sexta-feira, 23 de abril de 2010

MODELO ECONÔMICO DOS PORCOS DO "BEM".


PORCOS ALEGRES.

Se alguém for morador de Barra Mansa e estiver nesse momento deprimido, volte outra hora, por favor.
Trabalhei quarta, quinta e sexta. Poderia descansar, mas achei melhor botar minha agenda em dia. Não me arrependi, pois começarei a semana mais aliviado. Hoje, depois de conclusa minha pauta
, encontrei com amigos e colocamos a conversa em dia. Quando deu quase oito da noite, resolvi percorrer o centro da cidade em uma atitude nostálgica.
Vi sujeira em todos os cantos. Vi abandono em todas as vias públicas. Vi desnivelamento de ruas, provocados por obras eleitoreiras, que em breve futuro se transformarão em crateras, como as milhares que já existem por aí.
Vi pichações. Centenas delas. Manifestos de uma juventude reprimida com a complascência do poder público que também admite passivamente carros de som aditivados com funks ensurdecedores. Violão em bares não pode, mas anarquia geral nas vias públicas e nas calçadas dos hospitais, “tá liberada”.
Vi próprios públicos municipais com infiltrações, pichações, abandonos e crostas de sujeira. Crostas essas que percebi em todo o centro comercial. Excetuando-se farmácias, bancos, igrejas evangélicas e laboratórios médicos, módulos econômicos que crescem de forma acentuada numa cidade doente, todo centro comercial é uma crosta preta só. Não escapa deste conceito nem a secular Associação Comercial. Não escapa deste rótulo nem a ótica de propriedade da Presidente da CDL, que se encontra com sua luminária queimada, assim como está a do FUNDAMP, a da ASBAM, e de outros antigos pontos comerciais importantes da antiga e saudosa Barra Mansa. Mas sem luz mesmo estava a ponte dos Arcos, parcialmente, e a ponte velha, totalmente. Transeuntes se expondo à toda sorte de riscos. Tudo muito sombrio de forma que nem o imenso out-door sobre a programação da exposição estava com luz, assim como a maioria dos artistas que vão se apresentar. Tudo muito sintomático: A ótica de uma cidade sem luz. O refeitório municipal também é uma obra-prima de rasuras em um quadro dantesco.
É o retrato da economia falida pregada pela turma do bem durante esses últimos dez anos. É o retrato da filosofia ‘faça pouco e propague muito’.
Há catorze anos, um publicitário vendeu essa idéia para Inês Pandeló. Ela ganhou a eleição e Barra Mansa começou a afundar. Anos depois esse mesmo publicitário vendeu-se para a turma do 'bem' e lá está até hoje apregoando a mesma filosofia. Filosofia que rende milhões de reais anuais. Essa peça rara e oportunista aprofundou-se no negócio e é notório que pessoas importantes e poderosas tem participação efetiva e muito ativas e 'rentáveis" na sua empresa.
O resultado aí está: Gasta-se pouco em manutenção e conservação, e muito ou quase tudo em mídia, e o povo vai engolindo de boca aberta e conformado como um cego que recebe um real de esmola.
Com o que foi gasto em publicidade e marketing nos governos Pandeló, Roosevelt e Zé Renato, dava para fazer a obra de remoção do pátio de manobras com recursos próprios. Afinal são apenas 41 milhões de reais e como se gasta em média 3 milhões por anos em propaganda, era mole bancar a brincadeira: 3x14=42.
Mas preferiu-se adotar outro 'esquema'. Nada se faz se não for com o dinheiro do Governo federal e estadual. Nem manutenção das vias públicas. Nem fiscalização contra comerciantes omissos. Nem obrigação para proprietários de imóveis, a não ser pagar o IPTU extorsivo e mentiroso. Vamos licitar tudo, que não der para burlar a lei e contratar direto, e favorecer empresas de fora. Eles são mais “generosos, falam muito menos e ajudam nas campanhas muito mais”. Gastemos tudo que for possível em publicidade e o povo nos manterá na boa vida do poder. Calemos a oposição, abençoemos os radialistas, jornalistas e comunicadores “parceiros” e ninguém nos incomodará. Quanto ao funcionalismo, deixemo-los à toa, fracos e inoperantes, na base do "Vampeta": 'A gente finge que paga e eles fingem que trabalham'.
A prática maquiavélica e covarde está dando certo. A cidade está dando errado. Absurdamente errado. Silenciosamente e passivamente errado.
Cidadão, pelo amor de Deus, pense, reflita: E essa a cidade que queremos deixar de herança para nossos filhos e netos???
Estou falando apenas do centro da cidade. Centro esse que foi berço de um comércio pujante de uma cidade festiva que recebia orgulhosa todos os seus visitantes. Nem vou me ater aos bairros. Muitos menos aos periféricos. Lá o abandono e o desprezo já arrendaram todos os espaços possíveis.
Vou continuar lutando, mas confesso que essas coisas me enfraquecem por demais.
Deus nos encoraje.
E não vou iludir ninguém: Barra Mansa está num abandono moral, espiritual, conceitual e organizacional tão grande, que não haverá herói que em apenas quatro anos, faça ressurgir essa cidade mórbida.
Chafurdamos na lama do "bem".
A cidade está triste e suja.
O povo está triste e sujo.
A administração está suja. Muito suja. Mas muito alegre.
Porcos se deleitam no chiqueiro.

3 comentários:

  1. Júlio

    O comércio de uma cidade nos mostra a condição financeira da população.Na avenida Joaquim Leite, a principal da cidade, vemos a predominância de lojas de R$ 1.99 e de farmácias ou seja A POPULAÇÂO ESTÁ POBRE E DOENTE.
    Triste conclusão... Pobre Barra Mansa!!!!!!

    ResponderExcluir
  2. FÁBIO COSTA disse:

    Sr. julinho, tirei o resto do dia para ver blogs, e-mail, jornais e outros. E estou de volta, espero que não o incomode.
    Sua análise relfete a fraqueza de nossos comerciantes, que trocaram o pró-labore de suas lojas por CCs. na prefeitura. é melhor ser Secretário e ganhar fácil do que lustrar balcão com a barrica!
    Nosa entidades são oportunistas, omissas e fracas. tenho combatido de dentro toda essa gente. fui muito criticado porque não consigo entender como a ACIAP pode ter um representante no conselho do SAAE que deixa mudar a faixa de consumo e aumentar a taxa de água em mais de 100%! É uma vergonha, nem nas reuniões vou mais. o CDL deve uma explicação até hoje sobre o concurso de Natal e é por isso que não quero participar destas festas.
    Parabéns pelo comentário, trista mas verdadeiro que mostra a decadência de um povo pobre, ignorante, omisso, corrupto e acomodado e que gosta de pão e circo. que morrram gritando, igual aos porcos, mas lembrem-se do que dizia o meu saudoso escrivão Lacerda: Se gritar resolvesse, porco não morria.

    Fábio Costa.

    ResponderExcluir
  3. Fábio,
    Jamais voce incomoda, aliás seus comentários são sempre muito bem-vindos, mesmo os críticos a minha pessoa.
    Respeito seu ponto de vista e sua luta.

    ResponderExcluir

Por favor, nosso Blog não aceita mais comentários não identificados. Por obséquio, realize seu registro. Grato.