quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ELES GANHARAM A ELEIÇÃO, MAS A LEI NÃO PERCEBEU.

O POVO ESCOLHEU.
A LEGISLAÇÃO IGNOROU.
Não sei se existirá um homem, de preferência congressista, neste País, que tenha a dignidade de lutar para fazer valer o desejo dos eleitores.
Graças a nossa legislação arcaica, hipócrita e falsa, várias pessoas que foram escolhidas democraticamente pelo povo para representá-lo nas Câmaras Municipais, foram alijados da vitória por causa do sistema de legendas que preza uma fidelidade estatutária que não passa de uma balela.
Aqui na região sul-fluminense temos vários casos de candidatos que obtiveram votos par figurar entre os eleitos de acordo com o número de cadeiras disponíveis em cada cidade, mas face a essa legislação esdrúxula, não serão diplomados mesmo contando com o apoio do povo comprovado nas urnas.
Vejam alguns exemplos, seguidos no número de votos e o percentual de votação nas suas respectivas cidades:
ANGRA DOS REIS: Kamu 1767 (2,00%), José Maria Justino 1573 (1,78%), Flavinho 1446 (1,64%) e Dr. Ilson Peixoto 1322 (1,50%).
BARRA DO PIRAÍ: Cacá 847 (1,74%), Glauber 710 (1,46%), Ronaldo Pelanca 677 (1,39%) e Laerte Lima 672 (1,38%).
VOLTA REDONDA: Toninho Oreste 2421 (1,50%), Marquinho Motorista 2247 (1,39%), Nelsinho Gonçalves 2107 (1,31%) e Lela 2044 (1,27%).
QUATIS: Heitor da Macopil 200 (2,40%).
PORTO REAL: Lulinha 336 (2,75%).
RIO CLARO: Josias Ferreira 376 (3,09%) e Isnaty 357 (2,93%).
ITATIAIA: Anderson da Saúde 512 (2,92%).
RESENDE: Dr. Araújo do Transporte 1136 (1,80%) e Aluisio Balieiro Cruz 990 (1,57%).
PINHEIRAL: Muller 429 (3,15%), Marquito 423 (3,10%) e Pâmela Três Poços 401 (2,94%).
PIRAÍ: Diego 466 (2,73%).
VALENÇA: Marquinho da Saúde 919 (2,26%), Pedro Graça 902 (2,22%), Eduardo Soares 853 (2,10%) e José Otávio 776 (1,91%).
BARRA MANSA: Zé Abel 1943 (1,88%), Elias da Corbama 1204 (1,16%) e Teixeirinha 1183 (1,14%). Coincidentemente, os três são da Região Leste, uma área sofrida, que graças a essa anomalia jurídica eleitoral, não terá sequer um representante na Câmara Municipal.
Na capital, Rio de Janeiro, existem vários casos idênticos, como: Wagner Montes, o filho (22597 votos), Roberto Monteiro (17535 votos), Andrade (16609 votos), Nereide Pedregal (13505 votos), José Cabral (13339 votos), entre outros, enquanto teve vereador eleito com apenas 6.000 votos.
Isso é uma hipocrisia que afronta a democracia. Querendo fortuitamente promover uma valorização partidária, na verdade essa regra estabelece que correligionários se degladiem nas ruas ao invés de defenderem um mesmo programa estatutário, pois a Lei os coloca em condição de confronto direto e isso em nada fortalrece as agremiações partidárias.
Tenho certeza que 99,99% do eleitorado brasileiro jamais leu um estatuto de partido. Tenho plena convição, que 99% dos políticos brasileiros jamais leram o programa do partido do qual estão filiados. São raríssimos casos de eleitores que votam em partidos. As pessoas votam em pessoas e isso precisa ser respeitado. Será que Barra Mansa votou no Partido Comunista ou em Jonas Marins?
Essa lei, perversa e estúpida, de proporcionalidade eleitoral, só serve para amparar fisiologistas e premiar presidentes partidários para estabelecer condições e pleitear vantagens para adequar os seus quadros a feição dos candidatos.
O povo não entende nem quer entender essa matemática eleitoral. O povo não entende nem quer entender o porque dos mais votados no pleito não serem eleitos. Coeficiente eleitoral, sistema proporcional, sobra de legenda, fidelidade partidária, entre outros termos da Lei, são coisas que não tem o menor valor para o povo ou na prática, não existem.
Será que não existe ao menos, um deputado ou senador que seja sensível a expressão popular e empunhe esta bandeira? Por incrível que pareça, não, ao contrário, tem muito deputado que defende uma lista prévia, onde os primeiros nomes da lista serão empossados de acordo com os votos dados para cada partido. Ou sejam, querem se eleger sem votos. Na base do pistolão e do curral partidário. Coisa de político brasileiro genuíno.

6 comentários:

  1. Ótimo tópico, ótima discussão, oportuno post. Há quantos anos ouvimos falar da reforma politica? A cláusula de barreira, discutida durante o governo FHC e com prazo de implantação para 2007 foi abortada pelo governo Lula. A lei de ficha limpa foi um parto. E o voto distrital?
    Lembra-se do Enéas que carregou um monte inutilidades pro congresso graças ao modelo partidário eleitoral vigente?

















    ResponderExcluir
  2. Olá Julinho!

    Seu artigo é vibrante, como sempre, mas carece de legitimidade político-partidária.

    Por que ?

    O Brasil adotou o regime bi-cameral e, por plebiscito amplamente divulgado e vencido por esmagadora maioria, o regime presidencialista.

    São os partidos que apresentam candidatos e, por isto, a representatividade proporcional à votação partidária.

    Caso prevaleça a votação individual, NÃO HÁ NECESSIDADE DE PARTIDOS, pois o cidadão pode ser candidato independente, sendo esta a única maneira de colocar, em ordem de votação, os eleitos.

    Seria o caos republicano, posto que os cidadãos seriam eleitos sem nenhum compromisso com programas e bases (também acho que muitos não sabem sequer o estatuto) , mas devem seguir orientações dos partidos e podem até rebelar-se contra elas, como vimos alguns fazerem com o PT dos mensaleiros, sendo o caso mais clássico o de LUCIANA GENRO, abandonada pelo pai o EX-MINISTRO TARSO GENRO(RS).

    Não se iluda, a representação proporcional, pode parecer injusta, mas é a melhor maneira de representar a população, que mesmo votando em pessoas, acaba concordando com o programa partidário, neste caso, REPRESENTADO PELO CANDIDATO.

    Para que não houvesse necessidade de voto por legenda e coeficiente eleitoral também teria de ser adotado o voto facultativo.

    Imagina com praia, calor, cerveja, pagode e outros... quem comandaria este Brasil!

    Platão vaticinou há anos, milhares deles:
    " a maior desgraça para quem não gosta de política é ser governado por quem gosta." .

    É um ponto divergente.

    Cordialmente.

    UM OBSERVADOR BEM ANTENADO

    ResponderExcluir
  3. UMA LEITORA, NEM DO BEM,NEM DO MAL...

    Julinho, gostei do post e da divergência, que me parece bem sensata. Me dê sua opinião sobre ela.

    Outra coisa, voce sabe que eu não votaria em ninguém, pois achava os candidatos muito ruins.

    Todavia, depois das baixarias do bem, resolvi votar no Jonas, como o fiz.

    Já começo a me arrepender. Calma! Como ele me dá uma entrevista dizendo que estava apenas colocando seu nome para ficar mais conhecido em 2016? Tenha paciência, isto é o cúmulo e não posso acreditar que ele afirme que não estava preparado para ganhar, como transpareceu na voz da Cidade.

    Cade a assessoria de imprensa dele? Tá faltando voce lá, ou sobrando incompetência antes mesmo de começarem.

    Bom feriado e que N.S Aparecida nos proteja e ajude!

    UMA LEITORA, NEM DO BEM, NEM DO MAL.

    ResponderExcluir
  4. nessa questão eu discordo pois a legenda e a grande magia da mudança, se foce pela legenda mais sim pelos mais votados a camara teria uma renovação quase minima. ex. o lia preto nunca seria vereador em Barra Mansa como tantos outros que foram eleitos por causa da legenda, eu ainda sou a favor de vereador ser igual a prefeito 8 anos depois sai fica 4 fora e depois tenta volta se foi bom volta se não foi fica de fora.

    ResponderExcluir
  5. Julinho, o que voce acha do post da Leitora...?

    Eu também não gostei da entrevista do Jonas, achei o fim da picada. foi um momento de infelicidade, cansaço ou é verdade? ele tá preparado para o embate difícil de enfrentar 12 anos de desmandos?

    De sua opinião.

    Bom feriado.

    MARIA LÚCIA (NÃO É A DE AMPARO)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Evidentemente, ele não foi feliz. Não sei se por um arroubo de humildade ou por confundir-se com a eleição passada, mas enfim, não é fato. Ele está preparado. Um pouco ansioso, mas preparado.

      Excluir

Por favor, nosso Blog não aceita mais comentários não identificados. Por obséquio, realize seu registro. Grato.