NOVA RODADA
Obrigada, Marina, por ter dado ao Brasil mais uma chance de discutir e pensar; por ter mostrado que um presidente, mesmo popular, não garante a eleição em primeiro turno; por ter tornado a conversa mais inteligente com seus semitons, entre o vermelho e o azul; por ter elevado a agenda ambiental ao ponto de encontro de outros grandes temas nacionais.
Obrigada pela alegria do discurso em que comemorou os resultados eleitorais que não a levaram para o segundo turno. Foi uma aula de política, num país onde a política anda tão deseducada. Por ter lembrado a questão mais fundamental em qualquer democracia: o eleitor é dono do seu voto. E por ter alertado os dois candidatos que continuam na disputa, Dilma Rousseff e José Serra, que eles têm agora um privilégio e uma responsabilidade.
Marina foi o estuário onde desaguaram vários tipos de votos: os descontentes, os fiéis, os esperançosos. Esse grupo, com sua diversidade, vai decidir a eleição. Certamente vai se dividir, não irá todo para um lado só, porque é da natureza desse grupo a inquietação com o automatismo, com o comando único, com as certezas prévias.
José Serra tem um caminho maior a andar se quiser ganhar a eleição, mas deve lembrar que o bom momento econômico atual é mais uma etapa dos ganhos dos últimos 16 anos. Esses avanços nasceram na estabilização monetária, vitória do grupo político ao qual Serra pertence, da qual ele pouco fala.
Dilma Rousseff, se quiser transformar seu favoritismo em vitória, terá que aprender algumas lições com Marina. Primeiro, a humildade; segundo, a ser natural e não um produto do marketing político; terceiro, entender afinal do que Marina está falando quando se refere à conciliação entre economia e ecologia. Esse talvez seja o desafio mais difícil para quem, como Dilma, acredita no modelo de obras dos anos 70.
Marina deu uma lição também aos analistas que tantas vezes disseram que ela era a candidata de uma nota só. E a lição é que o desafio ambiental e climático não é um modismo, um nicho, uma nota. É o pano de fundo de qualquer proposta verdadeiramente desenvolvimentista.
O verde de anos atrás defendia espécies ameaçadas. Elas continuam precisando de proteção, mas o verde hoje tem urgências mais amplas. Mudou de patamar.
Nenhum planejamento estratégico em empresas, organizações, países pode ignorar essa questão. É uma nova lógica à qual todos os outros projetos — da logística à reforma tributária, da educação ao planejamento urbano, da energia ao financiamento público — têm que se adaptar. É isso ou não ter futuro. Simples assim.
Essa eleição deixou muitas lições. Primeiro, que pesquisa é pesquisa e urna é urna. Segundo, que é preciso rever também a certeza de que um candidato com menos de um minuto e meio de televisão, um partido pequeno e sem capilaridade não é competitivo. Terceiro, que o Brasil é plural e desafiador.
Aécio Neves deu uma imensa demonstração de força em Minas Gerais, mas, em Belo Horizonte, Marina teve mais votos para presidente, e, no estado, a vencedora foi Dilma Rousseff. Aécio tem que ir além do esforço pelo seu grupo.
O Rio Grande do Sul elegeu Tarso Genro no primeiro turno, mas deu mais votos para presidente a José Serra. Tarso tem o mesmo desafio de Aécio. O Distrito Federal, que deu à Marina o primeiro lugar para presidente, levou a espantosa mulher de Roriz para o segundo turno. O DF tem ainda a marca do atraso clientelista.
Mesmo com sua altíssima popularidade, 70 comícios e a máquina pública, o presidente Lula não conseguiu eleger Dilma no primeiro turno e perdeu nos dois maiores colégios eleitorais do país.
O PMDB, nunca competitivo para a Presidência, continua a maior força no Senado, mas encolheu na Câmara. Há outras forças políticas, mas a bancada do PR puxada por Tiririca e Garotinho é um sinal de que a representação política pode sempre ficar pior. O olhar atento revela que nenhuma generalização é possível e que o quebra-cabeças que sai da urna é mais matizado do que o previsto.
Obrigada, Marina, por ter dado ao Brasil mais uma chance de discutir e pensar; por ter mostrado que um presidente, mesmo popular, não garante a eleição em primeiro turno; por ter tornado a conversa mais inteligente com seus semitons, entre o vermelho e o azul; por ter elevado a agenda ambiental ao ponto de encontro de outros grandes temas nacionais.
Obrigada pela alegria do discurso em que comemorou os resultados eleitorais que não a levaram para o segundo turno. Foi uma aula de política, num país onde a política anda tão deseducada. Por ter lembrado a questão mais fundamental em qualquer democracia: o eleitor é dono do seu voto. E por ter alertado os dois candidatos que continuam na disputa, Dilma Rousseff e José Serra, que eles têm agora um privilégio e uma responsabilidade.
Marina foi o estuário onde desaguaram vários tipos de votos: os descontentes, os fiéis, os esperançosos. Esse grupo, com sua diversidade, vai decidir a eleição. Certamente vai se dividir, não irá todo para um lado só, porque é da natureza desse grupo a inquietação com o automatismo, com o comando único, com as certezas prévias.
José Serra tem um caminho maior a andar se quiser ganhar a eleição, mas deve lembrar que o bom momento econômico atual é mais uma etapa dos ganhos dos últimos 16 anos. Esses avanços nasceram na estabilização monetária, vitória do grupo político ao qual Serra pertence, da qual ele pouco fala.
Dilma Rousseff, se quiser transformar seu favoritismo em vitória, terá que aprender algumas lições com Marina. Primeiro, a humildade; segundo, a ser natural e não um produto do marketing político; terceiro, entender afinal do que Marina está falando quando se refere à conciliação entre economia e ecologia. Esse talvez seja o desafio mais difícil para quem, como Dilma, acredita no modelo de obras dos anos 70.
Marina deu uma lição também aos analistas que tantas vezes disseram que ela era a candidata de uma nota só. E a lição é que o desafio ambiental e climático não é um modismo, um nicho, uma nota. É o pano de fundo de qualquer proposta verdadeiramente desenvolvimentista.
O verde de anos atrás defendia espécies ameaçadas. Elas continuam precisando de proteção, mas o verde hoje tem urgências mais amplas. Mudou de patamar.
Nenhum planejamento estratégico em empresas, organizações, países pode ignorar essa questão. É uma nova lógica à qual todos os outros projetos — da logística à reforma tributária, da educação ao planejamento urbano, da energia ao financiamento público — têm que se adaptar. É isso ou não ter futuro. Simples assim.
Essa eleição deixou muitas lições. Primeiro, que pesquisa é pesquisa e urna é urna. Segundo, que é preciso rever também a certeza de que um candidato com menos de um minuto e meio de televisão, um partido pequeno e sem capilaridade não é competitivo. Terceiro, que o Brasil é plural e desafiador.
Aécio Neves deu uma imensa demonstração de força em Minas Gerais, mas, em Belo Horizonte, Marina teve mais votos para presidente, e, no estado, a vencedora foi Dilma Rousseff. Aécio tem que ir além do esforço pelo seu grupo.
O Rio Grande do Sul elegeu Tarso Genro no primeiro turno, mas deu mais votos para presidente a José Serra. Tarso tem o mesmo desafio de Aécio. O Distrito Federal, que deu à Marina o primeiro lugar para presidente, levou a espantosa mulher de Roriz para o segundo turno. O DF tem ainda a marca do atraso clientelista.
Mesmo com sua altíssima popularidade, 70 comícios e a máquina pública, o presidente Lula não conseguiu eleger Dilma no primeiro turno e perdeu nos dois maiores colégios eleitorais do país.
O PMDB, nunca competitivo para a Presidência, continua a maior força no Senado, mas encolheu na Câmara. Há outras forças políticas, mas a bancada do PR puxada por Tiririca e Garotinho é um sinal de que a representação política pode sempre ficar pior. O olhar atento revela que nenhuma generalização é possível e que o quebra-cabeças que sai da urna é mais matizado do que o previsto.
MIRIAN LEITÃO
Papo furado, mais uma vez, da urubóloga Miriam Leilão! Que Marina que nada! O que levou a eleição para o 2º turno foi a baixaria e o fundamentalismo religiosos, com esses boatos criminosos via internet e padres, bispos e pastores pregando em cultos e missas o voto anti-Dilma por causa do aborto e de uma inexistente frase que teria sido dita pela Dilma (Nem Cristo tira minha vitória!)! Somente por isso o inexpressivo Serra chegou claudicante ao 2º turno! Agora o PT, já sabendo da força da baixaria, terá tempo para reverter essa boataria maldita e alienante e por ordem na casa! E para isso vai contar com um exército de militantes e simpatizantes, como eu, que está com a faca nos dentes, e que irá lutar cada segundo e até a última gota de sangue para eleger a Dilma presidente e evitar o retrocesso do país!!
ResponderExcluirCaro Renan,
ResponderExcluirVoce sabe bem que democraticamente publiquei TODAS as suas postagens que afirmaraqm peremptoriamente que a vitória de Dilma estava garantida e declarada no primeiro turno. Portanto, caro amigo, não se machuque com a faca nos dentes, nem corte a sua boca, e muito menos, não tente nos intimidar pois o seu crédito ficou seriamente comprometido com o resultado do primeiro turno.
Faça campanha para a sua preferida, o que é um direito totalmente seu, mas recomendo um pouco mais de humildade e amenidade, afinal, as coisas não são exatamente do jeito que a gente quer.
Mesmo que o Lula não admita, a opinião pública é do público e não dele.
Mesmo que voce não aceite, política democrática não se faz com o sangue que a Dilma já derramou, mas com o voto e a verdade.
Mesmo que voce não admita, e reitero, é pleno direito seu, nossa paz economica teve início com FHC, e o PT fez declarado repúdio ao Plano Real.
A força dos exércitos qe voce conclama, morreu junto com a ditadura que custamos a sepultar.
Menos ódio, mais arguemntos. É isso que o Brasil precisa.
Um fraterno abraço e boa sorte na caminhada, em paz, se possível.
Caro Julinho, vc considera que meu crédito ficou seriamente comprometido com o resultado do 1º turno?? E então quanto ao seu, o que dizer? Fora os eleitos que vc disse e que realmente o foram, e dos quais até Stevie Wonder e Mãe Dinah acertariam, no que interessa, ou seja, na região onde vc milita politicamente, seu índice de acerto foi pífio, errando, inclusive, quanto a seu candidato Ademir. Portanto, menos, meu caro!! Vc sabe tanto quanto eu o quanto é imponderável uma eleição e que vários fatores (inclusive subterrâneaos) mudam radicalmente uma votação! Portanto, assim como eu não joguei pedras em vc pelos erros de prognósticos, respeite o meu tb, porque, alías, os institutos de pesquisas também afirmavam a provável vitória de Dilma no 1º turno! Quanto a faca nos dentes, vc, que é muito inteligente, não tente desvirtuar minhas palavras, porque vc sabe que significa, na verdade, garra e emoção, por acreditar num projeto político e numa candidata que lotou bravamente contra a ditadura, que ela assim, como outros, ajudou a sepultar! Por fim, o que menos temos do nosso lado é ódio, pois argumentos e números de comparação de 8 anos de PT com 8 anos de PSDB temos de sobra, e, portanto, não precisamos taxar adversários de abortistas e anticristos para vencer o debate político, queremos vencer vencendo, como diz a Marina! P.S.: Não dá para falar em ódio do lado contrário, quando boa parte de seus posts vindo de "colaboradores" são ódio puro à Dilma e ao PT. No mais, abraços e boa sorte na caminhada tb, com paz e argumentos!
ResponderExcluirCaro Renan,
ResponderExcluirPrimeiramente reitero meu respeito ao seu ponto de vista que mesmo sendo totalmente contrário ao meu no que tange as eleições presidenciais, são lúcidos e democráticos.
Porém, amigo, se me permite chama-lo assim, não confunda "previsões e palpites" com certezas absolutas. Jamais afirmei que Ademir estava eleito, alías ninguém estava, já você, repetiu entusiasticamente que Dilma já tinha ganho a eleição em primeiro turno. Mas isso aqui não é um jogo de acertos e erros, mas sim um espaço para debatermos pensamentos e convicções, e portanto, tais detalhes são efêmeros, muito embora, tentar acertar 46 deputados federais entre 1000 e 70 deputados estduais entre 2000, nenhum instituto ousou fazer e eu o fiz como mero exercício de análise política, que inclusive, apesar de cansativo, me dá prazer em realizar. Eu sou assim mesmo, polêmico e até mesmo imponderável. Sempre gostei de desafios e isso estimula a minha vida, talvez por isso mesmo avô e com 48 anos, me sinto exremamente jovem e tenho prazer em viver.
Mas caríssimo, ódio, mas ódio mesmo, sem consequencias e limites, eu vi o PT praticar sistematicamente nas oposições aos governos anteriores ao seu. O PT foi raivosamentre contra tudo que se plantou neste país e que hoje Lula desfruta no poder. Bolsa família, Lei de Responsabilidade fiscal, Palno Real, tudo enfim que o governo promovia o PT era radicalmente contra, e agora, querem que a oposição se cale perante Elenices, Mensalões, Delúbios, Valérios, Dirceus, abortos, quebras de sigilos, enriquecimentos de Lulinhas, etc.
Dois pesos e duas medidas. É isso que o PT quer e é isso que morrerei sendo contrário.
Um abraço amigo, não me leve a mal, não perdeste o crédito pessoal, mas perdeste o crédito em afirmar, não arriscar, afirmar, repito, resultados futuros.
Esperando que não leve para o campo pessoal pois o tenho na conta do respeito, pretendo, se voce me permitir, encerrar este embate.
Poderia enviar um e-mail respondendo, mas vou postar um comentário.
ResponderExcluirNão considero inteligente e nem sábio aquele o qual substima minha inteligência. O motivo é simples, todos se deram muito mal quando assim fizeram. Veja a situação de derrota onde se encontram. Para mim tanto faz ser Renan ou Renata se faz ou faria alguma coisa. Acho vocês pobres em todos os sentidos. Dedicam-se a vida alheia ainda que sob a cortina da política. Vivem em função de outras pessoas, na dependência. Inveja quem têm são vocês, sem dotes e talento nenhum. Minha queridinha Inês venceu as eleições honestamente e pude em muito colaborar. Por outro lado vocês amargam mais um fracasso, enquanto festejo a vitória com alegria. Agradeço a atenção dispensada por pessoas como vocês, afinal nada posso fazer se meu sucesso os irrita. Estou muito feliz, não sou velho e tenho muita saúde. Verei em breve a derrota dos meus inimigos, os quais prestigiam meu trabalho. Não vivo de políticos e nem do dinheiro público. Não sou corrupto, não me vendi e nem comprei ninguém. Sou uma das poucas pessoas desta cidade a qual pode andar de cabeça erguida pois não devo nada a ninguém. Tenho desprezo por pessoas as quais usam nomes de mulher ora de homem e fazem vice versa tal papel.
Posso garantir ter mais credibilidade que vocês e seus candidatos juntos.
Sabendo da falta de serviço aí, enviem seus e-mails os mesmos tomam seu tempo enquanto eu trabalho.
Acho que emburreci de fato e totalmente. Não entendi absolutamente nada do comentáerio acima, mas democraticamente publico, seja de quem for. É uma pena que pessoa de cabeça tal erguida não possa assinar o seu nome nem se identificcar. Seria um serviço para a municipalidade saber que existe só uma pessoa honesta na cidade, e a gente deveria homenagea-la, mas enfim, taí, quem entender, por favor e caridade, ajude este blogueiro burro velho a faze-lo também. Se for necessário, desesenhem.
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