FLUMISUL

BANANAS NA FEIRA.

Barra Mansa vai promover este ano a 12ª edição da FLUMISUL – Feira “INTERNACIONAL” de Negócios. Há dias vemos nos órgãos oficiais de imprensa “patrocinados” pela prefeitura, que “85%” dos stands já foram comercializados. Já fazem dias que a propaganda oficial não sai desses 85%. E é um número, no mínimo, duvidoso. Duvidoso porque consta em todos os materiais promocionais da festa, as logomarcas, na qualidade de co-patrocinadores, dos CORREIOS, do SAAE, e da CÃMARA MUNICIPAL DE BARRA MANSA. Quanto aos CORREIOS, a informação que temos, é que não haverá sequer a participação na Feira, nem como expositor. E pasmem, nem o SAAE, autarquia da própria prefeitura, terá stand na feira, segundo nossas fontes. A explicação é que os visitantes da feira, ao invés de enaltecerem uma suposta ação eficaz da autarquia, usam do espaço para fazer queixas e reclamações de contas enviadas com atraso ou com erro de aferição de uso. Mas o que posso garantir é que a CÂMARA MUNICIPAL DE BARRA MANSA, poder que eles colocaram como co-patrocinadores em todos os prospectos, não se fará presente pela primeira vez. Nenhuma razão política, pois o relacionamento dos vereadores e do presidente da casa com o prefeito é muito bom, mas por razões logísticas, visto quer a despesa que a Câmara tem com a participação na “festa”, não é compreendida pelo Tribunal de Contas do Estado. A prefeitura, todo ano, desde a época em que o pachá era prefeito, cobra, através de terceirização de despesas de promoção da feira, a participação do poder legislativo, e se isso não bastasse, é evidente que para a montagem e efetiva presença, outros gastos são incluídos. Entende o tribunal e entendemos nós, que o dinheiro do contribuinte não tem essa finalidade e que a Câmara Municipal de Barra Mansa nada tem a ganhar com a presença na feira com um stand comercial, pois nada temos para vender. Só menciono tais fatos, para comprovar que as propagandas efetuadas pela organização da Flumisul, são enganosas, e que a tendência é de mais um esvaziamento da feira, coisa que percebemos a cada ano.
Quando foi concebida, na administração Inês Pandeló, a Flumisul teve momentos áureos no Ilha Clube, e além do encontro de lideranças empresariais, percebia-se, de fato, negócios de alguma expressão, sendo efetivamente realizados. Muito menos do que os almejados, é verdade, mas enfim, realizados. Com a chegada da administração do pachá, a Feira, muito embora definida para áreas de operacionalização e gosto duvidoso, tomou ares reais de Feira Internacional, visto que um colaborador paquistanês, de nome SHANE ALAN KHANE, conseguiu seduzir delegações de outros países, principalmente da Ásia e leste da Europa. Mas Shane, também engrossou a extensa fila dos que receberam do pachá a sua tradicional e permanente ingratidão, e dizem que morreu com essas mágoas no peito. De lá pra cá, a Feira passou a ter uma conotação totalmente político-partidária e segregadora, colocando no mesmo balaio, somente aqueles que se afinam com o estilo e os propósitos da turma do “bem”, principalmente as entidades tão questionadas da cidade, leia-se ACIAP, CDL, SICOMÉRCIO, etc...
A Flumisul vem perdendo a cada ano, seus propósitos iniciais, transformando-se num evento social de pequeno porte e cometendo os mesmos vícios éticos das poucas e frígidas festas realizadas na cidade, tal como a tradicional “parceria” com barraqueiros, sempre muito obscura e questionável.
Quem for, verá os mesmos stands, as mesmas pessoas, os mesmos ternos, as mesmas recepcionistas, as mesmas roupas e botas de couro dos expositores que efetivamente realizam negócios e as mesmas barraquinhas insossas e altamente inflacionadas e com qualidade fraca. Não existe mais empresário bobo, e somente alguns que precisam da parceria com o poder executivo para se locupletarem, estarão batendo “ponto" na feira. Ou seria “dando pinta”? Tanto faz. Mas o que se sabe é que teremos novamente apresentações musicais da turma do “Música nas Escolas”, pois trata-se da única coisa louvável e diferenciada que essa administração nestes últimos nove anos realizou na cidade. Mas é pouco, muito pouco, e demasiadamente, também enche o saco.
Não é mais de negócios. Não é mais Internacional. É somente feira. E em feira compra-se bananas. E bananas não faltam na administração municipal. Principalmente as baratas, podres e sem gosto, que normalmente fazem muito “mal” para todos nós.