremos aguardar generosidades esporádicas de poderes públicos superiores, mas sim ver a prefeitura da cidade gastando o dinheiro arrecadado em obras e serviços públicos que honrem com os tributos recolhidos.

Falta dignidade e vergonha na cara para os administradores municipais, e também falta vergonha na cara de qualquer eleitor que não cumpra a sua obrigação cívica de dar um definitivo basta nesta forma escusa, egoísta, centralizadora, inoperante, omissa, covarde e oportunista de fazer política dessa gente que se diz do “bem” mas só faz, quando faz alguma coisa, o mal.