quinta-feira, 12 de julho de 2012

UMA ETERNA MANCHA NO CORAÇÃO DO LEÃO.

$ELVA SEM REI.
Ontem, de forma constrangedora, o BARRA MANSA FUTEBOL CLUBE, sepultou todas as mínimas possibilidades matemáticas de sonhar com a primeira divisão do campeonato estadual de futebol profissional, ao ser goleado, em casa, por humilhantes 4x0 para o Audax. Com o resultado, o outrora feroz "Leão do Sul", encontra-se num modesto 8º lugar na competição a 19 pontos do líder Quissamã, e a 16 pontos de distância do segundo colocado, que ao final do campeonato, também terá direito ao acesso à divisão principal. Hoje, faltando apenas quatro rodadas para o fim do certame, o Leão enconta-se a apenas cinco pontos a frente do lanterna. Encerra-se assim, de forma lacônica, a grande balela da administração municipal que prometia levar o Barra Mansa Futebol Clube a primeira divisão. Muitos me criticam por comemorar tal fato. De fato, não comemoro, mas confesso que desde que a prefeitura da cidade começou a usar o clube para seus interesses escusos, não serei hipócrita de falar que torci a favor. Para quem não acompanha o nosso Blog desde o início de atividades, resumirei o que se deu:
No início da gestão do prefeito Zé Renato, conquistada através de farto uso eleitoral da máquina administrativa através de seu antecessor e mentor, Roosevelt Brasil, comecei a pesquisar as movimentações financeiras da prefeitura no último ano de gestão do Pachá de Apiacá, para tantar desvendar os focos de transfusão financeira. Durante muitos anos eu já acompanhava os balancetes da prefeitura da cidade, mas confesso que não dava muita importância para as despesas das autarquias por menosprezar os valores nelas inseridos. Mas qual não foi a minha surpresa ao analisar os balancetes financeiros da FEBAM (atual (a)Fundação de Cultura) e perceber que no mês de abril de 2008, a prefeitura tinha repassado R$55.000,00 ao Clube do Recanto. Fiquei pasmo, mas continuei pesquisando, e a cada mês financeiro analisado, meu queixo desabava e minha cabeça desatinava. Mês a mês, de abril a dezembro, cheguei a monta de R$575.000,00 que a prefeitura, através da FEBAM, repassou ao Clube do Recanto. No início do governo do Zé ele também deu mais R$25.000,00 e a operação arredondou em R$600.000,00.
Na época, eu era frequentador assíduo e quase diário do Clube do Recanto, que passava por dificuldades para manter as suas contas em dia. Jamais obervei nenhuma ação da prefeitura dentro do Clube ou nada que justificasse os pagamentos. Conversando com demais associados, constatei que nenhum tinha a menor noção da destinação de tão vultosa quantia. Imediatamente, liguei para o então secretário de governo, Lúcio Teixeira, hoje falecido, e perguntei se ele poderia me informar o destino dessas verbas. De forma nervosa e aturdida, ele desconversou e repetiu insistentemente que tudo era "legal", mas não poderia me dar maiores explicações. Perguntei para o assessor legislativo do prefeito e alguns vereadores da base, e todos desconversaram ou não souberam informar. Intrigado, relembrei que justamente no início do período desses repasses financeiros, o então presidente do Clube, o popular Jojô (que não tinha vínculos diretos com a administração e ocupava um cargo público na barreira fiscal do estado, por influência do prefeito Neto de Volta Redonda), foi subitamente convidado para chefiar o departamento de esportes da prefeitura ou cargo similar (hoje ele encontra-se nomeado como titular da secretaria municipal e esporte e juventude). Essa lembrança me deu a certeza de que havia algo de muito errado. Informei os fatos ao vereador Guto Nader, que imediatamente adentrou no plenário da Câmara Municipal com um documento de pedido de informação a prefeitura sobre a destinação desses valores. Como o governo tinha escondido a operação dos próprios vereadores de situação, eles inocentemente aprovaram o requerimento, e a partir daí, o prefeito passou a contar com 15 dias regimentais para responder o nosso questionamento. Outra surpresa, ainda maior, nos aguardava. Qual não foi a nossa perplexidade ao perceber que apenas três dias após o encaminhamento do requerimento ao gabinete do prefeito, ele já o teria respondido, aparentemente totalmente confiante na impunidade que impera em nosso país. Os termos da sua resposta formam, na minha modesta opinião, um atestado de culpabilidade confesso e irretratável como jamais li na vida pública. Simplesmente o prefeito Zé Renato informou que os R$575.000,00 destinados ao CLUBE DO RECANTO, eram para fazer face as despesas da participação do BARRA MANSA FUTEBOL CLUBE no campeonato estadual de futebol, profissional e juniores, na 3ª divisão, além de colaborar com a participação da equipe de Futsal da cidade na Copa da Tv Rio Sul, e apoio ao campeonato municipal amador de futebol. Através desse documento, o prefeito Zé Renato fez história na administração pública do Brasil, ao OFICIALIZAR E RECONHECER, INSTITUCIONALMENTE, a figura do LARANJA.
Vou tentar explicar o porque do desatino e da desfaçatez: No início da campanha eleitoral, não é surpresa para ninguém, e tal fato é reconhecido diversas vezes pelo próprio prefeito, que ADEMIR MELO liderava com folga as pesquisas e que a rejeição ao governo era sensível e não estava ajudando a impulsionar a candidatura do Zé, que patinava em índices irrizórios. Um dos focos dessa rejeição era a negligência do prefeito Roosevelt em apoiar as causas sócio-esportivas do Município durante os oito anos de seu mandato. Justamente entre a juventude e os esportistas, Ademir estava muito bem consolidado, e os "mentores" do governo concluíra que  era urgentemente preciso fazer algo impactante para reverter a situação. A meneira mais fácil, seria colaborar financeiramente com o LEÃO DO SUL, clube que pela sua história centenária, tem o apreço do povo da cidade. Para encobrir oito anos de descaso, o "patrocínio" deveria ser significativo. Acontece que o Barra Mansa Futebol Clube estava inadimplente com a receita previdenciária, e isso inviabilizaria o recebimento de repasses públicos. Como o Clube do Recanto encontrava-se apto e com seus impostos em dia, ardilou-se o estratagema, que foi mantido e guardado a sete chaves entre o presidente do clube, o tesoureiro da entidade e o governo, com o aval e a complascência do Mury, titular da pasta da secretaria de Cultura e de alguns advogados da administração, inclusive sócios do Recanto. Se não fosse este humilde blogueiro meter o dedinho na ferida, a história estaria impune e escondida até hoje. Depois da primeira transação financeira de lavagem de dinheiro, houve trocas de presidentes do BMFC, que inclusive chegou a ser dirigido pelo próprio Jojô. Membros do governo, mais precisamente da Procuradoria Jurídica, começaram a trocar figurinhas e prosas com o BMFC e o Recanto. A "anomalia' adminsitrativa não teve só esse fato questionável, posto que a prefeitura de Barra Mansa, assim como faz no sombrio projeto "Música nas Escolas", bancava todas as despesas de viagens, acomodações, materiais esportivos e alimentações do time, e nada justificava o dispêndio de R$600.000,00 para uma modesta e célere temporada (apenas oito jogos, se não me falha a memória) mal lograda na 3ª divisão. Tenho convicção de que quando a justiça conseguir efetuar com clareza uma investigação bancária de destinação financeira, vai descobrir coisas que até hoje tiram o sono de muita gente. Mas, repito, o descalabro maior não foi na finalidade, mas especialmente, na forma.
Hoje, após a prefeitura desapropriar o terreno do BMFC do centro da cidade, o clube quitopu a sua dívida previdenciária e encontra-se apto a receber repasses da PMBM, que são regiamente efetuados, mas que pelo visto no resultado final, literalmente jogados fora.
Os fatos narrados na época levaram o vereador Guto Nader a adentrar com uma ação popular contra o governo, e mesmo que hoje ele encontre-se em perfeita comunhão e sintonia com o Zé, não tem mais como retirá-la, sendo assim, apesar da notória morosidade da justiça, tenho fé de que brevemente verei os responsáveis pela flagrante "lavagem de dinheiro" devolverem aos cofres públicos os valores desviados da sociedade, assim como também perderem os seus direitos políticos. Depois de minha denúncia, abandonei a minha participação no Clube, por razões éticas, mas sinto saudades de um tempo em que esse aprazível Clube era apenas um local de diversão saudável e lazer familiar, antes de tornar-se peça de escândalo financeiro.
Quero deixar claro que os atuais dirigentes do Clube, e mesmos muitos dos anteriores, não têm abolutamente nada a ver com essa fraude financeira, e tentam, com muita habilidade e sacrifício, tocar o clube na mais absoluta dignidade, mas, infelizmente, uma eterna mancha ficará marcada na história dessa linda e importante associação.
Quanto ao BARRA MANSA FUTEBOL CLUBE, só me resta esperar que alheio a vínculos políticos, consiga restabeleçer suas forças para honrar o seu passado de glórias e apagar, com probidade e talento, essa triste página da sua vida, mas enquanto for pano de fundo para politicagens e desvios, nos incluam fora dessa.
Derrotas com honra valem mais que vitórias sem glórias, e derrotas sem honra, com as que vem sofrido, serão eternamente inglórias apagando o fulgor e o brilho que nossos esportistas e dirigentes do passado ofereceram com seu suor.

10 comentários:

  1. O que mais me indígna, é saber que tanto dinheiro que poderia ter melhor proveito que com futebol, diga-se de passagem este time é como nossa cidade decadente e inglório, poderia ser melhor aproveitado em outros esportes que poderiam elevar o nome tão esquecido de nossa cidade em outras searas, diga-se de passagem que o futebol é o esporte mais alienante do mundo pelos déspotas, conhecido como o ópio do povo, que com isso alimentam-se nos cochos do poder e com dinheiro público.

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  2. O que aconteceu com os milhares de reais que a PMBM deu para o Gatinho do sul?
    Também pudera, colocar um petista arrependido na direção do time! Coitado do ricardo Rosa, que tem que acatar tudo por dinheiro!

    UM TORCEDOR REVOLTADO.

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  3. E quanto ao furto de água encontrado no estádio do Leão do Sul, na Colonia. O tubo irregular era de 2", estranhamente ninguém responde inquérito policial e o Renine era diretor do clube na "época". Se não me engano o presidente era o advogado da prefeitura que anda de fusca. E se dizem do bem.

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  4. Um clube que tem a PMBM como mecenas e o paquiderme incompetente do Ricardo Rosas como cartola, tem mais é que curtir futebol de várzea.
    Acorda LEÃO, resgate seu passado com dignidade e pessoas competentes !!!!!!!!!
    Rubens Do Leão.
    Colônia

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  5. Corre a boca pequena que essa verba vultosa do laranja, em nenhum momento chegou ao Barra Mansa. Na verdade era pagamento de um conhecido advogado da cidade. Seria o Dr. A. G. Tem fundamento esse boato?
    DE OLHO NA CIDADE, DE OLHO EM VOCÊS

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    1. Como poderia lhe responder?
      Vamos dizer, chegar, chegou...mas chegou como um soldado que volta da guerra sem uma perna e dois braços. Ele chega em casa, mas não inteiro como saiu.
      Mundado de assunto, pensei MAIS CEDO: Despesas de advogados de campanha tem que ser pagas por alguém, não é mesmo?

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  6. JULINHO,
    Como cidadão sou totalmente contra o Poder Público patrocinar clubes de futebol, mormente prefeituras.
    É um absurdo um município como Barra Mansa, cujo Secretário de Saúde nega exames a pessoas em estado grave alegando falta de verbas, enquanto razoáveis somas vão para um clube particular, cuja obrigação de sua manutenção e de seus associados e torcedores.
    A decepção é ainda maior quando é feita com artimanhas contábeis espúrias; e pior, tendo como dirigente maior do clube um funcionário municipal (o adiposo professor de educação física ???? Ricardo Rosas)e procuradores do município.
    Futebol hoje é puramente businnes, e definitivamente uma Prefeitura como a nossa bancar isso é um altraje aos seus munícipes.
    Abraços
    Dimas Damião
    Vila Déia ´Barra Mansa

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  7. Concordo plenamente. Uma cidade só pode se dar ao luxo de pensar em fazer parceiras desse porte, quando todos os seus serviços essenciais, especialmente na saúde e na educação, estão garantidos com excelência.
    Veja o caso do Neto, que ajudou sobremaneira o Voltaço, mas através de incentivos e locações de espaços necessários para o bem estar da população. Para isso, é preciso determinação, criatividade e competência, coisas que passam longe da administração de Barra Mansa.

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    1. Bem se percebe que as pessoas não entendem nada de política, poder, alienação e corrupção, o time do voltaço bem como o estádio do Volta Redonda, foi construido com um propósito, por ter a cidade uma empresa de grande porte e consequentemente, sindicatos organizados, esta estrutura futebolística tem a finalidade de abrandar qualquer reação popular contra os poderes públicos constituídos, trata-se daquela velha história de Roma antiga - Pão e Circo - O Brasil vive este momento, ou vocês acreditam que copa do mundo e olímpiadas, com tudo que se descobriu de Lula a Sérgio Cabral via construtora Delta, Queirós Galvão, Camargo Correa etc...foi ou será em beneficio do povo, basta ver a história do filho de Lula que de um trabalhador do ZOO de São Paulo com salário de R$900,00, hoje é um dos maiores latifundiários e pecuarista da América Latina, hoje mesmo foi noticia no jornal que o prefeito Neto e o ex pref Baltazar, juntos com a construtora Queirós Galvão, foram denunciados pelo MPF, por irregularidades na construção da rodovia do contôrno, que já se arrasta há mais de 15 anos, pena que o Brasileiro quando grita gol se omite e se deixa enganar, mas infelizmente a ignorância e a covardia deste povo não tem limites.

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  8. O projeto não era levar o BMFC para 1a.divisão e sim ficar com a sede trás da santa Casa, depois tomar conta do estádio da colônia, por isso a direção do BMFC foi ontada só com babaovos, asseclas cujo objetivo foi atingido, agora não tem mais recursos e vai começar aquela galera de V Redonda acionar a justiça para receber outras vantagens, pode escrever...

    Torcedor revoltado.

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