Após sair da Câmara, na posse do Presidente Lula e responder comentários no blog, e infelizmente, alguns extremamente insignificantes e ofensivos, resolvi dar uma volta de carro pela cidade pela qual dediquei dois terços da vivência que hoje muda de número na contagem.
Resolvi voltar para casa, tamanha tristeza que me abateu.
Constatei mais uma vez, e ainda mais nitidamente, o marasmo e a decadência da minha Barra Mansa. Em pleno sábado, o Centro da cidade largado às moscas. Alguns comerciantes aventureiros ainda tentavam manter suas lojas abertas, mas no frigir dos ovos entre receita e despesas, devem ter contabilizado mais um dia de prejuízos. Até mesmo bares e restaurantes que não são regidos por horários inflexíveis, também já estavam fechados ou fechando.
Mas o pior não era nada disso, era a tristeza e a apatia que se via no semblante de todas as pessoas que observei. Esse é o retrato atual de Barra Mansa. Esse é o resultado da vitória da ditadura do silêncio absoluto que implantaram em minha cidade com a anuência e benção efetiva dos governantes. Creio que a burguesia falida deve estar realziada com o silêncio que impera nas ruas e a falta de demonstrações de felicidade. Realizada, mas não feliz. Agora as ruas estão como seus lares: sombios, tristes, vazios e sem vida. Ou então estão em Cabo Frio ou Angra fazendo pose de bacana e aceitando todo barulho que venha pela frente. Lá eles não apitam nada e não tem a complascência dos fracos dominantes que aqui se instalaram para o sepultamento da alegria na minha cidade.
Lembrei-me de que quando vim para Barra Mansa, a cidade respirava a passsagem de ano. Tinha um reveillon no Clube Municipal que atraia visitantes de todos os cantos do estado. Era muita gente bonita, alegre e esperançosa. Lembro que tinha uma rapaziada que no dia 31 a tarde, fantasiava-se de mulher no blodo das marrecas. Nunca fui aadepto, mas que era engraçado era. Lembro que em todos os bares a felicidade contagiava e a esperança num ano vindouro era sincera e procedente. Lembro que o comércio vendia muito em função disso e havia uma saudável circulação de moeda.
Lembro que Barra Mansa não era ciade dormitório, e seus governantes, cada um com seu estilo e com seus defeitos inerentes a raça humana, tinham orgulho em ver seu povo feliz e participavam ativamente das festividades.
Hoje, as garagens, bares e ruas vazias me dão a certeza de que as estradas e as viagens são o que restou como tentativa de felicidade para quem mora aqui. Mesmo correndo os riscos que ficamos expostos em irmos para longe de nossos lares. Não há como negar, viramos cidade dormitório, onde a alegria dorme num leito aguardando a chegada do seu príncipe redentor, tal como a Bela Adormecida. É uma pena, pois a beleza de nossas mulheres, associada a hospitalidade de nosso povo e a privilegiada situação geográfica que Deus nos concedeu, permitiriam e exigiriam que tudo fosse diferente.
Desculpem o desabafo, é meu aniversário e a nostalgia me invadiu por instantes.
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