sexta-feira, 18 de outubro de 2013

MINHA SAGA NO DETRAN. SEGUNDO E ÚLTIMO CAPÍTULO.

RECORDANDO O PRIMEIRO CAPÍTULO.
A CABINE DO INFERNO.
Conforme prometido, narrarei passo a passo, minha saga para ser atendido em uma vistoria de meu carro no DETRAN de Barra Mansa. Me comprometo a expressar os fatos exatamente como vivi e relatar exatamente o que vi e sofri. O relato se dará em duas partes, pois ainda não sei se esta história terá um fim.
CAPÍTULO 1. DIA 19.09.2013. QUINTA-FEIRA.
14:50- Chego ao DETRAN e percebo que o horário de agendamento não quer dizer absolutamente nada. Fila imensa para entrar. Ligo o ar condicionado do carro na sua frequência mais potente pois o calor está insuportável. Prenúncio de chuva. Começo a leitura de um livro espírita estrategicamente escolhido para o evento.
15:00- Exatamente no horário agendado, via Internet, percebo que ainda não saí do lugar onde cheguei, no meio da rua. Abro a janela e acendo um cigarro. No CD recorro a Pink Floyd.
15:05- Ainda não saí do lugar mas percebo que já existem quatro carros atrás de mim, inclusive um Chevette caindo aos pedaços carregando sobre o teto diversas ferragens de forma totalmente irregular e perigosa. Não acredito que ele pretende vistoriar o carro mesmo assim. Será que passa? O calor aumenta e percebo que sou um asno de ainda estar de paletó. Jogo-o no banco de trás com certo ódio da roupa.
15:10- Ainda estou imóvel mas dois transeuntes passam comentando que até que hoje a fila está pequena. Isso em nada me consola. Desabotoo dois botões da camisa. Nesse ritmo em breve estarei fazendo um "streap-tease".
15:15- Ainda nada e fico pensando se não haveriam embargos infringentes que pudessem ser interpostos que me garantissem o direito de adiar a vistoria. Na qualidade de avô, chego a sábia conclusão que não seria de bom tom me despir mais. Pelo retrovisor já vejo seis carros.
15:16- Primeiro movimento. Aproximadamente 6 metros de avanço. Vejo um caminhão de uma famosa transportadora local entrar direto, sem fila. Me pergunto qual seria a razão. Percebo que o Chevette desistiu da aventura. Acendo mais um cigarro. Péssimo vício e exemplo, mas o que estou vendo também não é nada recomendável.
15:22- Segundo pequeno movimento. Quatro metros. Já me sinto arrependido de não ter oferecido quantia financeira facilitadora para algum despachante. Jurei que depois do julgamento do mensalão mudaria os meus conceitos. Já poderia ter começado a nova prática de vida. Já vejo seis carros atrás de mim, inclusive o do meu colega de legislativo, Douglas, que está nessa maratona desde o meio-dia pois o estepe de seu carro fora reprovado e ele teve que voltar sem direito a preferência.
15:28- Outro movimento. Este ainda mais longo. Já estou fora da rua mas vislumbro uma boa fila em minha frente. Doravante não terei mais o consolo de me comparar com os veículos que chegaram depois de mim. O calor está infernal. Penso que desabotoar mais um botão da camisa ainda não me fará responder por atentado ao pudor.
15:31- Um vendedor ambulante me oferece camarão. Gosto muito, mas virei alérgico a esse crustáceo maravilhoso. Lá no meu íntimo imagino um bom local para o vendedor armazenar o camarão que me ofereceu.
15:33- Mais um passo a frente. Rômulo Delgado passa por mim e comenta que o julgamento do mensalão é ruim para a reeleição de Dilma. Ele aposta suas fichas na Marina. No momento, nada disso me interessa  e educadamente engulo um "foda-se".
15:34- Mais três metros a frente. Estamos "voando baixo". Parece até a Ferrari do Massa. Comemoro com mais um cigarro. Preciso parar com isso.
15:40- Apago o cigarro pois preciso percorrer mais cinco metros. Já estou a oito do portão do DETRAN. Escuto alguém dizer que a emissão dos documentos finais está muito demorada. Porra, esqueci desse segundo inadiável drama. Já deu para todos perceberem que o livro que comecei a ler já está jogado em cima do inconveniente paletó no banco traseiro e não me auxiliou em nada.
15:43- Um camarada tenta me colocar medo para tentar me vender um extintor novo. No local, existem uns três ou quatro vendedores oportunistas desse acessório. Algo me diz que com a benção dos vistoriadores e diretores do órgão. Prefiro correr o risco sem me dar o trabalho de conferir a validade do meu. Não mostro meu extintor vermelho para nenhum estranho no primeiro encontro. Agradeço o serviço do camelô, mas no íntimo também fico imaginando um bom lugar para ele enfiar o seu extintor. 
15:50- Uma hora após a minha chegada, enfim entro no pátio do DETRAN e recebo o primeiro atendimento na guarita. A mocinha simpática e sorridente atendente lembrou de mim no ano passado e me escalou para a linha 1, que segundo ela, era a melhor. Sem falsa modéstia, o charme do cinquentão velho de guerra visivelmente havia me favorecido. Sabia que de alguma forma, valeria a pena ter me esforçado para perder alguns quilinhos.
15:52- Do lado interno do DETRAN, percebo os vendedores de extintor pendurados nas grades "secando" os motoristas tal como urubus esfomeados. O vistoriador da minha fila me fita com os olhos e algo me diz que ele não foi com a minha cara. Só tem um carro a minha frente. A recepcionista quebrou muito o  meu galho e vejo que carros que estavam a minha frente estão em filas maiores e mais demoradas. Não fico constrangido. Não fui eu quem fez a opção e o STF não me fez ficar nenhum pouco arrependido.
15:57- Percebo que está chegando a minha hora!
16:00- Começa enfim a vistoria. de cara, o vistoriador afirma que meu extintor estava vencido e eu teria que comprar outro. Explico didaticamente a ele que meu extintor vence no segundo semestre de 2013, portanto, só perderá a validade em dezembro. Ele, contrariado, concorda. Ele bem que tentou. Vai que cola!
16:20- Após intermináveis perguntas e movimentos, percebo que minha intuição mais uma vez não tinha me enganado. O vistoriador criou diversas dificuldades e falou que reprovaria o meu carro por uma falha quase imperceptível na constância de funcionamento da minha lanterna esquerda traseira. Tenho certeza de que se tivesse comprado um novo extintor, mesmo de forma desnecessária, essa eventual falha passaria desapercebida. Falou para eu aguardar na recepção a minha senha para voltar e que estacionasse o carro. Disse que no dia que eu retornasse, desde que fosse nos próximos cinco dias úteis e a tarde, quando é o seu turno, eu não precisaria enfrentar fila, mas não me explicou como faria para passar por cima da montanha de carros que ficam na porta. Procurei vaga para estacionar tal como palhaço e percebi que não existia. Acabei parando em frente a outro carro e vi que dezenas de outros assim também procederam.
16:26- Entro no escritório do DETRAN para reaver meu documento vencido e pegar o tal boletim de ocorrência. Contabilizo 25 pessoas à minha frente.
16:30- O comentário geral dos "clientes" é que jamais votarão no Cabral e no Pezão. A partir desse momento, faço coro com o clamor.
16:33- Olho para a parte interna do escritório e vejo oito moças, duas delas catando milho nos teclados, aparentemente indiferentes a tudo.
16:38- Somente agora me informam que eu deveria ter pego uma senha do lado de fora numa janela de má sinalização. Retorno ao local indignado e ganho uma senha de número 418. Retorno ao escritório e vejo que o contador digital ainda está no número 405. Solto o primeiro palavrão involuntário sonoro.
16:45- Vou tomar uma Coca-Cola na cantina. Minha pressão deve estar na casa dos 20 por 15. Desnecessário falar que nesses interrvalos mais uns quatro cigarros foram literalmente queimados dentro de mim.
16:47- Volto para o escritório. Decepção total ao perceber que o contador ainda está paralisado no número 405.
16:48- O sorriso das funcionárias do escritório me lembram o do Ministro Celso de Mello ao aliviar o seu ex-vizinho de república universitária, José Dirceu. O calor é intenso e o ar condicionado da autarquia não atende a necessidade.
16:50- Agradeço a lembrança de ter trazido o tablet. Fazer esse relato de certa forma minimiza o meu ódio, mas a porra do contador ainda não sai do 405. São oito atendentes que conversam entre si amenidades e cores de esmalte sem esboçar a menor preocupação. O bate papo começa a revoltar o público.
16:53- Um "cliente" ao meu lado ao atender o celular disse que estava na cabine do inferno. Tem sentido. Não deve diferir muito.
16:55- O bate papo das atendentes continua animado mas a merda do numerador ainda está congelado no número 405.
16:57- Outro colega de "inferno" ao meu lado disse que tinha enorme vontade de jogar uma bomba dentro da sala das atendentes. Começo a enxergar o lado humano do Bin Laden.
16:58- Um conhecido entra na sala e me pergunta se estou tranquilo. Reajo com um imediato "puta que pariu".
16:59- Percebo que aqui a única vantagem é que não tem fila preferencial para gestante ou idoso. Tá todo mundo democraticamente fudido junto.
17:00- Excluindo o falecimento de meu pai, mau grave acidente de carro e minha operação na coluna, percebo que estou vivendo as duas piores horas da minha vida. E a porra do cacete do numerador ainda está empacado no 405.
17:03- Outro cliente manifesta a vontade de chutar o vidro da janela que nos separa das atendentes. A revolta com o visível atendimento privilegiado que os despachantes recebem começa a desesperar o público. É vergonhoso.
17:05- A impaciência me incendeia. Preciso fazer algo inusitado. 
FIM DO PRIMEIRO CAPÍTULO:
17:07- Resolvo desistir de tudo e não mais voltar a essa unidade caótica. Me dirijo ao Chefe Maior e falo que exijo os meus documentos de volta. Como num passe de mágica, ele pede a minha senha e em menos de um minuto volta falando para eu me aportar no balcão de atendimento.
17:09- Chego no balcão e já tem uma atendente me esperando com meu documento original e uma guia de procedimentos a serem realizados, informando que eu teria cinco dias para voltar à unidade e  efetuar a vistoria sem filas. 
17:10- Saio de lá com a absoluta certeza de que meu documento, assim como o de vários outros, já estava confeccionado. A teoria primária da corrupção estava sendo empregada acintosamente: o tal de "criar dificuldades para vender facilidades". Quem não estava mancomunado com despachantes, certamente deve ter saído de lá bem após a chegada da noite.
Obs. intermediária: Não voltei lá nos cinco dias previstos. Parte por minhas ocupações e parte porque me sentia privilegiado de forma injusta para com os demais. Marquei uma nova vistoria mas não deu para ir. Nas minhas constantes incursões ao Restaurante do Batata, em Saudade, percebi que de alguma forma o meu protesto tinha tomado um eco inusitado e talvez o fato tenha amenizado o acúmulo de carros nas ruas. 
Após novas tentativas no computador, consegui agendar uma nova vistoria para ontem, dia 17 de outubro, às 15 horas. Começa então o derradeiro capítulo de nossa saga:
17 DE OUTUBRO- QUINTA-FEIRA.
DO CÉU AO INFERNO E VICE-VERSA.
14:25- Após a minha tradicional rabada de quinta-feira, no Batata, acompanhado pelo empresário Ricardo Marassi, que inclusive gentilmente pagou a minha conta, chego no Detran com antecedência. Não foi necessário estacionar na rua e a fila está bem menor do que na última vez. Dessa vez não levei livro nenhum. A experiência anterior me garantia que não teria como dispensar a menor atenção com nenhuma escrita.
14:30- Ainda parado no mesmo local que cheguei, não consigo prever como está o andamento, pois tem um enorme caminhão em minha frente. Penso em voltar e marcar outra data, mas concluo que essa novela tem que acabar um dia. Resolvo manter-me firme no propósito. Seja o que Deus quiser, embora creia que Ele tenha excluído esse local de sua vistoria. A vistoria aqui deve ser comandada pelo Seu adverso, o famoso Cão. Começa a chover forte.
14:32- Ainda parado ligo o rádio. 96 FM, minha preferida para momentos de relaxamento.
14:33- Primeiro movimento. Seis metros à frente. Já dá para ver que os vendedores de extintores permanecem exercendo as suas atividades normalmente. Agora até com cadeiras protegidas por uma barraquinha coberta. Profissionalismo é tudo.
14:35- Ando mais um pouco e já dá para ver o pátio e agradeço aos anjos por não percebê-lo cheio. Começo a torcer para não ter que enfrentar o mesmo vistoriador.
14:37- Identifico o meu algoz. Hoje ele está escalado para a linha 2. Começo a mentalizar o número 1 ou 3 com toda a força da minha mente. Em momentos de aflição a gente descobre potenciais incríveis em nosso cérebro.
14:38- Não consigo tirar os olhos de meu desafeto desconhecido. Ele continua exalando o seu indefectível mau humor.
14:39- Talvez por causa da chuva e do vidro fechado de meu carro, ninguém me ofereceu extintor. Pode ser também porque eu estava segurando o meu e balançando-o freneticamente numa expressão de negativa. Pode ser.
14:40- Já cheguei na guarita da recepção prévia. A mesma mocinha simpática e sorridente me reconhece e pergunta porque eu estava lá novamente com o mesmo carro. Poderia responder que eu estava com saudade dela, mas optei por não lhe dar impressão errônea nem despertar interesse. Alguma coisa ela viu em mim. Pensando bem, até que ainda 'dou pro gasto'. Aliviado, percebo que ela me colocou novamente na linha 1 e só tem um carro à minha frente. Se fosse solteiro, convidava a moça pra jantar um dia.
14:45- O carro da frente está enfrentando problemas com a vistoria. É realizada uma verdadeira conferência entre os funcionários externos do Posto. Meu algoz também foi convocado e mesmo me mantendo estrategicamente no interior do veículo, fico com receio de ser reconhecido por ele. Receio não, paúra mesmo.
14:48- Não teve jeito. Ele me viu e identificou. Lamentei não ter colocado um vidro fumê mais forte na janela dianteira do meu carro, mas observo que se assim o fizesse, aí é que eles me reprovariam com mais facilidade. No momento, imagino como deveria se sentir um espião russo flagrado dentro da Casa Branca. Não é nada agradável.
14:50- Na 96 FM, Elis canta "Madalena"... 'e se esconde lá na serra'... É o que pretendo fazer na sexta-feira, se sobreviver. Me aguarde Maringá, vencerei...
14:52- Percebo que a notícia se espalha..."Ele está aqui"...Fudeu. Penso e ligar para um advogado, mas opto por esperar a leitura de meus direitos quando for algemado.
14:54- O carro da frente permanece encrencado. O vistoriador sorri para o chefe o chefe retribui, mas o Pontier da frente  continua sendo analisado. Suponho que esperam que seu proprietário pronuncie algumas palavrinhas mágicas. A chuva aperta.
15:00- Chegou a minha hora. Valha-me Deus.
15:02- O vistoriador não aceita o papel de comprovação de minha aprovação da emissão de gases poluentes feita na outra vistoria e refaz a medição. Um outro solicita que eu abra o capô do carro e o porta-malas. Ninguém pede para ver meu extintor. Fico decepcionado, pois ele estava duro e impávido em minhas mãos.
15:10- Após aceleradas, piscadas, faroladas, lanternadas, apertadas, e análises minuciosas, percebo que um dos vistoriadores, coincidentemente após conversar com meu algoz, fica flertando apaixonadamente a lanterna traseira direita do meu carro. 
15:12- Me falam que meu carro será reprovado pois existe uma pequena rachadura no plástico da minha lanterna traseira direita. Ainda paciente, pouco, é verdade, argumento que tudo funciona, conforme eles puderam constatar, e questiono qual problema teria nesse pequeno rachamento de uma peça que nem tem para venda em pronta entrega na concessionária. 
15:13- Me aparece um outro funcionário, supostamente mais graduado, que tenta me convencer que essa rachadura imperceptível poderia causar ferimento a terceiros que por ventura tivessem o desejo mórbido de bolinar suas mãos na minha traseira. Poderia falar para ele que ninguém bota a mão na minha traseira impunemente, mas decidi esfregar a minha mão na lanterna com toda a força para provar que mal nenhum aconteceria. Já estava até querendo que saísse sangue ou me machucasse num exercício de auto flagelação, mas nem assim nada aconteceu. O superior acabou consentindo com a minha teoria e afirmou ser um homem de bom senso, razão pela qual liberaria o meu veículo. Ufa!!!
15:20- Já "experiente", sei que desta vez preciso pegar uma senha. Vou ao guichê e as pessoas fingem que não me veem e ninguém destaca a senha para mim. O vistoriador vai ao guichê e de forma solidária me fornece um número: 365. Não é propaganda do supermercado de Barra Mansa, é meu número, a minha senha, coincidentemente o número de dias do ano que terei que aguardar para passar pelo mesmo infortúnio em 2014.
15:25- Após fumar outro cigarro, entro no maldito escritório, a tal Cabine do Inferno. Mais de 40 pessoas estão lá dentro e não entendo porquê. Arnaldo do SAAE me pergunta se estou com paciência. Respondo que nem um pouco e ele me diz que nesse caso seria melhor eu ir embora, pois o sistema estava fora do ar e só neste exato momento tinha voltado. Minha alegria por ver o marcador digital no número 356, acabou de pronto.
15:26- No interior do guichê percebo dez funcionárias extremamente calmas e contraditoriamente, totalmente perdidas.
15:27- Quando pensei que estava próximo de uma solução pacífica, fui chamado em particular para o lado de fora do gabinete. Me informaram que meu carro se encontrava bloqueado pelo sistema e que eu havia sido reprovado recomendando-me que novamente aguardasse o boletim de ocorrências para agendar outra data. Armaram legal para mim. Ensandecido, exigi novamente meus documentos de volta e falei que jamais voltaria para esse inferno. Me senti como se estivesse registrado pela Interpol na rede mundial como um terrorista da "Al Qaeda" de alta periculosidade e fortemente armado.
15:28- Uma "boa alma", que não posso identificar para não prejudicá-la, percebeu o meu problema e começou a interceder por mim solicitando-me que mantivesse a calma. 
15:33- Uma outra "boa alma" disse que havia retirado meu carro do sistema de exigências. A primeira "boa alma" me deu uma senha prioritária para que eu fosse atendido mais rápido. Confesso que meus escrúpulos cederam e aceitei a benesse. Juro que não fiquei envergonhado.
15:35- Volto ao escritório. A porra do marcador ainda estava no 356, mas muitas pessoas continuavam sendo atendidas. Deviam ter senhas prioritárias como a minha, muito embora, nesses casos, percebi que as pessoas estavam chamadas pelo nome e não pelo número de suas senhas. Ficou claro perceber como funciona o sistema de favorecimento. As senhas que eram para ser fornecidas para idosos ou gestantes, eram distribuídas a bel prazer por quem detinha esse poder.
15:37- No gabinete, ainda circulam e conversam umas 40 pessoas. Umas visivelmente conformadas, outras nem tanto. Detran de Barra Mansa faz mal à saúde e minha pressão parece que vai me levar a um fulminante infarto.
15:38- Agora vejo que um papelote afixado no vidro que nos separa das atendentes informa que o sistema está fora do ar. Não está mais, mas percebe-se um certo sadismo em fazer as pessoas anteverem os sofrimentos a que serão submetidas.
15:47- O cacete do marcador ainda está no 356, mas pessoas continuam sendo chamadas por seus nomes. No balcão, um conhecido despachante parece dar ordens às funcionárias.
15:50- Nenhum senha fora chamada. Creio que elas não devam ter validade nenhuma. Talvez seja a senha para a entrada do inferno.
15:52- Quero sair para fumar outro cigarro, mas tenho medo de nesse intervalo ser chamado e perder a regalia. Como disse, agora estou na Área VIP. Uma espécie de purgatório da burocracia.
15:55- Para passar o tempo, resolvo observar o procedimento das "funcionárias". Uma me chamou especial atenção, com seu belo rosto de característica libanesa e seus quilinhos excessivos. Percebi que ela mirava atentamente com seus grandes olhos para o monitor da sua colega, sem esboçar nenhum gesto ou palavra. Um verdadeiro peixe fora d'água. Nem eu, e possivelmente nem ela, jamais saberemos o que o destino lhe programou para fazer nessa pocilga. 
16:00- Sou chamado. Assino uns papéis e recebo meus documentos de uma funcionária mal humorada e de aspecto bruto. O que poderia transformar-se num troféu, me fez sentir novamente envergonhado em perceber que estava sendo privilegiado em detrimento de quem estava no local muito antes de mim. É absurdo perceber que a gente paga uma pequena fortuna de IPVA, seguros, taxas, etc...e ainda tem que se submeter a esse tipo de coisas. Juro que jamais voltarei neste pardieiro enquanto o mesmo estiver em seu contexto, essa espécie de gente. Quero ter o prazer de um dia ver esse departamento renovado e ágil e para isso precisarei usar a força de meu modesto voto e tentá-lo fazer multiplicar-se entre os meus.
No final, fica uma certeza: com exceção do guarda municipal que a Prefeitura de Barra Mansa colocou para tomar conta da Câmara, o DETRAN de Barra Mansa oferece o pior serviço público do Brasil.
FIM

14 comentários:

  1. Bom dia !!!!! Por que não volta com suas enquetes? Quero avaliar e vê a avaliação das pessoas que acompanham este site.

    Secretário Municipal de Governo
    Washington Naves Alves - TIM

    Secretário Municipal da Fazenda
    Douglas Durante


    Secretária Municipal de Educação
    Prof.ª Maria Lusia de Resende Melchiades

    Secretária Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos
    Maria José Cezar



    Secretário Municipal de Desenvolvimento Rural
    Leandro Maia Machado

    Secretário Municipal de Ordem Pública
    Ebison Diettrich de São Cristovão


    Secretário Municipal de Administração e Modernização do Serviço Público
    Jonathan Marins Aguiar

    Secretária Municipal de Saúde
    Amélia Leonarda Pinheiro Feitosa de Oliveira


    Secretário Municipal de Habitação e Interesse Social
    Juarez Magalhães

    Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico
    Antônio Cesar e Silva - TUCA


    Secretário Municipal de Planejamento Urbano
    Ronaldo Alcedo Reis Alves

    Secretário Municipal de Juventude, Esporte e Lazer
    Christiano Alves Vieira - CHRIS


    Secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
    Adaucto Siqueira de Lima Neves



    TAMBÉM PODERIA COLOCAR NA LISTA



    Controlador Geral
    Dr. Hélcio Miranda Gomes




    Diretor Executivo SAAE
    Eng.º Horácio Guimarães Delgado Júnior

    Diretor Executivo da SUSESP
    Eng.º Giovani Moreira


    Diretor Executivo do Fundamp
    Dr. Maurício Amaral Filho

    Presidente do Fundo de Previdência Social - PREVIBAM
    Dr. Paulo Cesar Alves dos Santos



    Superintendente da Fundação de Cultura de Barra Mansa
    Cláudio Eduardo Chiesse de Castro

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  2. Fora isso tudo que voce colocou tem 2 pontos que queria comentar :

    1) É um absurdo , as autoriadades municipais , permitirem que nossa cidade tenha um posto igual aquele, considero aquilo lá um Chiqueiro, é tudo de ruim, a cara de Pezão e Sergio Cabral.
    Cadê Dona Inês, Seu Jonas, Seu Leiteiro, que nada fazer para protestar.

    2) Como os despachantes tem livre acesso ali, entram e saem a toda hora, vários funcionários de lá de dentro ficam por conta dos despachantes, são os verdadeiros doninhos (as).

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  3. agora vc sentiu o que eu to sentindo por ver aquela rua da ex câmara fechada e aquele bando de mulambo destruindo o canteiro da praça com suas barraca de bebidas.

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  4. Sim, o sistema está sempre fora do ar, ou a impressora com defeito, embora todos vejam sair documentos a todo minuto da impressora.
    Esses documentos são direcionados para uma porta lateral e tem como destino a mão de despachantes e pessoas que... humm digamos que colaboram com o cafezinho...
    Basicamente te chamam de idiota na "cara dura".
    Você foi "previlegiado" porque, provavelmente estava vestindo um desses terninhos estranhos que você usa, e acharam que poderia ser alguem importante... rsrsrsrsr
    Mas eles iriam te aborrecer até vc ajudar com... humm digamos a "caixinha de natal dos mais necessitados"...
    Eu não colaborei... tive que esperar 20 dias pelo papagaio...
    Se você ou qualquer outro souber de alguma cidade em que essa vistoria seja mais facil e sem ter que passar por tanto sofrimento me avise... também não quero passar por isso novamente.

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  5. Olá Julinho, você leu a manchete de hoje em todos os jornais e sites do Rio de Janeiro? Leia e passe aos leitores que a polícia e o MP desarticularam aquilo que é considerada a MAIOR QUADRILHA DE TODOS OS TEMPOS NO DETRAN - 59 PESSOAS JÁ FORAM PRESAS DE UM TOTAL DE 122 MANDADOS DE PRISÃO. A MAIOR PARTE DAS FRAUDES ACONTECE NAS VISTORIAS E A QUADRILHA, RAMIFICADA POR TODO O ORGÃO, TINHA MAIOR PRESENÇA NA ZONA OESTE, BAIXADA E REGIÃO METROPOLITANA. FATURAMENTO DE DOIS MILHÕES DE REAIS POR MES.

    Tá explicado porque tantos deputados querem indicar pessoas para o DETRAN né?

    Bando de safados. Eu acho que quando prende gente no DETRAN , deveria PRENDER TAMBÉM QUEM INDICOU ESSA GENTE!

    DANIEL

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  6. E quanto ao carro vai ali em Bananal, Itamonte, Rio Preto, respirar um ar puro e passar um finde com a mulher e, aproveita emplaca o carro lá, nunca mais terá problemas, mas como diz meu amigo Chico Amaral; Toda Bicha Burra nasce Homem, aí está o resultado.

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  7. Quando teremos prefeito que tenha peito para mandar o pessoal do patio de manobras arrumar a passagem de nível na Duque de Caxias, ou nenhum cargo comissionado da prefeitura atravessa aquela passagem , ou moram em outra cidade, como o chefe da Susesp ?

    Vergonha, pura vergonha !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Foda se a população, eleição só em 2016 .

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  8. Aquela passagem de nível ali, pertence ao único ,camelot agiota, existente no mundo, que tem aquele espaço come seu fosse, Barra Mansa é vergonhosa.

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  9. Rapaz o prefeito so se preocupa com festas,a unica coisa diferente da roma antiga que hoje ele nao da o pao e so circo.que beleza,nao e o vereador.

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  10. coisa muito esquisitas acontecem no detram na cidade de Barra Mansa...

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  11. Julinho,
    Como seu espaço é o único democrático de BM, tenho uma sugestão a fazer !

    Convoque um mutirão para o próximo domingo, para limpar o canal do SESC, poderiamos unir o próprio SESC, o SAAE, a SUSESP, a Câmara de Vereadores, a Secretaria de Meio Ambiente, as empreiteiras que mamam na cidade, tipo VALESUL, daria seus caminhões, poderiamos pedir ao Claudio Manes para ajudar e outros barramansenses ilustres e que possa ajudar.

    voce faria um bem muito grande para a cidade, pois o poder público ainda não acordou para esse problema, muitos cargos comissionados moram em VR e não convivem com esse problema.
    Tem gente sofrendo sem dinheiro para comprar repelente.

    Ou crie a Bolsa Mosquito !!!!!!

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  12. coisas esquisitas nao e so no detran, o sistema politico do brasil uma uma coisa esquisita,olha so a caso de barra mansa a maioria nao queria o prefeito eleito,no entanto ele esta la,nao e esquisito.

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  13. Este ano, fui ao Detran duas vezes, uma antes e outra hoje, realmente após sua passagem por lá as coisas melhoraram muito, menos carros e um atendimento bem melhor. Por favor, Julinho, vá ao Detran todo mês. Abraço.
    Bruno (Estamparia)

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