segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

COPA 2014 - E TOME BOLA...


FALTA POR TRÁS. CARTÃO "VERMELHO".

Ninguém duvida que o Brasil vá oferecer ao mundo uma festa memorável na Copa de 2014. O país costuma enfrentar com louvor desafios, inclusive os esportivos. Mas, por outro lado, pedir que órgãos de fiscalização deem uma “afrouxada” em seu rigor para que as obras destinadas ao evento esportivo sejam mais ágeis, como quer o presidente Lula, é, no mínimo, má-fé.

Na hipótese mais provável, é escancarar as portas para a corrupção. O ritmo lento dos investimentos públicos brasileiros voltados à Copa se deve, principalmente, à inépcia administrativa do governo petista, do qual dona Dilma é a tida como a principal “gerente”.

Dois anos já se passaram sem que a fase fundamental das obras fosse transposta: a preparação de projetos executivos.

Em solenidade de lançamento do “PAC da Copa” (como este pessoal é bom de slogan!), ocorrida semana passada no Itamaraty, o presidente pediu um “tratado de ajuste de contas” entre órgãos executores e fiscalizadores para que as obras sejam concluídas com agilidade. “Aquilo que você pode fazer em 45 dias, faça em cinco”, exigiu. Curiosa a lógica lulista: o que seu governo deveria ter feito em dois anos deve levar uns quatro, mas os outros é que devem apertar o passo...

Segundo o presidente, Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU) não podem mais agir “como se tivéssemos vivendo tempo de normalidade”. Que anormalidade é esta que justificaria estes órgãos agirem ao arrepio da lei?

O que a Controladoria e o TCU fazem é cumprir a legislação brasileira, coibindo desvios e falcatruas. Fica o mistério de saber o que deve ser feito de forma diferente. Se Lula tinha intenção de arranjar uma desculpa antecipada para um eventual atraso no cronograma das obras, atirou no alvo errado. No caso do PAC, por exemplo, o TCU só fiscaliza 4% das mais de duas mil obras do programa, muito pouco para impedir o andamento de qualquer projeto do governo. Além disso, como boa parte dos empreendimentos para a Copa irá se dar em áreas urbanas, há pouco risco de embargos do Ibama, como ocorre nas hidrelétricas do rio Madeira.

Com tantas obras de vulto tocadas de improviso, haverá poucos ganhos efetivos para o cidadão brasileiro, apesar da montanha de dinheiro que será queimada. O ideal seria que as 12 capitais que receberão os jogos se tornassem lugares melhores para se viver. Pode não ser o caso.

Na África do Sul, por exemplo, devido a atrasos e má-gestão, as linhas de metrôs que deveriam ser construídas em Johannesburgo foram substituídas, na penúltima hora, por corredores de ônibus. E lá nem TCU tem.

Que Lula não faça da Copa, um gol contra na cidadania.

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