Faltando poucas horas para o final do prazo para realizações de coligações e registro de candidaturas, o drama vivido pelo PMDB em Barra Mansa, partido do governo, comprova que essa equipe administrativa é fraca em todos os aspectos. Mesmo com a máquina pública nas mãos e usando-a descaradamente para fins eleitoreiros, o prefeito e seus condutores políticos atravessam um drama para lançamento de suas candidaturas para o poder legislativo na sua sigla de maior expressão.
Para que nosso leitor tenha ideia do dilema, vou tentar explicar resumidamente como funciona o sitema eleitoral:
Para se eleger vereador, um partido ou coligação, precisa atingir o número do coeficiente eleitoral mínimo. Esse número é alcançado dividindo-se o número de votos válidos (votos nominais mais os votos de legenda, excluindo-se os votos em branco, nulos e abstenções) pelo número de cadeiras disponíveis na Câmara Municipal. Como em Barra Mansa, é esperado o número de votos válidos em torno de 104.500 (número estabelecido para melhor compreensão do texto, embora um pouquinho acima da expectativa real) e existem 19 cadeiras disponíveis, chegamos ao coeficente eleitoral de 5.500 votos. Ou seja, o partido ou coligação que não atingir esse coeficiente, está automaticamente eliminado da possibilidade de eleger vereador. A cada 5.500 votos restantes, o partido ou coligação elege mais um vereador de forma direta. Bem, como existem coligações que não conseguem eleger candidatos e também considerando-se o fato que as divisões não são exatas, esse sistema matemático acaba gerando sobra de vagas, que são completadas com o critério de sobra de legenda. Muito diferente do que a maioria pensa, a sobra de legenda não é necessariamente o número restante da divisão proporcional, citando como exemplo:
Um partido que fez 7.000 votos, fez um vereador e tem 1.500 (7.000-1.500) como sobra de legenda. ERRADO. TOTALMENTE ERRADO.
A sobra de legenda é encontrada dividindo-se o número total de votos da coligação pela próxima vaga a ser desejada. Vamos a outro exemplo simples, somente para efeito didático:
Suponhamos que o partido A tenha 16.500 votos e o partido B tenha obtido 8.000 votos e exista uma vaga disponível na sobra de legenda - Qual seria o partido (ou coligação) contemplado com a vaga restante?
Segundo a legislação vigente, o cálculo é o seguinte:
Partido A - 16.500 votos = 3 vagas diretas (16.500 / 5.500= 3, sobra 0 (errado))
Partido B - 8.000 votos = 1 vaga direta. (8.000 / 5.500 = 1, sobra 2.500 (errado))
Sobra real do partido A: 16.500/4 (a vaga desejada) : 4.125 . CERTO.
Sobra real do partido B: 8.000/2 (a vaga desejada): 4.000 . CERTO.
Portanto, a sobra real de A é maior do que a de B, e nesse caso o partido A ficaria com a 4ª vaga em detrimento do partido B, que aparentemente teve uma "sobra" de votos maior.
Evidentemente como são 19 cadeiras e existem várias nominatas que atingirão o coeficente eleitoral, o cálculo não é tão simples assim (só fizemos da forma simplória acima para efeito de explanação da teoria), sendo que a cada vaga remanescente, refaz-se o cálculo e o partido contemplado com a vaga anterior continua na disputa, desta feita com um divisor maior. No caso do exemplo acima, a sobra do partido A, que já conquistou a 4ª vaga, seria obtida com o seguinte cálculo: 16.500/5 (a nova vaga desejada): 3.300.
Bem, voltando ao assunto, e de acordo com a legislação eleitoral exemplificada, podemos prever que em Barra Mansa, após várias simulações, teremos os seguintes índices aproximados, pois é provável insinuar que a sobra de legenda mínima para se conquistar uma vaga girará em torno de 4.000, ou seja:
0 à 5.500 votos: Nenhum vereador.
5.500 votos: 1 vereador.
8.000 votos: 2 vereadores.
12.000 votos: 3 vereadores.
16.000 votos: 4 vereadores.
Todo esse resumo de raciocício foi efetuado para passarmos a noção do drama do PMDB.
O PMDB declaradamente tem 4 figurões na disputa: o campeão de votos Zé Abel, Lula com 30 anos de vitórias ininterruptas, Luis Antônio Cardoso que é o presidente atual da CMBM e o candidato preferido do governo além do ex-vereador Rodrigo Drable, que foi o 4º mais votado no último pleito e que está apresentando um exército estrutural de campanha bastante ostensivo e ostentador. Se todos os quatro mantiverem as suas candidaturas e estabelecendo uma média de 1.700 votos para cada um, chegamos ao total de 6.800 votos. Suponhamos que a legenda do PMDB agregue mais 1.200 votos e que os candidatos restantes (nanicos e que até agora não foram apresentados oficialmente) somem mais 1.000, chegaríamos ao total de 9.000 votos que só seriam suficientes para a eleição de 2 desses candidatos, com índice muito distante da 3ª vaga, ficando desta forma, dois figurões de fora, obervando-se que em qualquer deslise, até a 2ª vaga ficaria ameaçada.
O governo desesperado sacramentou uma coligação do PMDB com o PSB, que hoje só tem 5 candidatos a vereador sendo 4 inexpressivos e o vereador Vicentinho, que não anda muito bem de saúde e está sendo muito cobrado em sua comunidade. Isso até poderia ser um alento na tentativa de se obter a terceira vaga, mas acontece que não existe mais bobo no mercado, e ninguém vai gastar sola de sapato nem dinheiro em campanha sem chance real de eleição somente para inteirar voto para os já mencionados figurões, o que pode enfraquecer os votos dos "nanicos".
Além deste drama, os vereadores Lula e Zé Abel acenam com a possibilidade de retirarem as suas candidaturas e apoiarem Jonas Marins. Na conta-mão do fato, a vereadora Sônia Coutinho, descartada pelo governo para ser candidata a vice-prefeita, poderia reingressar no rol dos candidatos, no mesmo nível dos figurões apontados acima. De qualquer forma, faça-se a conta que for, a expectativa é na eleição de apenas dois veredores, mas se Lula e Zé Abel realmente retirarem seus nomes, esse expectativa cai para apenas 1. Porém se tudo der certo, e a água correr contra o rio, sonha-se com a terceira vaga, mas da mesma forma, dois figurões da política, que estariam certamente entre os oito mais votados do pleito, ficariam fora da cadeira, sem contar a exclusão do atual vereador Vicentinho.
O governo municipal teve quatro anos para pensar nisso e equacionar essa questão. Teve quatro anos de apoio absoluto dos vereadores. Teve quatro anos de uso indiscrinado da máquina adminsitrativa para reenquadrar seus beneficiados. Teve quatro anos de tempo para desenhar um rascunho mais inteligente. Nem isso eles fizeram. É a incompetência cobrando seu preço na própria carne.
Política não é somente matemática, é muito mais que isso!
ResponderExcluirO próximo Prefeito de Barra Mansa, será aquele que o jovem, dinâmico, inteligente, empreendedor, realizador, benfeitor e mangnámico CLAUDIO MANES apoiar, podem ter certeza que esta é a "carta na manga" que o beneficiário deste apoio, tem para a vitória eleitoral.
DONA LOURDES DE SAUDADE.
Foi o próprio quem escreveu este comentário.
ResponderExcluirCreio que o autor deveria fazer os mesmos cálculos futurísticos para as outras coligações, e depois colocar aqui os resultados!! Creio que o PMDB está anos luz de vantagem.. faça o calculo e post aqui!!
ResponderExcluirAssim que as coligações estiverem definadas e registradas e as nominatas oficializadas, farei com o maior prazer, mesmo porque é um exercício que sempre fiz com uma margem mínima de erro. Não tenho medo de expor os meus raciocínios eis que são pautados em fatos e não em paixões.
ExcluirO que? esqueceu-se de 2008.
Excluirde forma nenhuma. Em 2008, praticamente cravei os vereadores eleitos, acertei na mosca o número de vereadores que cada coligação faria, e fui o único, numa reunião de 41 pessoas a sacramentar que Ademir perderia a eleição com a aliança com os Nader. Infelizmente fui voto vencido, vencido não, esmagado, mas nem por isso deixei de apoiar o Ademir. Não escolho meu apoio necessariamente para o candidato favorito, mas aquele que entendo seja o melhor para a cidade naquele determinado momento, ou pelo menos, o mnos pior. Não confunda voto pessoal com prognóstico político, pois são duas coisas diferentes. Torço pelo Flamengo, mas reconheço que o Santos, o Corinthias, entre outros estão bem melhores. Aprenda as diferenças antes de tirar conclusões precipitadas.
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