Lula adula o pecador Severino e se compara a Jesus
Dono de popularidade alta e discurso baixo, Lula prefere a eletricidade do palanque à frieza do gabinete brasiliense.
Aborrece-o a idéia de acordar, pendurar a gravata no pescoço e ir ao Planalto para receber, digamos, o Guido Mantega.
Agrada-o o contato com as platéias, sobretudo as que o vêem como um deus. A hipnose da audiência parece conduzi-lo a um plano superior.
Foi mais ou menos o que aconteceu em Pernambuco, na noite desta sexta (23), em Garanhuns, o município da mangedoura, de cujo território foi desmenbrada a Caetés natal.
Deu-se numa escola. Ambiente fechado. Coisa de 3 mil pessos. Audiência filtrada, feita 100% de almas aliadas.
Era o ato inaugural da campanha de Dilma ‘lulodependente’ Rousseff no torrão de Lula ‘cabo eleitoral’ da Silva.
Microfone em punho, Lula recuou no tempo. Foi a 2005, o ano do mensalão. A oposição, disse o orador, tentou dar um “golpe”, apeando-o das nuvens.
Caprichou nas analogias: "O que tentaram fazer comigo, fizeram com Getúlio e ele deu um tiro no peito...”
“...O que tentaram fazer comigo fizeram com Jango, que teve que sair do Brasil. O que não sabiam, é que Lula era milhões de Lulas espalhados por esse país".
Como não conseguiram convertê-lo nem em Getúlio nem em Jango, prosseguiu, os “golpistas” derrubaram Severino Cavalcanti da presidência da Câmara.
Voltando-se para Severino, que o ouvia da platéia, Lula adocicou a língua: "Meu querido companheiro Severino...
“...A elite da Câmara elegeu você presidente para você fazer o jogo sujo que ela queria, mas não tinha coragem de fazer, que era pedir meu impeachment em 2005".
Qualificou a elite política: “Perversa”. Pregou o extermínio dos rivais no voto. Entre eles os “senadores de oposição de Pernambuco”.
Senadores “do século passado”, que o eleitor precisa “substituir por senadores do século 21”. Não mencionou nomes. Nem precisava.
Referia-se a Marco Maciel (DEM-PE), que disputa a reeleição ao Senado. Mirava em Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, que trocou a senatória por uma candidatura à Câmara.
Sem citá-lo, alvejou também o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que concorre ao governo de Pernanbuco.
Incluiu-o no rol dos políticos que "não o ajudaram a ajudar Pernambuco". Ao seu lado de Lula, o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição.
Em dado momento, Lula pôs-se a comparar a si próprio com o filho de Deus. Disse que a elite política “perversa” o maltratou.
"Meu corpo estava mais arrebentado que o corpo de Jesus Cristo depois de tantas chibatadas".
Desfiou raciocínios curiosos e sem nexo com a história. Um pedaço da oposição martiriza-se até hoje por tê-lo poupado em 2005.
Na fase em que o petismo e seus sócios levaram a mão à cumbuca mensaleira, o PSDB, sob a liderança de FHC, recolheu a chibata. Não por bondade, claro. Imaginou-se que Lula seria derretido pelo escândalo.
Quanto a Severino, não caiu por perversidade, mas por corrupção. Foi pilhado exigindo propina companheira de um concessionário de restaurantes da Câmara.
Mas quem se importa com os fatos? Os jornais de 2005, papéis pintados para a guerra, são meros rascunhos daqueles dias, passados a sujo.
O noticiário, cruza do instante com o circunstante, não cabe na estante metafórica de Lula. Seu negócio agora é envernizar Dilma Rousseff, a criação.
Criada a frio, nas provetas do Planalto, revelara-se uma presidenciável promissora já na fase de testes de laboratório.
A rispidez inicial foi sendo gradativamente suavizada. Superou rapidamente a aversão a políticos que considera de direita. Hoje, dá-se bem até com o PMDB. Sem fazer cara de nojo.
Submetida a condições normais de uso, porta-se como o planejado. Às vezes recita números em demasia. Mas já decorou o mantra vital: continuidade.
Em Garanhus, a criatura discursou depois do criador: "Eu assumo o sagrado compromisso de dar continuidade a esta obra”, declarou.
“Eu vou ser a primeira mulher presidente deste país", acrescentou, confiante. Antes, Lula dividira com Dilma o espaço que julga ocupar à direita do Padre Eterno:
"Ela foi barbaramente torturada. Vocês sabem... Como Jesus Cristo foi torturado", disse o presidente. Na bica de alcançar o sétimo dia, Lula se prepara para descansar.
Dono de popularidade alta e discurso baixo, Lula prefere a eletricidade do palanque à frieza do gabinete brasiliense.
Aborrece-o a idéia de acordar, pendurar a gravata no pescoço e ir ao Planalto para receber, digamos, o Guido Mantega.
Agrada-o o contato com as platéias, sobretudo as que o vêem como um deus. A hipnose da audiência parece conduzi-lo a um plano superior.
Foi mais ou menos o que aconteceu em Pernambuco, na noite desta sexta (23), em Garanhuns, o município da mangedoura, de cujo território foi desmenbrada a Caetés natal.
Deu-se numa escola. Ambiente fechado. Coisa de 3 mil pessos. Audiência filtrada, feita 100% de almas aliadas.
Era o ato inaugural da campanha de Dilma ‘lulodependente’ Rousseff no torrão de Lula ‘cabo eleitoral’ da Silva.
Microfone em punho, Lula recuou no tempo. Foi a 2005, o ano do mensalão. A oposição, disse o orador, tentou dar um “golpe”, apeando-o das nuvens.
Caprichou nas analogias: "O que tentaram fazer comigo, fizeram com Getúlio e ele deu um tiro no peito...”
“...O que tentaram fazer comigo fizeram com Jango, que teve que sair do Brasil. O que não sabiam, é que Lula era milhões de Lulas espalhados por esse país".
Como não conseguiram convertê-lo nem em Getúlio nem em Jango, prosseguiu, os “golpistas” derrubaram Severino Cavalcanti da presidência da Câmara.
Voltando-se para Severino, que o ouvia da platéia, Lula adocicou a língua: "Meu querido companheiro Severino...
“...A elite da Câmara elegeu você presidente para você fazer o jogo sujo que ela queria, mas não tinha coragem de fazer, que era pedir meu impeachment em 2005".
Qualificou a elite política: “Perversa”. Pregou o extermínio dos rivais no voto. Entre eles os “senadores de oposição de Pernambuco”.
Senadores “do século passado”, que o eleitor precisa “substituir por senadores do século 21”. Não mencionou nomes. Nem precisava.
Referia-se a Marco Maciel (DEM-PE), que disputa a reeleição ao Senado. Mirava em Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, que trocou a senatória por uma candidatura à Câmara.
Sem citá-lo, alvejou também o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que concorre ao governo de Pernanbuco.
Incluiu-o no rol dos políticos que "não o ajudaram a ajudar Pernambuco". Ao seu lado de Lula, o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição.
Em dado momento, Lula pôs-se a comparar a si próprio com o filho de Deus. Disse que a elite política “perversa” o maltratou.
"Meu corpo estava mais arrebentado que o corpo de Jesus Cristo depois de tantas chibatadas".
Desfiou raciocínios curiosos e sem nexo com a história. Um pedaço da oposição martiriza-se até hoje por tê-lo poupado em 2005.
Na fase em que o petismo e seus sócios levaram a mão à cumbuca mensaleira, o PSDB, sob a liderança de FHC, recolheu a chibata. Não por bondade, claro. Imaginou-se que Lula seria derretido pelo escândalo.
Quanto a Severino, não caiu por perversidade, mas por corrupção. Foi pilhado exigindo propina companheira de um concessionário de restaurantes da Câmara.
Mas quem se importa com os fatos? Os jornais de 2005, papéis pintados para a guerra, são meros rascunhos daqueles dias, passados a sujo.
O noticiário, cruza do instante com o circunstante, não cabe na estante metafórica de Lula. Seu negócio agora é envernizar Dilma Rousseff, a criação.
Criada a frio, nas provetas do Planalto, revelara-se uma presidenciável promissora já na fase de testes de laboratório.
A rispidez inicial foi sendo gradativamente suavizada. Superou rapidamente a aversão a políticos que considera de direita. Hoje, dá-se bem até com o PMDB. Sem fazer cara de nojo.
Submetida a condições normais de uso, porta-se como o planejado. Às vezes recita números em demasia. Mas já decorou o mantra vital: continuidade.
Em Garanhus, a criatura discursou depois do criador: "Eu assumo o sagrado compromisso de dar continuidade a esta obra”, declarou.
“Eu vou ser a primeira mulher presidente deste país", acrescentou, confiante. Antes, Lula dividira com Dilma o espaço que julga ocupar à direita do Padre Eterno:
"Ela foi barbaramente torturada. Vocês sabem... Como Jesus Cristo foi torturado", disse o presidente. Na bica de alcançar o sétimo dia, Lula se prepara para descansar.
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