CARNAVAL DE RUA EM BARRA MANSA.

SOU A FAVOR.

Umas das polêmicas que marcará o início do governo Jonas Marins em Barra Mansa será a volta do carnaval de rua. Infelizmente, em nossa cidade ainda habitam  diversos e inflamados reacionários. Sinto que a cidade está dividida. De um lado, hão comunidades carentes que têm no samba e no carnaval um de seus raros momentos de lazer e que julgam-se no direito de confraternizar nas avenidas da cidade, que são públicas, é bom que se estabeleça. De outro lado, parte de uma sociedade conservadora e envelhecida, que prefere respirar marasmo do que perceber sintomas de alegria coletiva. Muito se fala em segurança e riscos. Se pensássemos assim permanentemente, o ideal olímpico é que nem saíssemos de casa e aprisionássemo-nos em nossos lares desprezando o esplendor da vida. Se o povo brasileiro pensasse assim, não haveriam os disputados carnavais de Salvador, Olinda, Recife, São João del Rei, Cabo Frio, entre centenas de outros municípios onde nas ruas se percebe a maior expressão popular nos dias de Momo. Se limitássemos as nossas aspirações à esses limites, o carnaval da Sapucaí, que atrai turistas de todo o Universo, não existiria, assim como não existiria o Cordão do Bola Preta que aglutina mais de três milhões de pessoas no sábado de carnaval no centro do Rio. Não existiria a Lapa, não existiriam praias, não existiria vida. Esconder o carnaval de nossas vidas é jogar a sujeira para baixo do tapete ou fazer como o marido traído que flagrou a mulher e seu melhor amigo em ato de amor no sofá de sua sala. Para tentar esquecer o flagrante e se acomodar, ele ficou com a mulher, manteve a amizade e vendeu o sofá.

É certo de que moradores tem direito a silêncio e tranquilidade, mas o direito de um se encerra quando começa o de outro. É necessário tolerância, paciência, bom senso e é saudável deixar o egoísmo de lado. O carnaval é uma festa popular brasileira, parte de nossa tradição cultural, patrimônio de um povo, e assim sendo, ninguém tem o direito de cerceá-lo.

Isso tudo não quer dizer que a festa não possa ser revestida de responsabildiade e criatividade, minimizando, ao máximo, seus contratempos e dissabores.

Quando se fala em carnaval na Avenida, em Barra Mansa, não necessariamente nos remetemos à Avenida central da Cidade, a Joaquim Leite. Penso que o desfile de rua, na Avenida Beira-Rio, da Ponte do Ano Bom até os fundos da Câmara Municipal, atenderia muito bem o pleito das entidades carnavalescas, seus seguidores e colaboradores, causando transtornos para poucos. Penso também, que não é preciso esvaziar as dependências do Parque da Cidade durante os festejos carnavalescos, que poderia muito bem abrigar os bailes populares após o desfile, transferindo o fluxo de foliões para lá, após determinado horário.

É evidente que na cidade, deverão existir banheiros químicos em abundância assim como a efetiva participação do poder público e seus órgão de segurança e ordem pública. Tudo, com bom senso e boa vontade, podem nos levar a bom termo e satisfação generalizada. Isto posto, sou totalmente solidário ao prefeito eleito Jonas Marins e ao secretário de cultura Claudio Chiesse, a serem empossados em janeiro, na ousada proposta de honrar o compromisso com as comunidades de resgatar o nosso carnaval, em detrimento das elites modorrentas que sobrevivem através da lamúria. Não podemos nos conformar em ver nossos comércios e estabelecimentos perderem uma semana inteira ociosa para que parte substancial de nosso povo gaste seus rendimentos em outras cidades. Carnaval em Barra Mansa não é só lazer, é parte da economia municipal, já demasiadamente combalida.

Arautos da enfadonha Ditadura do Silêncio Absoluto, tremei, pois um prefeito ousado está para asumir e tentar devolver vida para nossa cidade. Já não era sem tempo.