quarta-feira, 15 de setembro de 2010

TUDO CERTO.


COMO DOIS E DOIS SÃO CINCO.

Vendo a edição de hoje do jornal EXTRA, na página 8, vi um quadrinho titularizado: CORRIDA PRESIDENCIAL, em referência a pesquisa realizada pelo Instituto SENSUS, encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes sob a eleição presidencial, e o resultado apontado no gráfico foi o seguinte:
Dilma 50,5%
José Serra 26,4%
Marina Silva 8,9%
Zé Maria 6%
Plínio 6%
Eymael 2%
Rui Costa Pimenta 1%
Nenhum/branco/nulo 5%
Não sabem/Não responderam 1%

Tudo muito bom, tudo muito bem, a Dilma está na frente, todo mundo sabe disso, e provavelmente será a futura Presidente do Brasil.
Só um detalhe me soou estranho, pois se somarmos todos os percentuais, chegaremos ao total de 106,8%. Pode????????

Sem querer apostar em nenhuma “teoria da conspiração” ou qualquer coisa que o valha que cheire a chororô de derrotado, tal fato me fez lembrar de uma passagem acontecida na eleição de prefeito mais polêmica e disputada da história de Barra Mansa:
Haviam vários candidatos à Prefeitura, mas três deles estavam polarizando o pleito. A apuração ainda se fazia na forma medieval do voto cantado e os resultados finais guardados a sete chaves pela inatingível autoridade judicial.
O Fórum, totalmente cercado e quase inacessível, era onde hoje estamos instalados na Câmara Municipal e o Poder Legislativo ficava no prédio em frente, no Palácio Barão de Guapy.
A ansiedade tomava conta dos três principais postulantes, assim como dos cabos eleitorais e simpatizantes, todos apostando na vitória de seus preferidos.

Dias se passaram e o resultado não vinha, até que numa bela tarde, estava eu coincidentemente no gabinete do Presidente da Câmara Municipal da época, quando um oficial de justiça adentrou o gabinete e entregou nas mãos do vereador-mor o resultado oficial final, em primeiríssima e exclusivíssima mão, numa deferência do Poder Judiciário ao Legislativo, e ele por sua vez, para saciar a angústia dos políticos em volta, anunciou que determinado candidato havia ganho o pleito. Imediatamente os simpatizantes do vitorioso se abraçaram e debruçaram-se nos telefones para irradiar a boa nova, e os partidários dos derrotados desenhavam em seus rostos, receptáculos de lágrimas.
No meio deste burburinho, solicitei ao presidente que me deixasse ver o resultado, e prontamente interrompi o alarde que tomava conta do gabinete e pronunciei:
-Tá tudo muito bom, parabéns a todos, mas salvo um derrame súbito que tenha tomado conta do meu cérebro, há algo estranho, pois se somarmos os votos de todos os candidatos, mais os votos nulos, brancos e abstenções, chegaremos ao total de 120 mil eleitores, e acontece que Barra Mansa só possui 110.
Imediatamente, o oficial de justiça tomou o resultado de minhas mãos e levou-o ao Fórum que como uma Fortaleza de Guerra no Iraque, permaneceu fechado por quase duas semanas, até que com um outro resultado fosse proclamado, onde o candidato que tinha 23 mil, caiu pra 20, o de 20 pra 18, o de 17 pra 15, assim por diante, até que a conta fizesse justiça com o potencial eleitoral.
Creio que faltavam máquinas calculadoras no Poder Judiciário, e ninguém me tira da cabeça que na época faltava mais alguma coisa, importante também, tipo: vergonha na cara.

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